Capítulo Nove.

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Hoje é domingo e minha mãe me deixou dormir até tarde. Acordo às onze horas da manhã, com o corpo dolorido, dor de cabeça e muito mal-estar. Eu praguejo e faço uma nota mental de nunca mais beber nessa vida.

Após tomar um banho gelado, eu sigo para a cozinha e encontro mamãe lavando as louças. A envolvo num abraço e ela afaga os meus cabelos com amor.

─ Por que você não me acordou? ─ pergunto, desfazendo o abraço e analisando a sua expressão facial. Ela está pálida, com olheiras profundas e um semblante cansado.

─ Hoje é domingo, meu amor ─ diz de forma amável. ─ Você estava dormindo como um anjo, então não quis interferir no seu sono. O almoço irá sair em três minutinhos, você espera?

─ Claro.

Eu sigo para a sala e ligo a televisão, observando um programa qualquer sem interesse. Almoço junto de mamãe, conversando sobre a escola e sobre minhas notas – que estão ótimas – e mais uma vez a lembro sobre a prova de aprendiz do banco, que irei fazer no próximo mês. Ela abre um sorriso com minha escolha. E eu também fico feliz. Feliz por arrancar aos poucos DR de mim.

Após o almoço, eu vou para o quarto e me deito em minha cama. Há diversas mensagens de Daniel, mas não respondo. Eu não quero causar nenhum mal e sei que DR é capaz de matá-lo se descobrir sobre nós dois. E ninguém merece sofrer por minha causa.

Vejo mensagens de Rayane convidando-me para o baile de hoje e acabo revirando os olhos. Com certeza Diogo estará no baile e ela quer exibir para todos que é amante. Sinto pena de Rayane. Só espero que a esposa de Diogo não a machuque.

Depois de um tempo, deixo o celular de lado e resolvo descansar um pouco. Afinal de contas, mais tarde preciso ir para o baile e ainda me sinto péssima.

***

Acordo assustada ao ouvir o alarme do celular. Através do visor vejo que são cinco da tarde. Fico admirada em como dormir. Mas tenho os meus motivos. Ressaca. DR. Vida de merda. Cansaço físico e mental.

Lavo o meu rosto, faço as minhas higienes e vou direto até a geladeira, em busca de algo para comer. Acabo encontrando mamãe, dona Lourdes e Alex. Elas duas conversam enquanto Alex assiste desenho na televisão pequena da cozinha. Dona Lourdes é a mãe de Rayane e Felipe. Uma mulher batalhadora e que sempre fez o possível e impossível pelos filhos. Não sendo reconhecida por isso.

─ Madrinha linda! ─ Alex pula no meu colo.

─ Oi, magricelo ─ o encho de beijos. ─ Oi, tia Lourdes.

─ Olá, minha filha ─ ela me envolve num abraço. ─ Você está linda.

─ Obrigada, mas não mudei absolutamente nada.

─ Eu percebo um ar diferente, querida. Você está mais mulher.

─ Bobagem. Alex, quer comprar um lanche na padaria do seu João com a madrinha?

─ Quero sim! ─ ele bate palmas animado. ─ Pão com queijo e presunto.

─ Ok. Pode ser pão com queijo e presunto ─ digo e ele ri.

Eu pego dinheiro e nós vamos juntos até a pensão comprar um lanche. Durante o caminho, ele conta diversas histórias e me faz diversas perguntas. Ele é uma boa criança e merece ter bons pais. Até entendo o lado de Menor, ''trabalhando'' para poder sustentar a criança. Mas Rayane... eu realmente não entendo o lado dela.

Nós compramos um lanche, doces, refrigerante e seguimos até a praça pública. Durante o sábado, DR manda montar alguns brinquedos, como pula-pula e castelo inflável. As crianças adoram. Não é necessário pagar para utilizar os brinquedos, então Alex aproveita e vai se divertir um pouco.

Sonhos Roubados [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora