Memory • Parte I

Capitulo 18

"Sim, talvez ele possa voltar um dia, ou talvez essa seja só mais uma história de amor que não teve um final feliz.

Afinal, finais felizes não existem. "

A luz iluminava o rosto da castanha, é esse com certeza seria um dia longo. Silvia piscou algumas vezes antes de abrir os olhos lentamente, se perguntando porque ela não fechou as cortinas antes de dormir, ela olhou para o outro lado da cama, que como ela previa estava vazio, então olhou para o relógio que marcava 08h35.

Ele ainda não foi.

Silvia respirou fundo, passando as mãos por seu rosto, já imaginando o dia longo que teria pela frente, ela sentou na cama e esticou os braços para despertar melhor seus músculos, levantou e caminhou até o banheiro onde tomou um banho quente e rápido, logo em seguida a castanha caminhou até o closet, pegou um vestido preto e o vestiu, logo em seguida causou seu salto também preto, fez uma maquiagem leve e em seguida desceu para tomar café da manhã.

E lá estava ele.

Sentado tomando seu habitual café enquanto lia o jornal, só que dessa vez diferente dos outros dias ele vestia o seu uniforme de piloto, e não demorou muito para que Silvia notasse a pequena mala logo ao seu lado, teve que se segurar para não chorar alí mesmo.

- Bom dia! - ele exclamou ao notar a esposa o observando encostada na porta.

- Só se for pra você - disse a castanha caminhando para se sentar a mesa.

- Dor de cabeça?

- Jorge! Serio que nós vamos simplesmente ignorar o fato que daqui a duas horas você embarca em uma viagem suicida?!

- Não estamos ignorando nada, só não precisa fazer tanto drama, é só uma viagem - ele disse deixando o jornal de lado, e segurando uma das mãos da esposa- eu te amo, já falei isso pra você mil vezes, e essa minha viagem não é uma viagem suicida, eu vou voltar, porque eu te amo, então da pra você parar com esse drama.

Ela respirou fundo antes de assenti.

- Você vai ir comigo ao aeroporto?- ele perguntou quando terminou de tomar seu café.

- Sim, só vou terminar aqui.

- Ok, vou escovar os dentes e já venho - ele disse já de pé, caminhando para sair da cozinha.

Silvia continuou a tomar seu café da manhã em total silêncio, e não demorou muito para que o marido descesse, ela teve vontade de dizer que ainda iria comer mais um pouco quando ele perguntou se ela já estava pronta, mas resolveu simplesmente encarar que ela já tinha perdido essa batalha,e que sim, ele viajara de qualquer forma,então era melhor ela estar ao lado dele até o último segundo.

Não demorou muito para que eles chegassem ao aeroporto, que não era tão longe da casa do casal, mas ainda faltava mais de uma hora até a hora vôo, então eles caminharam até a lanchonete do aeroporto, e sentaram-se lá.

- Você vai querer comer alguma coisa? - ele perguntou para a esposa que estava calada desde que saíram de casa.

- Não, acabei de tomar café da manhã.

- Então tá, me trás uma água- ele falou para a garçonete que os atendia - então, você vai ficar calada assim até quando.

- Eu não estou tão calada, apenas estou sem assunto pra falar com você - ela retrucou sincera.

- Você estar mesmo muito triste, não é?- ele perguntou acariciando a mão dele por cima da mesa.

- Isso importa?