Capítulo 4 - O corpo perfeito, a vítima perfeita

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O desfile começou e eu não sabia se havia de olhar para o modelo ou para a pessoa que estava do meu lado direito.

O primeiro a desfilar foi o tal rapaz do bar das festas, estava lindo, diria até perfeito, mas a pessoa que se sentou do meu lado é um Deus Grego autêntico, ele vestia uma camisola um pouco estranha, mas como era um desfile; nada é estranho… Era toda branca com umas mãos femininas espalhadas pelo tecido, tinha umas calças de ganga preta que lhe ficavam justas, o seu relógio era dourado e preto, mas o que me chamou mais à atenção nele foram as suas tatuagens, a mais evidente era uma rosa no braço que estava mesmo à minha frente, mas a que eu gostei mais foi da cruz que ele tinha na mão.

-Já começou há muito tempo? – Eu nem acredito que ele estava a falar para mim, fiquei nervosa e excitada ao mesmo tempo, eu ainda agora tinha acabado de o apreciar, apesar de ele não saber, fica sempre uma ambiente estranho.

-Não, quando chegaste tinham acabado de apresentar os estilistas, agora os que estão a desfilar são modelos da minha companheira de quarto.

-Sério? Eu gostei do de homem, apesar de o mal ter visto.

-Olha, esta também é minha amiga! – Disse sem pensar. – Desculpa, foi mais forte que eu.

-Não faz mal! – Ele sorriu de lado. – Conheces mais alguém que vai desfilar? – Ele não tirava os olhos da Cristina, ele literalmente que se estava a babar e nem tinha olhado bem a para a minha cara, o que em estava a enervar.

-Não, só mesmo esta rapariga, acho eu… E perdi as minhas amigas, nem sei se elas vêm…

-Então? Estou a ser assim tão má companhia? – Ele finalmente olha para mim e os seus olhos verdes penetraram os meus castanhos-escuros, o meu coração saltitou.

Ficamos uns segundos agoniantes, pelo menos para mim, a olhar um para o outro, tinha algo no seu olhar que me fascinava, não sei o quê mas ele tem algo de especial.

-Não, não, bem pelo contrário. – Sorri tímida.

-Ainda bem! – Ele colocou a mão na minha perna. – Gosto do teu vestido! – “Sim, eu também gosto da tua roupa mas acho que ficavas melhor sem ela”. Foi o que pensei mal ele disse aquilo.

-Obrigada, comprei-o antes de vir para aqui! – Voltei a rir.

-Rápida, eficaz e bonita! – Ele disse ainda com a mão na minha perna e olhando para mim, não estava a gostar muito da coisa, se ele é daqueles que gosta das coisas rápidas é melhor já tirar o cavalinho da chuva, porque eu não ando muito virada para essas andanças, preciso de calma e paz.

-Olá gaja boa! – Uma voz sussurrou no meu ouvido e eu assustei-me completamente que até saltei da cadeira.

-Cristina, que susto! – Disse recuperando o fôlego.

-Estás linda, adoro o teu vestido! É parecido com o que vou usar a seguir para desfilar! Vim aqui só para não dizeres que estavas sozinha! – Ela sorriu e abraçou-me mesmo não havendo muito espaço.

-Ok sua chata! – Beijei a sua face.

-Até já porca! – Ela disse rindo.

-Até já parva! – Respondi rindo também.

Só ao fim da Cristina ir embora é que reparei que ele ainda mantinha a mão na minha perna, peguei na sua mão e passei um dedo pela tal tatuagem que gostei: a cruz.

-Gostas? – Ele perguntou sério.

-Sim e também gosto desta rosa! – Apontei para o seu braço.

-Sim, eu também gosto dela, queres ver mais? – Ele perguntou e eu pensei muito, ele reparou que eu fiquei com uma cara estranha, eu estava a pensar onde é que ele teria mais tatuagens, então ele limitou-se a levantar a manga da camisola para mostrar mais desenhos do seu corpo respondendo às minhas questões mentais, ele tinha uns músculos definidos e a pele dele parecia ser macia, mas não lhe toquei, acho que até para estranhos já estávamos a falar de mais.

OUT OF MY CONTROLOnde histórias criam vida. Descubra agora