Capítulo quinze

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- Minha mãe sempre quis que eu arrumasse um namorado, mesmo que ele fosse o filho do Darth Vader. Ela queria que eu fosse uma adolescente normal, que não saísse com garotos diferentes a cada cinco minutos. – Samirah revirou os olhos e deu uma mordida no sanduíche. Estávamos batendo um papo supernormal sobre as nossas vidas passadas.

- Você não precisa ter um namorado para ser uma adolescente normal, pode sair com quem quiser. – rebati. Samirah me encarou como se eu tivesse arroz no lugar de um cérebro.

Enquanto conversarmos sobre aleatoriedades, vejo a cabeleira infeliz castanha de Emily, enquanto ela caminhava em nossa direção. Seu sorriso se abre e ela se senta ao nosso lado.

- Saudades de você, Ly! – Samirah lhe dá um beijo na bochecha.

- Tenho andando ocupada. Acredita que a minha companheira de quarto é a Susan? Mesmo morta, ela continua nojenta – Emily faz cara de nojo puro.

Só tinha meninas naquela mesa, o que me deixou um tanto curiosa sobre o desaparecimento daqueles meninos estranhos. Dou uma mordida no meu sanduíche e vejo Devon. Seus cabelos agora adotavam um tom platinado e ele estava com um cigarro em mãos. Seu semblante ficou completamente carrancudo, assim que seus olhos pousaram em Samirah. Ele vê que ela nem o nota e vai embora.

Nos últimos dias, Samirah parecia ter desenvolvido um amor repentino por Manson, que passava a maior parte do tempo com as meninas vampiras, ou seja, fugindo de Samirah.

Mas ela parecia não perceber isso, pois continuava tagarelando sobre ele como uma idiota apaixonada. Manson nem era tão legal assim.

- O que vocês pretendem fazer hoje à noite? – Emily perguntou, sorrindo.

- Dormir? – chuto.

- Dormir? Como assim? – a voz de Emily fica esganiçada. - Precisamos organizar o baile de comitê!

Baile de comitê? O quão ridículo isso ficaria, afinal de contas?

- Precisamos preparar os convites – ela diz.

- Claro. Nós ajudamos! – Samirah se anima.

Nós? Nós, quem?

Mas eu não tinha nada de melhor para fazer, então eu aceitei.

- Como foi a aula da Suzanne?

Eu não queria me lembrar. Eu não conseguia levitar, simples assim. Todos se tornariam um Fantasma Maior, exceto eu. Não que o meu sonho para o futuro seja me transformar em algo assim, mas, até hoje, é a única opção que me resta e, eu não estou saindo nem um pouco bem nela.

- Levite, Brooke! Você não quer se tornar um Fantasma Maior? – ela perguntava.

E eu simplesmente não conseguia.

Então, ela simplesmente riscou o meu nome e vai me passar outra atividade na próxima aula. Uma mais fácil, ela disse.

Eu estava decepcionada com o meu desempenho. Eu era uma semimorta como todos os outros, então por que nada funcionava para mim? Injustíssimo!

- No que está pensando? – Emily perguntou para mim.

- Brooke não consegue evoluir na aula da Suze.

Revirei os olhos. Samirah era a queridinha de Suzanne. Ela conseguia sair um metro do chão e ainda rodopiava no ar. Com certeza ela seria uma ótima fantasma.

- Mas e a Meredith? – Emily perguntou. O horário dela era muito diferente do nosso.

- Faltou. Estão dizendo que ela está louca. – falei. Pelos corredores, eu podia ouvir os outros adolescentes dizendo que ela era uma louca varrida, que faltava às aulas para fumar nos arredores do Instituto.

Beijada pela Morte | livro umOù les histoires vivent. Découvrez maintenant