BÔNUS BLAKE-PARTE IV

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Blake olhou assustado para o homem. Ele engoliu em seco e entrou no carro, já que não tinha saída. O homem desconhecido olhou para Blake e sorriu.

- Você não parece ser do tipo que luta – ele disse.

- Eu lutava quando criança.

- E se lembra dos golpes? – ele abaixou os óculos.

- Lembro-me perfeitamente.

Os dois se encararam. Blake não sabia o porquê de aquele homem estar perguntando coisas bizarras como aquela.

- Está a fim de ganhar uma grana fácil, garoto?

- O quê?

- Grana fácil, menino. Será meu lutador.

Blake piscou. Lutador? Ele nem ao menos tinha porte de um lutador.

- Eu vou treinar você – ele disse, simplesmente. Blake franziu o cenho. – Vejo potencial em você, menino.

- Eu preciso de tempo para pensar. – disse Blake, absorvendo a informação.

- Tudo bem – disse o homem. Ele pegou um papel e jogou em cima do colo de Blakewel Adams.

Era seu número de telefone e endereço.

- Saia do carro.

-*-

Quando Blake chegou a casa, tirou os sapatos, exausto. Jogou o terno em um canto e visualizou um suposto bilhete falando sobre o pagamento estar atrasado por três meses.

O bilhete do desconhecido queimou em seu bolso.

O que custava tentar?

-*-

- Você precisa mesmo sair? – Carolyn perguntou pelo telefone.

- Sim. Eu preciso ir treinar.

- Não sabia que você era tão ligado a atividade física – ela riu.

Blake não havia contado a ela sobre seu emprego temporário de lutador. Ele trabalhava para Axel, que era o seu treinador. Os dois não se encontravam mais desde aquele dia do beijo na Ópera, até por que, Blake estava muito ocupado treinando e ganhando várias lutas ilegais.

Além disso, ele ganhava um bom dinheiro. Quando chegava a casa com hematomas, sua mãe ia logo perguntar o que acontecera, mas ele desviava do assunto.

Seu pai, Jaz, estava cada vez mais desconfiado. O único que sabia das coisas era Kyle, mas ele mantinha isso em segredo.

- Te ligo mais tarde, gata. – ele falou, desligando o telefone. Ele concluiu que a amava, depois de um mês e meio se conhecendo. Eles falavam sobre tudo e era incrível quando uma resposta se encaixava na outra. Ela era tão perfeita aos olhos dele.

- Vai lutar hoje? – perguntou Kyle, comendo um sushi.

- Vou.

- Posso ir?

- Já disse milhares de vezes que não! Se a polícia aparecer, você vai estar encrencado.

- Eu não ligo. As garotas gostam de caras maus. Choveu mulher em cima de você essa semana.

- Mas eu quero apenas uma.

- Uma comprometida que dá mole pra você.

Blake fez uma careta. Não queria estragar sua amizade com Carolyn, mas ele também queria muito ser o namorado dela. O pensamento, às vezes, o enlouquecia.

- Preciso ir – ele avisou carrancudo.

- Até mais.

Blake saiu e trinta minutos depois, estava no galpão. Ele não sabia qual seria o nome do seu adversário, o que o deixava um pouco ansioso. Tirou a camiseta e vestiu apenas uma bermuda preta surrada. Com os treinamentos pesados, ele havia ganhado um pouco de músculo.

- Olá, Blake! – cumprimentou Axel. – Meu novo talento está aqui, Carolyn! – ele gritou.

Não.

Não pode ser possível.

Deve ser outra.

Mas era ela.

Timidamente, ela emergiu do meio da multidão que fervilhava. Seus olhos se chocaram com o de Blake, que também ficou completamente abismado. Ela podia sentir seu coração se esmagando, quando Axel apertou a cintura de Carolyn possessivamente.

- É um prazer em conhecê-la. – ele disse, estendendo as mãos trêmulas para ela.

- O-o prazer é todo meu. – ela apertou a sua mão.

Assim que eles chegaram ao ring improvisado para a luta, Blake não conseguia parar de pensar em Carolyn e Axel juntos. Axel não prestava. Blake sempre o via paquerando as mulheres que apostavam nas lutas e depois, não os viam mais. Por que justamente a Carolyn?

A mulher que Blake amava.

Ele subiu, dando de cara com o seu novo rival. Um homem alto, musculoso e com o rosto deformado. Blake sentiu uma raiva tomar conta de si, assim os três sinos foram tocados. O homem socou o olho esquerdo de Blake com força total, fazendo-o tombar para trás, porém, a visão de Carolyn no meio daquela multidão, com a mão de Axel em volta dela, fez Blake ficar ainda mais violento.

Ele viu Axel na sua frente.

Tire.

Um soco.

As mãos.

Mais um soco.

Dela.

Chute no estômago.

Ele estava fora de controle, agindo como um animal selvagem em seu habitat. Ele queria destruir, ele queria matar.

O sangue escuro sai lentamente do nariz e do ouvido do homem. Ele havia caído no chão. Ele estava caído no chão por mais de três segundos.

Blake sente sua mão sendo erguida. Seus olhos vão diretamente até o de Carolyn, que estava com os olhos arregalados, fixos nos dele.

Ela estava com medo.

Ele olhou para o outro lado e viu Axel, recebendo o dinheiro dos apostadores. Ele precisava de Carolyn, nem que fosse por um segundo.

Ele desceu lentamente do ring e viu que ela estava caminhando em sua direção.

- Precisamos conversar – ela disse. 

Beijada pela Morte | livro umWhere stories live. Discover now