Capítulo 16

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Quando Jorge chegou a cozinha para o almoço, estranhou encontra-la vazia, nos últimos dia aquele horário o local sempre ficava cheio, tinha quase certeza que aquela era a única refeição que eles faziam juntos.

- Virgínia, cadê as pessoas dessa casa para o almoço? - ele perguntou a senhora que estava lavando a louça e se surpreendeu ao escutar a voz do patrão.

- Bom... A dona Silvia ainda está na empresa, a dona Pilar saiu ontem a tarde e ainda não voltou, e a Jhenny, ela voltou para Nova York hoje cedo.

O piloto olhoy para a mulher boquiaberto, como a irmã tinha voltado para NY e não havia lhe comunicado?

- A Jhenny voltou pra Nova York? Ela deveria ter me avisado que voltaria hoje prá lá.

- Bom, senhor, ela saiu faz uns trinta minutos.

Jorge saiu da cozinha, ele procurou pelo seu celular mas não o encontrou, então caminhou até o telefone que havia na sala, e discou o número da irmã, que demorou alguns segundos pra atender.

- Alô?

- Por que você não me falou que iria hoje pra Nova York? - ele perguntou imediatamente, e ela logo percebeu de quem se tratava.

- Acho que já sou muito grandinha pra esta te falando onde eu vou  ou onde eu deixo de ir, além do mais, você estava dormindo feito uma pedra.

- Eu queria ter te levado ao aeroporto, você deveria ter me acordado - disse ele sentando em uma poltrona que havia na sala.

- E acaba levando uns gritos seus? Ah não meu querido, eu não sou a Silvia que fica calada ouvindo você gritar com ela não, eu te dava era uma surra se você gritasse comigo.

- Quando que eu gritei com a Silvia? - ele perguntou confuso.

- Hoje cedo, quando ela pediu pra você leva ela até a Sex Works - ela disse saindo do táxi, Jorge escutou ela fala algo com o motorista, mas não entendeu - ah, ela estava bem triste por causa disso.

Ele rapidamente lembrou do momento em que tinha gritado com a esposa, e fez uma negativa com a cabeça.

- Eu estava com sono, passei a noite quase toda acordado, e a Silvia deu um tapa no meu traseiro só pra levar ela na... Naquela....

- Empresa, Jorge - disse Jhenny ao perceber a dificuldade do irmão - e o fato dela ter batido nessa sua bunda não te dar o direito de gritar com ela, até porque eu já vi você batendo na dela e ao contrário de você, a Sílvia não disse nada.

- É diferente.

- Não, não é, deixa de ser machista, se você pode dar tapas no traseiro dela, ela também pode dar tapas no seu... Assim como a Sex Works, você tem que aceitar essa empresa, depois de anos e você ainda não aceitou.

- Primeiro, eu não sou machista, e segundo, eu já aceitei a empresa, só que...

- Lá vem esse " só que", vai fala.

- É difícil pra mim saber que a Silvia sabe mais de sexo que eu, antes da gente começar a namorar, eu nem sabia o que era um clitóris... - ele escutou a gargalhada da irmã -  pare de rir.

- Ok - disse ela segurando o riso - olha, você é sim um machista, e se eu fosse você falaria com ela sobre isso.

- Sobre sexo? -ele perguntou confuso.

- Não, sexo não, só se você tiver alguma duvida de achar o caminho para o clitóris... - ela gargalhou novamente, mas depois conteve o riso  frouxo - fala com ela sobre sua dificuldade de aceitar a empresa, e pede desculpas por ter gritado com ela.

Memory • Parte IWhere stories live. Discover now