De Repente... Princesa

1- A Despedida

- John você não pode ir estou com um pressentimento ruim- Implorou minha mãe mais uma vez tentando convencer meu pai a não partir.

- Clarice querida você sempre tem esses pressentimentos, e eu sempre volto não é? - Meu pai falou com confiança mas com um pouco de receio em sua voz

- John por favor, preciso de você aqui, Milly me ajude a convencer o seu pai - Minha mãe olhou pra mim com desespero e segurando no braço do meu pai.

- Assim você assusta ela meu amor, ei!  eu vou voltar, prometo- ele limpou uma lágrima que rolou pela bochecha de minha mãe e eles deram um beijo.

- Você já vai papai? - Falei finalmente

- Já querida, cuide da sua mãe por mim ok? - ele disse ao meu ouvido.

Apenas balancei a cabeça dizendo que sim. Meu pai me abraçou e disse um pequeno "Eu te amo" em meu ouvido. Após isso minha mãe se retirou da cozinha e meu pai foi embora.

Fui até o quarto onde minha mãe chorava desesperadamente. Sentei ao seu lado na cama e comecei a acariciar seus cabelos.

- Vai ficar tudo bem mamãe, eu lhe faço companhia- Falei e ela deu um sorriso triste.

Ela me abraçou e me apertou em seu abraço cada vez mais.

Dias depois...

Toc! Toc! Toc!

Batiam na porta freneticamente, parecia ser algo muito urgente, deixei que minha mãe atendesse e continuei deitada mas sem dormir. Fiquei reparando no pequeno quarto onde dormiamos, tinha pouco móveis composto por:duas camas e um pequeno armário que meu pai construiu. Queria poder tirar minha família daquela pobreza um dia.

- Mesageiro do rei! - Gritou um homem da porta.

- Sim-minha mãe falou baixinho- No que posso ajudar?

- E aqui que reside a família Montequiseu?

Não ouvi resposta de minha mãe, só a porta se fechar, me levantei e calsei minhas sandalias indo em direção a pequena cozinha, minha mãe estava em pé de costas pra mim. Me aproximo pra ver o que está fazendo e ela corre para o quarto deixando um papel cair no chão.

Antes de ir ver como minha mãe estava peguei o papel no chão. Pelo pouco que eu sabia ler deu pra entender.

Cara família Montequiseu o rei Michael e todo o reino de Gharnes, tem a tristeza de lhes dizer que o querido soldado John Montequiseu chegou a óbito na última batalha contra o reino de Aníbis. Sentimos muito orgulho do soldado Montequiseu que honrou todos os seus anos de batalha.

Nossos pêsames a família.

Eu não conseguia acreditar no que meus pequenos olhinhos tinham lido. Uma imensa mistura de raiva, tristeza e saudade tomou conta de mim. Eu comecei a chorar e fui ver como minha mãe estava.

Sem contar no fato de que nos informaram algo tão chocante por meio de uma carta, achei tão insignificante aqueles "pêsames".

Mamãe estava no pequeno quarto e eu fui ampara-la sei que ela precisava disso e que eu era a única ali para fazê-lo.

Busquei forças nela para continuar,  sabendo que agora a vida seria muito mais difícil para nós. Uma família que não tem ninguém prestando serviços ao rei era como uma família inútil.

Funcionava como uma troca, nós trabalhávamos para o Reino e ele nos dava uma melhor condição de vida.

Eu era apenas uma criança e não entendia direito, falava para minha mãe a todo momento que ia dar tudo certo que íamos passar por isso juntas, mas ela ia além dos meus conhecimentos e sabia que a vida seria muito mais difícil para nós.

- Não vai ficar tudo bem! - Minha mãe gritou exaltada- Para de falar isso milhões de vezes! Não vai ficar nada bem! Nós vamos morrer de fome- Ela gritou mais alto ainda.

As lágrimas que antes eram poucas vieram com toda força a partir desse momento, no fundo eu sabia que ela estava triste e magoada e falou aquilo sem pensar, mas aquelas palavras doeram em mim mais do que deveriam.

- Oh não!  Desculpe meu amor, desculpe... Eu so não estou bem como você pode imaginar- Falou após eu começar a chorar.

Eu estava sentada na cama e ela se ajoelhou a minha frente segurando meu rosto entre as mãos.

- A gente vai conseguir - Falou - Juntas!

☆☆☆
Revisado