Capitulo 1

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- Ela esta acordando.

Escutou uma voz, tinha quase certeza de que era uma mulher, mas não poderia dizer ao certo. Sua audição não estava boa, seus olhos ainda fechados não podia lhe confirmar nada. Seu corpo estava dolorido, principalmente seu braço esquerdo, sentia uma forte dor nele.

Ela ouvia várias vozes,enquanto piscava os olhos em tentativas falhas de ver algo, tudo que conseguia enxergar era borrões, e uma escuridão imensa inundava seus olhos, ela contínuo piscando os olhos varias vezes, até que desistiu.

- Chamem o dr. Salomão - outra voz falava longe, e dessa vez teve certeza que é a voz de uma mulher.

Ela mais uma vez tentou abrir seus olhos, mas novamente falhou, não conseguia ver absolutamente nada. Só escutava as várias vozes ao seu redor, e não identificava nenhuma delas, logo depois escutou passos firmes indo em sua direção, e sentiu quando o colchão da cama afundou, alguem tinha sentado ao seu lado.

- Doutor, a paciente esta acordando, vimos quando ela piscou os olhos algumas vezes.

- Mas ainda não falou nada doutor - outra enfermeira completou.

- Fechem as cortinas por favor - ele pediu - Silvia...Silvia? Você consegue me ouvir - a voz grave e rouca que com certeza é de um homem, falava bem próximo ao seu ouvido.

Silvia? Então esse é meu nome. Ela se perguntou ao ouvir o homem que ela não sabia ao certo quem era chamando-a.

Tentou novamente abrir os olhos, e pode ver a imagem embaraçada de um homem a sua frente. O dr. Salomão a olhava com curiosidade, nessas ultimas semanas que ela esteve no hospital, ele sempre gostava de observá-la, ficava encantado por sua beleza, e agora ele queria escutar sua voz, tinha certeza que é uma voz doce e serena.

Silvia por sua vez, não lembrava de absolutamente nada, e tudo que tinha em sua mente era essa imagem que agora via, um homem com jaleco branco a sua frente, tirando isso não tinha mais nada em sua memoria, nem seu nome, que agora ela tinha quase certeza ser " Silvia".

- Quem... Quem é... Quem é Silvia?- ela perguntou arrastando as palavras para fora da sua boca, ela precisava ter a certeza de que ela é essa " Silvia".

O médico, e as enfermeiras que estavam no quarto se espantaram com sua pergunta, o dr. Salomão em especial ficou em choque, e não sabia ao certo o que falar.

- Acho melhor chamarmos o marido dela - uma das enfermeiras comentou, quebrando a tensão que tinha se tornado a sala.

- Não - o dr. Salomão disse por fim - vamos deixá-la descansar um pouco mais, ela deve esta confusa, sofreu uma pancada muito forte na cabeça, deve estar confusa.

Todos saíram da sala, deixando a Silvia sozinha, as enfermeiras junto ao médico, caminharam pelos corredores, sempre parando e falando com alguns pacientes. Quando o dr. Salomão encontrou novamente o semblante nervoso e preocupado de Jorge Salinas, ficou com receio de falar que por fim sua esposa tinha acordado, mas que parecia não lembrar de absolutamente nada, não sabia como aquele pobre homem iria reagir.

Quando Jorge avistou o médico, foi em sua direção, com a mesma expressão das duas últimas semanas. Desde que soube que sua esposa tinha sido atropelada, o piloto voltou correndo do aeroporto, indo direto para o hospital, e essas duas semanas tem sidos torturantes, sem noticia ou esperança que ela fosse acordar.

- Doutor? - ele chamou o loiro alto, de olhos num tom de preto quase cinza.

- sr. Salinas - o médico o cumprimentou brevemente.

- Então, alguma novidade no quadro dela? ela acordou?- Jorge fez a mesma pergunta de semanas, sempre que ele via o dr. Salomão, ele sempre perguntava a mesma coisa, e dessa vez ele tinha a esperança de obter uma resposta diferente.

Memory • Parte IWhere stories live. Discover now