Capítulo 15 - Vista sua máscara de protetor

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O barulho do salto de Ten-Ten era como o tic-tac de um relógio e anunciava a chegada de uma tempestade cada vez mais perto. Neji estava trabalhando, e ela havia aproveitado que ele estava fora para organizar os pensamentos.

Hiashi havia interferido muito e, para piorar, aquela confusão tinha até mesmo abalado seu casamento. O que não devia acontecer! Já estava há anos com Neji, já haviam estabelecido um vínculo de confiança e preocupação mútuo, não podia deixar que Hiashi os atrapalhasse daquela forma. Entendia sim que Naruto colocava em risco a reeleição de Neji, também não queria que ele perdesse a prefeitura por uma coisa tão banal, mas mandar espancarem o amante de Neji? Não, isso ela não admitiria.

Não se importava com Naruto, mas sim com Neji. Ele ficaria fora de si quando descobrisse. Na noite anterior, por conta da briga que tiveram, ele não se lembrou de Naruto e se dedicou somente a ela, jantaram, transaram, riram e organizaram os planos da candidatura segundo as novas alianças que conseguiram. Contudo, agora pela manhã seria difícil convencê-lo a não ir atrás de Naruto.

O que faria? O que faria?

Os planos eram simples para a política. Se Neji conseguisse se reeleger prefeito, seria ainda mais fácil ser governador na eleição seguinte. Para isso, só precisava desviar o foco do escândalo do hospital e dos supostos encontros de Neji, seja com a oposição seja com Naruto.

O barulho do salto no piso repercutiu no ambiente claro que era a casa de seus pais. Não se sentia bem em pedir a ajuda deles, mas Hiashi precisava aprender uma lição. Ninguém interferiria em seu casamento, ninguém machucaria Neji, nem mesmo a família dele.

Sua mãe não estranhou ao vê-la ali, os olhos castanhos, como os seus, mostraram compreensão e o sorriso nos lábios finos já lhe dizia que ela a ajudaria no que pudesse. Assim, sorriu de volta e, confiante, bateu na porta do escritório do pai, tendo sua mãe ao lado.

Desfez o sorriso, relaxou os ombros e respirou fundo focando em pensamentos tristes. Enquanto os passos do outro cômodo se aproximavam da porta, as lágrimas apareciam em seus olhos. Sua mãe assentiu, Ten-Ten olhou para baixo, paciente. Quando a porta se abriu, ergueu o rosto melancólico e abraçou o próprio corpo como uma criança indefesa.

— Oh, meu Deus... Querida... o que houve?

— Ah, papai... — Correu para abraçá-lo e soluçou, enterrando o rosto no peito dele enquanto os ombros chacoalhavam pelo choro forçado.

Pelo canto do olho, viu sua mãe concordar enquanto seu pai a abraçava pelos ombros e a levava para dentro da sala. Ali, dentro do escritório, com as portas fechadas, conseguiria sua vingança contra Hiashi.

* * *

Naruto acordou cedo, o primeiro a acordar de todos. Sentiu os braços possessivos de Sasuke ao redor de sua cintura e girou lentamente, ficando de frente para ele. Conteve o gemido de dor ao apoiar o lado machucado do rosto no travesseiro e sorriu minimamente diante da expressão serena que via à sua frente. Se lhe dissessem que ficara quase uma hora na mesma posição observando Sasuke, não acreditaria, mas havia sim feito. Perdera-se no conforto dos braços, no calor daquele abraço e na sensação de ternura que o atingira.

Diferentemente das noites na Akatsuki, das vezes em que se encontrara com Sasuke, não conseguia pensar em outra coisa senão no fato de que queria ficar naquele abraço tão simples por mais tempo do que deveria.

Ah é, não devia mesmo estar ali. E, por isso, tirou as mãos de sua cintura com cuidado, não querendo que o outro acordasse. Precisava sair dali sem muito alarde, ligar para Hinata vir buscá-lo. Mandaria uma mensagem para Sasuke depois, agradeceria por tudo e voltaria à rotina, ou parte dela, já que os machucados ainda não deixariam que retornasse ao trabalho. Além disso, havia perdido aulas, tinha que recuperar a matéria e levar os atestados aos professores.

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