Capitulo 7

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Jorge adentrou o hospital sem olhar ou falar com ninguém, ele sabia perfeitamente onde queria ir, e quem queria encontrar.

Ele ainda não acreditava no que tinha lido, não acreditava que a sua esposa fosse capaz de beijar outro homem, ele a conhecia melhor que ninguém, ele sabia que ela não seria capaz de trair ele, afinal ela o amava... Ou melhor a antiga Silvia o amava, a antiga Silvia não o trairia, essa esposa ele não sabia de nada, a cada passo que ele dava com ela tinha que tomar muito cuidado, pois a única coisa que tinha certeza era que o terreno que pisava era muito sensível.

O piloto caminhava até a sala do médico, entrou sem ao menos bater na porta, mas pra sua infelicidade não tinha ninguém, o lugar estava completamente vazio, saindo da sala ele deu de cara com uma enfermeira que passava pelo corredor naquele mesmo instante.

- Olá - ele disse de forma sedutora, disfarçando sua raiva - você poderia me informar onde o Dr. Salomão está?

A mulher ruiva corou de imediato, fazia meses que trabalhava naquele hospital e ninguém nunca havia falado com ela da forma como Jorge falou.

- Ele... - ela deu um sorrisinho - ele está na sala de cirurgia agora, senhora - ela respondeu com certa dificuldade sobre o olhar do piloto.

- E você pode me dizer onde fica essa sala? Eu tenho algo importante pra tratar com ele.

- Eu posso o levar lá se quiser.

- Eu adoraria - ele sorriu para a mulher que caminhou na sua frente, para o elevador.

O piloto apertou o botão quando parou ao lado da ruiva, mesmo sabendo que ela já havia o apertado. A cada minuto que passava a sua ira só o consumia cada vez mais, ao lembrar das palavras do médico no bilhete sentiu vontade de socar a parede, mas se controlou. Quando finalmente as porta do elevador se abriram os dois entraram, ficaram em silêncio por todo o pequeno trajeto, as vezes ele pegava a mulher ruiva o fitando. Pensou por um momento em retribuir a traição de Silvia, mas sabia que seria incapaz de retribuir algo como aquilo.

- Na sala 13 - a enfermeira apontou para o local - eu vou chamá-lo e o senhor pode esperar aqui fora.

Ele assentiu e ficou observando a enfermeira entrar na sala, ela demorou cerca de cinco minutos e voltou com o médico que arregalou os olhos surpreso com a presença de Jorge.

- Que surpresa o senhor aqui - o médico disse sorrindo, ele esticou a mão para cumprimentar o piloto.

Jorge olhou para a mão do homem e sorriu antes de acertar um soco no rosto do médico, que acabou batendo na cadeira e caiu no chão. A enfermeira ruiva arregalou os olhos, prendendo a respiração.

- Essa foi por você ter tido a audácia de mandar flores para a minha esposa - ele disse vendo o médico ficar em pé.

- Você...

Jorge não deixou o médico terminar de falar e lhe aplicou outro soco, começou a socar o rosto do homem sem parar, ficando por cima do médico. Ele sentia uma raiva imensa e uma vontade terrível de acabar com aquele homem. O piloto foi tirado de cima do médico, por alguns seguranças...

Virgina Franz trabalhava para o Sr. e a Sra. Salinas há anos, desde que eles se casaram, a mulher já havia visto de tudo dentro daquela casa, das mais diversas cenas românticas, até brigas e alguns flagras do casal em momentos íntimos em plena luz do dia. A mulher sábia o quão ciumento era o piloto, já tinha presenciado várias cenas de ciúmes dele, mas nunca o tinha visto com tanta raiva como pela manhã. Já fazia duas horas que Jorge tinha saido de casa, e ela estava preocupada com o que ele poderia fazer.

Memory • Parte IWhere stories live. Discover now