Capítulo XXV

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Amy

Que porra aconteceu comigo? Minha cabeça lateja conforme tento me levantar de onde estou deitada, sem sucesso, olho para meus pés e entro em pânico quando vejo que minha perna está acorrentada ao pé da cama.
Cheiro de bolor e ferrugem enchem minha narina sensível e sinto uma enorme vontade de vomitar mesmo de estômago vazio.

Olho ao redor e não há nada mais que uma cama onde estou presa e uma pequena cômoda em minha linha de visão, as paredes são escuras e há limbo nelas, meu coração bate frenético em meu peito e tento mais uma vez em vão me soltar da merda da corrente.

Como vim para aqui? Coloco minha mão em minha cabeça e percebo algo molhado bem acima de minha testa e quando olho para minha mão sinto o pânico me alcançar cada vez mais forte, sangue vermelho cobre meus dedos trêmulos. Flashs da noite anterior são bombardeados em minha mente e sinto um arrepio de medo quando lembro que me doparam e me trouxeram para este quarto fedorento.

Quem poderia estar fazendo isso comigo? Estou vestindo apenas um vestido fino de verão o que quer dizer que alguém deve ter me trocando enquanto eu estava apagada.

- Socorro. - Grito na esperança de que alguém possa me ouvir.

Tento soltar meu tornozelo da corrente enferrujada o que apenas me causa um vergão vermelho na pele, não sei o que fazer tento respirar pelo nariz e soltar pela boca, porém de nada adianta meu pânico só aumenta.

- Alguém me ajude. Socorro! – Grito cada vez mais alto.

Minha voz praticamente não existe mais de tanto que eu gritei, em algum determinado momento comei a chorar e agora meus olhos estavam inchados e minha cabeça doía. Ninguém apareceu ninguém pode me ouvir, o ar estava cada vez mais estagnado o que me deixava com pouquíssimo ar para respirar.

Segundos se tornam minutos e minutos se tornam horas e eu permaneço aqui, ouço um barulho na porta e uso todas as minhas forças ainda existentes para gritar.

- Socorro, socorro. Alguém me ajude. – Grito com todo o ar que há em meus pulmões.

Minha garganta queima e meu pulmão parece que vai explodir, a porta de madeira abre aos poucos rangendo alto no processo, uma mão masculina é a única coisa que posso ver de onde estou me preparo para o confronte eminente com meu carrasco, porem nada poderia me preparar emocionalmente para quem esse homem poderia ser.

Ele se aproxima aos poucos de mim o sorriso nunca deixando seu rosto lívido, seu jeito de caminhar parece o de uma pantera pronta para o ataque, me encolho na cama suja e fétida o máximo que posso na esperança de que um buraco se abra e me engula, qualquer coisa será melhor do que ter que encara-lo.

- O que você está fazendo aqui? - Digo o choque evidenciado em minha voz.

- Eu voltei para você baby. - Diz abrindo os braços.

- Não!! Eu matei você. Eu atirei em você. - Grito alto para ele.

- Não e o que parece baby. Você esperava que eu morresse tão fácil assim? - Diz sarcasticamente fingindo estar chateado.

- Era para você está queimando no inferno.

- Vou levar você comigo primeiro.

Lentamente ele chega cada vez mais perto de mim o medo se infiltra em minha pele e cada vez mais é irradiado por meu corpo, sei que desta vez não há esperanças para mim. Quando ele finalmente chega perto o suficiente para me tocar apenas esticando seu braço direito sua mão acerta em cheio meu rosto, sinto o gosto metálico do sangue e meu olho se enche de lagrimas, mordo minha língua forte para não dar-lhe o prazer de me ver chorar.

- Senti sua falta baby. – Diz com sua voz asquerosa.

Ele tenta me alcançar novamente tentando tocar meu rosto latejante e sem pensar duas vezes mordo sua mão com todas as minhas forças, ele se afasta urrando de dor, me sinto vitoriosa por uma fração de segundo quando ele vem correndo para cima de mim.

- Sua vagabunda miserável, eu devia ter acabado com a merda da sua vida quando eu pude. - Grito ele, seus olhos injetados e vermelhos.

- Você é louco Bastian, eu te odeio. - Digo cuspindo nele.

- Você gosta de brincar não é baby? Vamos brincar então. - Diz sorrindo para mim.

- Prometo ser mais lento e cruel do que última vez baby, eu juro. - Diz fazendo um sinal de cruz com seus dedos esguios no peito.

- Eu te odeio, seu mostro. Você é maluco.

- Maluco por você baby, é uma pena que sua vida está nas minhas mãos, gostaria que você vivesse mais tempo ao meu lado. Mais sua horas está chegando baby. - Diz soltando uma gargalhada estridente.

Bastian abre a gaveta ao lado da cama e tira uma grande faça de dentro, sinto meu corpo ficar duro quando meu reflexo aparece na faca brilhante, lentamente ele passa a faca pelos meus pés e sobe lentamente em direção a meu abdômen, tento me encolher o máximo que posso  para proteger meu ventre, a cicatriz que ali está dói como uma recordação do que ele já fez para mim.

- Você fica tão sexy quando me olha assim baby.

- Vá para o inferno seu lunático, eu te odeio.

Bastian então abre um corte em meu braço direito quando tento golpeá-lo com a mão sinto a dor crua, porém  tendo meu melhor para fingir que não me afetou.

- Eu vou acabar com sua vida lentamente vadia, e quando você estiver lívida no chão eu farei você lembrar daquele pedaço de merda de bebê. Você lembra baby? Eu tenho a alma dela comigo.

- Não seu infeliz. -Digo saltando em cima dele.

Betemos no chão com um baque alto, a faca vai para longe, aproveito essa pequena distração de Bastian para soca-lo no rosto, meu ódio é tanto que tiro forças do impossível para transformá-lo na merda que ele é.

- Eu te odeio. - Grito em seu rosto ensanguentado.

- Não tão rápido baby.

Ele me surpreende quando sou empurrada para o chão, Bastian monta em mim e segura meus braços acima de minha cabeça.

- Não vai ser fácil baby, vou fazer você sofrer.

Bastian bate com sua cabeça na minha tão forte que minha visão se torna escura, tento me desvencilhar dele porém ele bate mais uma vez. Tudo se apaga e eu preferia que dessa vez fosse para sempre.

Pegando Fogo #Wattys2016 Where stories live. Discover now