A Verdade {fanfic de A Seleção}

Capítulo 3

A despedida em Bonita não foi uma despedida, eu deixei meu futuro lá incerto, não sei o que acontece agora. A unica que tratou isso como uma despedida foi Dynel que beijou minha boca como se fosse sua ultima chance.

Eu vim para Angeles. Talvez eu fique só uma semana. Tudo que sei é que agora tenho uma audiência com o rei e com a princesa, e não faço ideia do que querem.

- Olhe quem temos aqui. O garoto Woodwork. - General Leger me encontra ainda do lado de fora olhando para o palácio. - Dizem que o bom filho a casa torna.

- Essa não é minha casa general. - Digo.

Ele me abraça e eu retribuo isso. O general Leger e sua esposa Lucy não tem filhos, então eles sempre nos mantiveram muito próximos. Os filhos do rei e Josie e eu.

- Quer que eu avise seus pais que chegou? - Ele me pergunta.

- Não. O rei disse que assim que eu chegasse deveria falar com ele e a princesa. - Respondo. - Primeiro isso, depois família.

- Certo. Vamos. - Diz. - Estão ambos no escritório.

Encontramos funcionários do palácio no caminho que me cumprimentam afetuosamente, e eu retribuo da mesma forma. Eu sempre me senti estranho dentro dessas paredes, mas mesmo assim, e mesmo que eu tenha dito ao general Leger que essa não é minha casa, eu tenho uma estranha sensação de lar aqui dentro.

Ele bate e entra primeiro no escritório. 

- Kile Woodwork está aqui. - Ouço-o dizer. - Você pode entrar. E seja bem vindo de volta.

- Obrigado.

Respiro fundo uma vez antes de entrar e então empurro a porta. O rei ainda está como no dia que deixei o palácio, ele tem uma grande postura e jeito de quem já nasceu na realeza, apesar de ao mesmo tempo ter um sorriso afetuoso. Ao seu lado está Eadlyn. Algo nela mudou. Seu corte de cabelo, ou talvez esteja mais bronzeada, ou é só porque ela parece mais mulher.

- Kile! - Ela exclama se levantando.

- Majestade. Alteza. - Faço uma leve reverência.

Ela trava em seu caminho para me abraçar. Deus sabe o quanto me custou ter que fazer isso, mas tenho que colocar uma distância entre nós. Os braços de Eadlyn voltam para o lado do seu corpo e ela assume uma postura rígida.

- Sente-se Kile. - O rei pede. - Como é estar de volta? Seus pais devem estar felizes.

- Eu ainda não os vi, majestade. - Digo. - Como o senhor e a princesa disseram que queriam me ver achei melhor fazer isso primeiro.

Puxo a cadeira e me sento, Eadlyn volta para sua cadeira também parecendo que perdeu a capacidade de falar.

- Sabe que não precisa ser tão formal, não sabe? - Rei Maxon me pergunta com sua calma e afetuosidade habitual. 

- Mas acho que devo, majestade. - Insisto em ser formal.

Eadlyn se mexe na cadeira e se inclina um pouco na direção de seu pai.

- Pai eu tenho certeza que o senhor Woodwork está cansado da viagem, então deveríamos ir direto ao assunto. - Fala recobrando sua voz.

Senhor Woodwork. Fico feliz que ela tenha entendido.

- Claro. - O rei diz a ela. - Kile nós recebemos relatórios mensais do seu trabalho em Bonita, e creio que você sabe o quão eficiente suas ideias para as construções da região se mostraram.

Assinto, mas não falo nada. Está meio difícil me concentrar vendo Eadlyn enrolar uma mecha de seu cabelo solto nos dedos. Não é a primeira vez que a vejo fazer isso,  e ela só faz quando está nervosa.