A Verdade {fanfic de A Seleção}

Capítulo 4

- Eadlyn finalmente decidiu marcar a coroação. - O rei anuncia durante o jantar.

Eu insisto todas as noites para os meus pais para jantarmos sozinhos, mas minha mãe diz que a rainha faz questão de estarmos todos juntos. O general Leger e sua esposa Lucy também estão aqui.

Osten está falando algo para eles que escutam com atenção. Josie e Kaden estão cheio de risinhos um para o outro. Minha mãe estava falando com meu pai. Eadlyn e sua mãe estavam conversando e incluindo Erik na conversa. Eu sou o unico deslocado.

Mas agora que o rei falou todos se voltam para ele e sorriem, e depois para Eadlyn.

- Antes tarde do que nunca. - Falo.

Posso sentir a cotovelada da minha mãe avisando que falei demais. Ah qual é? O país todo pensa isso. O rei anunciou que ela se tornaria rainha há um ano e ela ainda não teve a coroação, eles devem entender isso como mais uma piada.

- Eu não sei se fico feliz por você finalmente abrir a boca durante o jantar ou se peço para você se retirar. - Eadlyn diz. - Não estava me sentindo pronta na época, teve o casamento e tudo mais.

Ela olha para Erik com carinho e ele retribui. Sou forçado a desviar o olhar.

- Agora estou segura para assumir o cargo e dar um descanso aos meus pais. - Ela fala. - Eles fazem isso há tanto tempo e merecem ter uma vida para eles, de agora em diante. De Illéa quem vai cuidar sou eu.

- A gente precisa orar pra isso funcionar. - Debocho.

Escuto o rei rir, assim como Kaden.

- Kile! - A repreensão da minha mãe vem em voz alta agora. - Peça desculpas.

Dou de ombros. Eu tenho vinte anos, Eadlyn tem dezenove, se ela quiser que eu me desculpe ela irá falar isso, não precisamos de intermediários.

- Tudo bem senhora Marlee. - Eadlyn diz. - Kile perdeu o dom de me irritar desde que entrou na seleção, agora eu sei que tudo isso é porque nós nos amamos demais e demonstramos dessa maneira.

Ela sorri e eu forço um sorriso de volta. Nós nos amamos demais. Errado. Eu a amo demais.

- E quando será a coroação? - General Leger entra na conversa.

- Em vinte dias. Vamos anunciar amanhã. - O rei diz.

A mão de Eadlyn em cima da mesa aperta a do marido, como se ela quisesse oferecer algum conforto a ele. É ela que deveria ser confortada no momento, caso esteja nervosa para o momento, mas é a Eadlyn, ela nasceu pronta para ser rainha, nem entendo porque ela adiou até aqui.

Saio do jantar e vou até o Salão dos Homens, não pretendo ficar lá com os outros, só quero mesmo pegar um livro e sair. O rei, meu pai e o general estão conversando a frente, e Erik está sentado em uma das poltronas lendo.

- Ei. - Digo passando por ele. - Esse cargo de fugir das conversas costumava ser meu.

Ele sorri.

- Eadlyn disse isso também. - Ele me fala.

Continuo meu caminho até a prateleira de livros e procuro algo que me interesse.

- Mas sabe, é meio difícil acreditar que a pessoa mais fácil de conviver e conversar durante os dias em que a seleção acontecia era uma pessoa isolada antes dela. - Erik continua.

- Acredite. - Falo. - Foi a seleção que mudou tudo.

Eu me lembro de achar que participar da seleção seria um tormento, mas por um lado era legal conviver com outros caras da minha idade que fossem pessoas normais e não um membro da realeza. Ahren tinha sido o único da minha idade com quem eu já tinha convivido, mas nós nos afastamos quando tínhamos treze ou quatorze anos. Outro motivo para a seleção não ter sido um tormento foi Eadlyn, ela tornou tudo fácil, quando estávamos juntos ela achava que eu era a válvula de escape dela, mas estava errada porque ela era a minha.