Beijada pela Morte | livro um

Capítulo nove

Zumbis.

A última coisa que eu esperava ver – antes de levitação – eram zumbis. Mas, tudo fez sentido para mim quando meu querido cérebro vivo começou a raciocinar. Eles eram mortos vivos, assim como eu, mas de uma maneira diferente. Seres que não pensam e que não possuem qualquer tipo de personalidade.

Mas estes eram diferentes dos zumbis que eu via no The Walking Dead. Um deles sorriu para mim. Sorriu! Eles tinham a pele arroxeada e várias cicatrizes pelo rosto. Os olhos eram brancos iguais ao de Suzanne.

- Manson! – Cameron cumprimentou.

- Cam! – o zumbi Manson falou. Eu pensei em fazer piado com '' manso '' e ''Manson'', mas ele poderia fazer churrasquinho do meu cérebro ou cérebro ao molho bolonhesa. Os dois bateram nas costas um do outro e eu tive certeza de que se recebesse aquele tapa, minha coluna sofreria um desvio.

- Como vocês... Falam? – pergunto curiosa. Eu não era de ficar quieta.

- Ah! – Manson bateu na perna e começou a tagarelar igual a um maluco. – Você acredita mesmo nos mundanos? Eles criaram uma versão mais aterrorizante de nossa imagem para criar historinhas. O primeiro zumbi que surgiu na Terra de Cima foi em 1875 e acabou criando um alvoroço e morto logo em seguida. – ele começou a falar. - Com isso, um cineasta criou outra imagem ''zumbi''. Ele fez um filme White Zombie, onde retratou a nossa imagem da maneira mais suja possível. Para eles, nós surgimos de uma crença religiosa. Bobo, não?

- Espera. Um zumbi conseguiu ir para o mundo dos vivos? – pergunto, como uma criança burra.

- Ele sempre quis ser humano. Achou que se achasse o oráculo da vida, ele poderia se tornar um humano e viver uma vida normal, mas aconteceu o contrário.

Viver novamente.

Uma vida normal.

- Esse... Esse oráculo. Onde posso encontrá-lo?

- Ninguém sabe – Manson deu de ombros.

- Do que vocês estão falando? – Cameron pergunta. Ele estava distraído falando sobre garotas e peitos com o outro zumbi.

- Nada de importante – dou um sorriso amarelo. Ele não precisava saber.

- Tudo bem então. Vamos comer alguma coisa? Soube que os caçadores trouxeram carne de animal morto da Terra de Cima. – Cameron disse. – É uma cabra.

- Espero que sirvam cru. Detesto carne de cabra refogada.

Eca.

- Eles servem algo frito? – pergunto um pouco receosa.

- Eles servem a carne de diversas maneiras, pois existe uma variedade de seres por aqui.

Variedade de seres? Isso não soou muito legal.

- Você já recebeu os horários das aulas? – Cameron pergunta.

Olho para ele e vejo a sua típica postura relaxa. As mãos nos bolsos, desprovido de preocupação e olhos ternos. Ele sorri de canto, revelando parte dos dentes brancos. Os fios loiros caiam sobre os olhos cinza, deixando-o com um ar misterioso e sexy.

- Ainda não – respondo.

- Nem eu.

- Do que você morreu? – pergunto. Sabia que era uma pergunta um tanto inconveniente, mas eu queria saber. Não me culpem, sou uma pessoa curiosa.

- Você não quer saber, Brooke – ele respondeu, calmo.

Eu queria muito saber.

- Tudo bem – dou de ombros.