Capítulo 17

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Eadlyn não apareceu para jantar no dia seguinte também, ou no outro, ou no outro. Eu perguntei a Josie e ela me disse que Eadlyn faz as refeições durante o dia com eles, só não o jantar, e essa é a unica em que estou então me faz pensar que é algo pessoal.

Mas não vou deixar essa situação passar dessa noite. Se ela não descer eu vou dar meu próprio jeito de falar com ela.

- Eadlyn virá jantar essa noite Neena? - Pergunto quando encontro a sua dama de companhia em um dos corredores.

- Ela não está se sentindo muito bem. - Ela diz.

Ah, serio? Elas não tem uma desculpa nova? Essa ja ficou velha depois de três dias.

- Droga Neena, ela está sendo infantil! - Exclamo. - Eu preciso falar com ela.

- Desculpe, mas não será possível. - Ela me diz.

- O que? Tem ordens expressas para não me deixar me aproximar? - Pergunto começando a ficar exasperado.

Neena não responde, mas abaixa o olhar constrangida, o que interpretou como uma resposta afirmativa a minha pergunta.

O que eu fiz de tão errado? Nós discutimos e não foi a primeira vez que isso aconteceu. Pessoas que se gostam as vezes brigam, é normal. Mas esqueci que ela vive em um casamento onde seu marido é compreensivo e nunca discorda dela.

- Neena um bilhete então. - Proponho. - Só um bilhete. Ela deu alguma ordem sobre bilhetes?

- Não.

Certo. Achamos uma brecha.

- Espere.

Abro minha pasta de projetos, pego uma caneta e rasgo um pedaço de papel.

Eady precisamos conversar. Hoje ainda. Ou então darei meu próprio jeito.

Queria escrever que estou com saudades, mas se esse bilhete caisse em alguma mão errada eu não iria conseguir dar uma justificativa convincente.

- Aqui. - Dobro e entrego a Neena. - Diga que se eu não tiver resposta eu vou vê-la nem que eu acampe na porta do escritório dela.

- Tudo bem. - Ela parece um pouco nervosa.

- Obrigado.

Me junto ao meu pai, Aspen, e Maxon minutos depois no Salão dos Homens. Eles parecem nervosos como sempre desde que ataques aleatórios aumentaram pelo país todo.

- São todos as mesmas pessoas? - Pergunto me envolvendo.

Não é meu assunto preferido, mas sinto que preciso saber, estar informado da situação que estamos enfrentando.

- A princípio cogitamos dois grupos, porque até onde sabemos existem pessoas que querem a volta das castas e outras que querem o fim da monarquia. - Maxon é quem me responde. - Parecia ilógico que se unissem.

- Porque uma república raramente teria castas também. - Concluo.

- Isso.

Os três se olham como se tivessem pensando nisso pela milésima vez e procurando uma resposta diferente das anteriores.

- Mas tem classes sociais, definidas, e eles podem achar que isso é bom, ou melhor, alguem está fazendo-os acreditar que sim. - Maxon diz.

- Então, basicamente, achamos que há uma mente ou um algumas que formam um grupo menor que está propagando isso. - Meu pai termina. - Se nós achassemos quem está instigando isso poderíamos conter um pouco.

- Ou incitar. - Aspen opina mostrando que sua opinião diverge. - Talvez os colocasse mais contra a monarquia.

Não falo em voz alta para não ir contra meu pai, mas eu acredito que Aspen esteja com a razão nesse caso. Usar a força para conter algum tipo de liderança pode ser como tentar apagar um incêndio, mas ao inves disso colocar mais querosene.

A Verdade {fanfic de A Seleção}Where stories live. Discover now