4 - "Truth or dare 1/2"

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Key West, Flórida - 9:10 PM

Sabe quando você assiste um filme de suspense e o personagem fica em uma cena de completa tensão, a música vai aumentando lentamente e a câmera começa a focar só no rosto desse personagem, então você começa a se sentir completamente tenso também? Suas mãos começam a suar, sua respiração vai ficando pesada e o desespero começa a passar pelo seu corpo enquanto aquela única cena não termina e você nunca sabe quando alguém finalmente vai falar alguma coisa ou algum barulho ecoa na sala. Bem, esse é o sentimento passando pelo meu corpo neste exato momento sentada no chão da sala de estar da casa em uma roda prestes a girar a garrafa.

"Espera!" disse, fazendo que os outros três meninos e Jackie olhassem para mim. "Jackie, vem aqui um minuto." peguei a garota pelo pulso e a puxei para fora do cômodo, indo até o hall de entrada.

"O que foi?" perguntou Jackie quando paramos, ela estava um pouco assustada.

"É que eu...nunca joguei esse jogo." murmurei a última parte.

"Você o que?" ela perguntou sem entender o que eu havia dito.

"Nunca joguei esse jogo." murmurei novamente.

"Use palavras para se comunicar, não qualquer seja isso que tá saindo da sua boca." ela disse ainda sem entender o que eu havia dito

Respirei fundo e disse de uma vez:

"Eu nunca joguei verdade ou desafio!" disse alto.

Jackie me olhou por um tempo e então começou a rir descontroladamente, fazendo com que eu a olhasse confusa.

"Qual a graça?" perguntei.

"Calma, desculpa." a morena disse em meio as risadas, finalmente parando. "A graça é você estar tão envergonhada e fazer todo esse drama por um jogo infantil ridículo." ela disse.

"Então por que estamos jogando?" perguntei.

"Porque somos ridículos e infantis." ela respondeu e eu soltei uma leve risada. "Olha, eu estou tentando manter a calma, mas em 6 anos na mesma escola essa é a primeira vez que esses idiotas finalmente me incluem em algo, e também pode ser a minha chance de finalmente levar a língua do Jake Jordan para dar um passeio na minha boca." terminou e eu ri.

"Não acredito que você tem uma queda por ele." eu disse.

"Quem não tem? Aquele homem é um pedaço do céu." Jackie disse. "É igual você que acha o Dylan bonito, tenho certeza que levaria ele pro quarto se não fosse 'falta de profissionalidade'".

Nesse momento eu parei de rir.

"O que foi?" Jackie perguntou reparando meu silêncio. "Não vai me dizer que... Meu Deus, você é virgem?" perguntou.

"Minha maior experiencia com outro garoto foi um horrível primeiro beijo com 12 anos e uma tentativa de sexo oral com um cara da minha escola quando eu tinha 15, mas nunca cheguei até lá." respondi.

"Por isso você tá com medo, tá com medo de falarem alguma coisa sobre isso." assenti. "Olha, não em problema nenhum ser virgem com 17 anos ou até mesmo 37, é o seu corpo e você é a única que pode impor o que vai fazer com ele. Mas hoje, nós vamos ter a oportunidade de ficar em uma sala e descobrir os segredos mais obscuros dos caras mais gostosos dessa cidade inteirinha, e se eles desafiarem qualquer coisa que envolva beijos e você não queira fazer, eu apenas finjo um desmaio e a gente acaba o jogo." sorri com isso. "Mas, se você quiser, vai lá e mostra pra eles a vadia maravilhosa que você é." Jackie terminou e eu sorri ainda mais, ela era incrível.

"Não acredito que vou ter meu primeiro 'verdade ou desafio' com 17 anos e não 13." disse e ela sorriu.

Jackie e eu seguramos as mãos e voltamos para a sala onde os meninos estavam, com certeza seria uma longa noite, mas talvez eu devesse contar como ela chegou nesse ponto.

A Nova Babá - Dylan O'brien & Sabrina CarpenterWhere stories live. Discover now