Prólogo

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Quando ela entrou novamente no quarto, ele já estava vestido com seu terno preto, seria um dia importante para ele, e ela sabia disso, aproximou-se do marido e lhe deu um breve beijo nos lábios.

- Você esta muito bonito - disse ela, enquanto virava seu corpo, para que ele pudesse fechar o zíper do seu vestido.

- Você também esta muito bonita hoje - ele falou quando terminou de fechar o zíper - vai sair pra encontrar seu amante? - ele perguntou em tom de brincadeira.

- Idiota!- ela exclamou enquanto se afastava do marido, deixando exposta toda a sua raiva por seu comentário.

- Desculpa, estava brincando - disse Jorge, a puxando para perto de sí - mas é você quem falar que quando alguém casado se arrumar demais é pra encontrar o amante, então não vale reclamar.

- Isso só vale para os homens, as mulheres raramente traem, somos imbecis o suficiente, para acreditar que vocês vão ser fiel sempre.

- Isso não é verdade, Silvia, eu jamais trairia você - ele diz e da um suave beijo nos lábios de sua esposa - isso vai contra os meus princípios, e além do mais, se a minha mãe um dia sonhar que seu filho chegou a trair a esposa, ela me mata.

Ela sorrir com o comentário do marido, sabia que isso é a mais pura verdade, Jorge vem de uma familia muito tradicional, e sua mãe Carmen Salinas, sempre falou "eu criei um homem, não um patife idiota". Então desde muito pequeno Jorge sempre aprendeu o que é certo e errado, sua família sempre ficou em cima, principalmente sua mãe.

- E eu agradeço ela por isso - Silvia comentou antes de se afastar novamente do marido.

- Agora você vai me falar onde vai tão bonita?

- Vou sair com a Luna, vamos almoçar em um restaurante novo, soube que sevem os melhores vinhos da cidade, deveríamos ir lá qualquer noite dessa.

- É quem sabe - Jorge falou sem muito entusiasmo - o Felipe vai também?

- Não sei - Silvia se voltou para o marido, sabia o quanto Jorge era ciumento, e quando se tratava de Felipe, deu ciúmes ia ao extremo - Jorge, ele agora é um homem casado, não precisa sentir ciumes.

- E mesmo casado ele não deixa de dar em cima de você.

Silvia permaneceu calada, sabia onde isso iria parar, e não queria discutir com o Jorge, não ele preste a fazer uma viagem.

- Já estou indo - Jorge disse, aproximando-se da sua esposa e a beijando apaixonadamente, suas línguas dançavam um belo tango, em perfeita harmonia.

- Cuidado - disse Silvia ainda com os lábios juntos aos do marido - muito cuidado.

- Amor, não precisa mandar eu tomar cuidado, vai ficar tudo bem, um avião é mais seguro que muito carros, ou qualquer outro meio de transporte.

- Mesmo assim, eu tenho medo.

Ele deu outro beijo nela, e um breve abraço antes de sair do quarto.

Silvia continuou a se arrumar, e logo em seguida já estava deslumbrante, pegou sua bolsa e saiu do quarto, caminhando para a cozinha onde encontrou seu pai.

Ela estava feliz por finalmente esta passando um tempo ao lado dos seus pais, já que eles moravam em San Francisco e quase não vinham para Chicago.

- Bom dia gorda - seu pai falou assim que percebeu a filha o observando.

- Bom dia - ela se aproximou dele, dando um beijo em sua bochecha - e para de me chamar de gorda - reclamou, antes de sentar em sua habitual cadeira - e a mamãe, cadê?

- Ainda esta dormindo - ele disse, levando sua xícara com café até a boca - você esta muito bonita, vai pra onde?

- Almoçar com a Luna - ela falou antes de comer uma torrada.

- Mas ainda são 09:00 da manhã, não acha que esta muito cedo para ir almoçar? Ou será que vai encontrar seu amante - ele brincou.

- Droga! Eu não tenho amante! - exclamou impaciente - será que todos agora resolveu dizer que tenho um amante?!

- Isso é pra você aprender a parar de dizer que os outros tem amantes - ele sorriu da irritação da filha.

- Já vou indo, a Luna chegou de Páris faz uma semana, então temos muita coisa pra botar em dia, tchau - ela disse enquanto levantava-se da cadeira.

- Tchau gorda - ele falou para provocá-la mais ela o ignorou totalmente.

•••

Silvia caminhava pelas ruas de Chicago, com calma observando os lugares em que sempre caminhava, lembrando da primeira vez que pisou nesse bairro, para vir visita sua nova casa, antes de casar com o Jorge, e sorriu ao passar por um beco, onde lembrou que tinha transado com o marido quando discutiram por causa das cores da cortina da sala.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo som do seu telefone, quando o tirou da bolsa viu o nome de sua amiga de infância.

- Oi Luna, já estou indo - disse a castanha ao avistar um táxi do outro lado da rua.

- Já! Bom, eu vou tomar banho e te encontro lá, tenho tantas coisas para te contar - Luna falou com sua animação de sempre.

Sílvia escutava a amiga atentamente, enquanto caminhava para o outro lado da rua, sem ao menos checar se vinha algum carro.

- Luna, também tenho um monte de novidades para você, mas bom, quando nos encontrarmos eu te falo.

- não vejo...

Silvia não conseguiu terminar de ouvir o que sua amiga falava, o som da buzina era tão alto e próximo.

Quando virou seu rosto, já era tarde demais, uma grande luz branca vinha em sua direção, seu celular caiu no chão, sentiu uma grande dor em seu corpo, as coisas aconteceram tão rápido que quando percebeu já não havia mais nada, tudo tinha se tornado uma escuridão tremenda.

Memory • Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora