Capítulo 12 - Dor

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Ponto de vista da Sofia

Acordei desnorteada a meio da noite, pareceu que me faltou o ar, não percebi bem do que se passou, acordei toda soada e com um medo que não sabia explicar de onde veio.

-Sofia, acalma-te, respira fundo! – Falei para mim mesma e respirei para me tranquilizar.

“Deixa de ser burra, mais tarde ao mais cedo vais descobrir de onde vem esse medo”

Ignorei o que tinha acabado de ouvir, ultimamente as vozes andavam a insistir muito no “medo” e que eu ia descobrir de onde vinha, eu já começava a aceitar que estava a endoidecer mas não aceitava que “elas” tivessem razão.

“Vai até ao Harry, vai, sobe as escadas e vai!”

“Vai até ele e mostra-lhe quem manda.”

“Mas ainda cá estás? Sobe a porcaria das escadas”

“És um cabra.”

-Saiam daqui, saiam daqui por favor! – Comecei a chorar. – Saiam…

“Vais morrer com uma faca na garganta como todas nós.”

“Achas mesmo que alguém gosta de ti?”

“A próxima és tu.”

“Anda lá sua besta, sabes bem que ele te vai matar.”

“No fundo tu sabes quem é o assassino.”

“Tens a verdade debaixo do teu nariz.”

“O pior cego é o que não quer ver! Deixa-te de ser burra e vai embora desta cidade”

“Não tenhas medo, nós protegemos-te.”

-Protegem uma merda. – Fiquei sem saber o que fazer e mal conseguia respirar, estava a ficar com imenso calor mas tinha arrepios. – Becca! – Chamei em aflição, nunca tinha ouvido tantas coisas seguidas. – Becca! – Gritei ainda mais alto com medo que alguém aparecesse e não fosse a Becca. Levantei-me da cama mas mal coloquei um pé no chão e depois disso só me lembro de ver tudo branco.

Ponto de vista da Becca

-Sofia? Oh meu Deus! – Cheguei ao quarto e ela estava caída no chão sem sentidos. Corri até à cozinha que é sala ao mesmo tempo e liguei para o hospital, para uma ambulância a vir buscar, mal acabei de dar as indicações liguei para o porteiro, mas entretanto com os nervos enganei-me no número e ao ouvir a voz de outro homem, desliguei imediatamente e liguei para o número correto a contar o sucedido.

Voltei ao quarto dela e ela ainda estava tal e qual como a encontrei, nestas situações é melhor não mexer nos corpos, depois ainda ouço um raspanete dos enfermeiros.

-A culpa disto é minha, eu devia estar mais atenta de como andas… Sou uma cabra! – Continuei com os meus desabafos e amiga ausente apesar de ela não me estar ouvir e estava com um nó na garganta que só me apetecia chorar.

*Som de uma campainha*

-Bem ao menos foram rápidos! – Corri até à porta e abri e nem olhei muito bem para quem lá estava e disse automaticamente “entre”. – Harry? O que estás aqui a fazer?

-Eu ouvi a Sofia a chamar-te! O que se passou? – Ele entrou pelo apartamento que nem um tornado olhando para todos os cantos do mesmo à espera de ver algo sinistro ou de encontrar a Sofia.

-Segue-me! – Levei-o até ao quarto da Sofia e quando lá chegamos o corpo dela estava esticado e a espernear-se todo. – Oh meu Deus, faz alguma coisa por favor! Ela não estava assim! – Fiquei aterrorizada a Sofia não merecia nada disto, se ela tem alguma doença ela devia ter-me contado mal cheguei a esta casa.

OUT OF MY CONTROLWhere stories live. Discover now