Capítulo 20

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Depois daquilo tudo a Yasmin me deixou de castigo e fiquei no meu quarto, e veio na minha mente tudo que estava acontecendo, eu me senti tão sozinha sem ninguém.

Minha vida é uma droga tudo só da errado pra mim, eu sempre decepciono as pessoas, TODAS, maldita hora que eu nasci.

Mesmo não querendo fazer isso, peguei um estilete e cortei o meu pulso, vi uma linha de sangue sair do pequeno corte, e derramei algumas lágrimas. Pelo menos se eu morrer vai ser melhor pra mim, e pra todo mundo, todos vão estar livres de mim.

Aprofundei meu corte até sentir uma dor imensa, não no meu pulso mas sim no meu coração. Eu não posso fazer isso, eu sempre dei valor a minha vida e não posso acabar com ela dessa maneira. Isso que eu estou fazendo não é certo.

Joguei o estilete em qualquer lugar do quarto e olhei para o meu pulso. O que eu fiz? Por que estou agindo assim? O que eu me tornei?

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Passei o final de semana inteiro trancada no quarto, pensando em tudo que eu fiz, por que mudei tanto, por que me afastei de Deus e de todos.

Como hoje é segunda, e eu tinha que ir a escola, fui tomar um banho, vesti uma calça preta, o uniforme, um tênis preto, e um cardigã preto pra esconder os cortes no meu pulso, e deixei meu cabelo solto e depois já saí de casa e vi o Gui saindo da casa dele, ele logo me vê e vem na minha direção, ele chega e começamos a andar.

- Jade por que você está toda de preto? - Gui pergunta.

- Esse é meu novo visual, pelo menos não são roupas indecentes. - digo andando junto com ele.

- Eu fui ontem na casa da Yasmin pra te ver, mais ela disse que você estava trancada no quarto desde sábado. Por quê? - ele perguntou.

- Eu queria ficar um pouco sozinha... Não está sendo fácil acreditar que eu fui expulsa de casa... - digo cabisbaixa e com os olhos marejados.

- Se você mudar de verdade talvez eles te aceitem de volta. - ele disse, e eu murmurei um: "espero que sim", ainda cabisbaixa na verdade eu não queria era que ele me visse chorando.

- Vai ficar tudo bem Jade. - disse e depois me deu um abraço acolhedor.

Dessa vez eu não o empurrei ou disse palavras rudes somente retribui ao abraço dele, nem me importei que as pessoas da rua que estavam nos encarando. Apenas chorei mais um pouquinho e continuei o abraçando, mas percebi que já estávamos nos abraçando a alguns minutos então me afastei.

- Obrigada Gui. - eu disse limpando as minhas lágrimas e ele sorriu fofo. - Você é um ótimo nam... Amigo!

- Não precisa agradecer Jade... sempre que você precisar eu estarei aqui...ao seu lado. - disse ele um pouco sem graça, nos encaramos durante uns segundos ficamos sem saber o que dizer.

- Ahn... eu acho melhor continuarmos andando. - falei e ele concordou e fomos andando em silêncio.

Confesso que enquanto caminhavamos lado a lado eu senti falta de ficar de mãos dadas com o do Guilherme, como as nossas mãos estavam próximas eu ia tomar atitude e pegar na mão dele, mais sei lá resolvi deixar isso pra lá.

Nos caminhos do Senhor Où les histoires vivent. Découvrez maintenant