Capítulo 3 - O Desfile

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As coisas já andam mais calmas, a Becca tem me ajudado bastante psicologicamente, voltei a sair à noite mais vezes com o meu grupo de amigas e ajudam-me muito também, mas a Cristina é um anjo de pessoa, tão calma, tão linda, tão pacífica, tão engraçada que uma pessoa ao lado dela não consegue estar triste.

Logo depois de a Becca se ter instalado e habituar-se à nossa vizinha chata, para lhe alimentar a curiosidade fez uma festa no nosso apartamento com as minhas amigas para me animar, o que funcionou, veio o Cristina, a Daniela, a Francis e a Emily, todas elas estavam na festa em que a Alexandra morreu, elas sabem bem como fiquei depois dessa noite e todas elas me têm apoiado bastante, por mim elas viviam comigo e com a Becca.

Nessa tal festa, à hora do costume, todas nos calamos e como é obvio lá se ouviu a cama a ranger, eu juro que um dia ainda vou descobrir se ele faz este barulho todo sozinho ou acompanhado, é que nem guinchos ou gemidos se ouvem, o que acaba por ser estranho e me deixa a pensar que ele é feio para não ter companhia nestas horas. Eu tenho de conseguir ver a cara dele.

Duas Semanas Depois

 

-Anda lá Sofia, tens de sair, eu sei que vais gostar! Aquilo vai ser muito fixe! Para não falar que alguns modelos são meus.

-Não vou Becca! – A Becca queria a toda a força que eu fosse a um desfile de moda do curso dela, mas ainda não estava com espírito de festas.

-Quando lá chegares mudas logo de ideias, também vão algumas das tuas amigas!

-Não me importo…

-Vai aquela alta, morena de cabelos castanhos… Não sei o nome dela…

-A Cristina? – Sorri.

-Sim essa! Já vens?

-Posso ir! Por ela, sua chata! – Sorri.

-Yey! Boa, tens de escolher um vestido bonito! Tens pouco tempo, eu vou-me já embora, tenho de me vestir também, maquilhar e antes disso, fazer o mesmo com os meus modelos… Há lá um rapaz tão lindo que eu encontrei e não me importava nada de dar umas voltas com ele…

-Eu conheço? – Sorri.

-Não sei, tu não tens ido às festas dos caloiros, ele costuma estar no bar…

-Tem um estilo fixe?

-Sim! – Ela fez cara de tarada.

-Já sei quem é… Tentou engatar a Alexandra na noite em que ela morreu! – Falar da morte da Alexandra começava a ser normal mas ainda doía, a “ferida” ainda está a cicatrizar.

- Ele é podre de bom e quando ele usa botas? Ai, chamem os bombeiros! – Eu ainda não lhe contei pormenores da morte da Alexandra, mas quando contar, acho que vai passar a ter medo de botas.

-Sim, é jeitoso!

-Jeitoso? – Ela pergunta quase ofendida com uma cara cómica e eu ri. – Ficamos com essa! – Ela dá uma gargalhada. – Eu guardo lugar para ti do lado direito da passerelle, na primeira fila, ok? Eu meto lá reservado.

-Sendo assim… Assim vale a pena ir! – Ri também.

-Vai mas é escolher um vestido bonito e cala-te. Até logo, beijo! – Ela sai da porta disparada.

Fui até ao meu quarto, vi todos os meus vestidos e os da Alexandra e não tinha lá nenhum de jeito, uns eram demasiado elaborados, outros simples de mais, eu queria ir elegante e simples, assim mesmo que todos estiverem muito exagerados eu iria encaixar-me e o mesmo se passava se eles fossem normais.

Como ainda tinha umas horas, fui fazer umas compras, antes de sair de casa meti uma navalha na mala caso acontecesse alguma coisa.

Não levei muito dinheiro na carteira, pois ainda tinha de pagar a água e a luz deste mês e não podia abusar, mas os vestidos bonitos eram todos caros e não resisti a um vestido comprido branco e preto com as costas abertas e sem decote à frente, apesar de ser caro fiquei apaixonada e tive de o trazer.

Voltei para casa de autocarro para ser mais rápida e fui mais segura, liguei à Cristina e nada, provavelmente devia estar nos últimos preparos do desfile já que ia servir de modelo, liguei para um táxi e marquei horas com o condutor, sei que não me ia sentir muito segura num carro sozinha com um homem, mas é melhor do que ir de autocarro com um vestido de gala.

Jantei uma tosta mista e um prato de sopa, tomei banho, pois não ligo nada a essa treta de ter de esperar três horas por causa da digestão, estiquei o cabelo, mas não gostei de me ver assim, achei que ficava simples demais, por isso amarrei-o e acabei por fazer um rabo-de-cavalo com polpa e coloquei uma maquilhagem rápida, por fim vesti-me e calcei umas sandálias brancas rasteiras.

Quando saí de casa senti o elevador a subir, mas como já tantas vezes tentei ver o vizinho novo a pensar que ele lá ia dentro e acabava sempre por ver a outra vizinha insuportável, desisti de o descobrir por esta maneira. 

A viagem de  táxi foi rápida, a entrada da universidade estava a abarrotar de gente, todos muito bem vestidos, nem parecia a mesma universidade que eu frequento durante o dia, até os rapazes estavam que era um mimo de tão bem vestidos que estavam.

Como não encontrei ninguém que me fosse conhecido, avancei para onde ia decorrer o desfile e vi várias cadeiras, muitas ainda vazias, fui por onde a Becca disse para eu ir e tinha lá lugar reservado, um segurança apareceu do nada e perguntou o meu nome e dirigiu-me para o meu lugar correcto, por momentos senti-me alguém importante.

O lugar do meu lado direito estava vazio, do esquerdo tinha uma mulher com os seus cinquenta anos, loira com a maquilhagem carregada e com um fato preto, cheguei-me a assustar-me quando a vi mais depois habituei-me à personagem.

O espaço começou a encher e as cadeiras a ficarem todas ocupadas e a pessoa que ia ficar ao meu lado nunca mais chegava, eu espero que venha alguém que goste de conversar para eu me distrair e de preferência que seja rapariga, um rapaz não deve perceber muito de moda.

As apresentações das pessoas que tinham elaborado a roupa do desfile foram apresentados logo no início, a Becca estava linda com um vestido azul-escuro, curto com um fio mais claro, e pela primeira vez vi-a de cabelo apanhado, fica tão linda.

Quando ela me viu piscou-me o olhou e consegui ler nos seus lábios “estás linda” e eu agradeci com um sorriso.

Quando o desfile ia começar, a pessoa que ia ficar do meu lado chegou.

-Não pode ser! – Respirei fundo. – Ó meu Deus. – Fiquei de boca aberta, quando vi a pessoa que estava à minha frente queria sorrir mas fiquei envergonhada demais, eu queria falar, afinal num desfile é normal que as pessoas se falem.

-A menina disse alguma coisa? – A mulher do meu lado esquerdo perguntou.

-Disse que estava ansiosa para que isto comece! – Menti e sorri nervosa, pois a presença da pessoa do meu lado direito estava a afetar o meu psicológico e as minhas hormonas.

Olá <3
Quem é que acham que é a tal pessoa?Um homem muito lindo ou uma amiga de velhos tempos que acaba com a Sofia e desperta o pior lado dela?

Desculpem o capítulo ser pequeno, mas agora com as aulas fica complicado (se tiver muitos erros digam xD)  Beijo 

OUT OF MY CONTROLWhere stories live. Discover now