Capítulo 4

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Nos últimos dois anos mais de 70 casos de mortes de albinos foram noticiadas, a caça e a matança desses seres humanos aconteciam em aldeias mais remotas do país, onde a segurança é menos e a eletricidade é escassa. Urbi não se contentava com aquela situação, afinal de contas já estava mais do que na hora do governo tomar medidas mais severas contras pessoas que caçavam e matavam os albinos. A sua sorte é que assim que ela nasceu seus pais mudaram para a capital do país depois a mandaram estudar no estrangeiro mas, e aqueles que não tiveram essa oportunidade, e mesmo que tivessem eles tinham todo o direito de viverem livres e felizes em sua terra.

A jovem passou dias a pesquisar sobre aquele acontecimento e chorava muitas vezes ao ver declarações de pais que perderam seus filhos, e muitas crianças albinas eram estupradas por homens com HIV por acharem que ficariam curados da doença.

Um absurdo o que um povo desenvolvido, pessoas que usam iphones, smartphones, seres que conhecem e vivem a nova era, ainda acreditam em superstições ao ponto de pagarem dez mil dólares por um pedaço de cadáver humano, aquilo estava errado.

Seu sangue fervia nas veias, por isso ela decidiu criar projetos que protegessem os albinos em aldeias remotas e, lutar perante o governo uma lei dura para punir pessoas monstruosas que cometeram tal ato.

Urbi e sua equipa já tinham uma forte base para implementarem a tão sonhada fundação de combate ao massacre de albinos na Tanzânia, no continente mais concretamente em vinte e cinco países os albinos sofrem um tipo de discriminação fatal.

A Fundação "Son of the Sun" além de contar com mais de trinta agentes especializados, também trabalhava juntamente com organizações internacionais de direitos humanos o governo e a polícia nacional.

Não seria tarefa fácil consciencializar as pessoas sobre os mitos que haviam sobre os albinos. Em muitos desses países existem muitos mitos que a ciência já mostrou não serem verdadeiras, o albinismo é uma maldição dos deuses ou de ancestrais, por isso muitos acreditavam que ao entrarem em contato com um albino lhe daria a má sorte, doença e até a morte; as pessoas albinas nunca morrem sendo que elas não são humanas mas sim fantasmas; ter relações sexuais com uma mulher albina pode curar a Aids; um encanto ou uma poção feita com parte do corpo de albinos têm poderes mágicos que podem te dar saúde, sucesso e sorte; albinos só existem na África; a culpa é da mãe se o bebê nasce albino; pessoas albinas têm visão normal.

Um monte de absurdos, acreditar que tudo aquilo é real mas, essas são as razões de albinos serem perseguidos, caçados, mutilados. Enganados estão os que pensam que era só em Moçambique, Tanzânia que esses seres sofrem, mas não, essa discriminação é quase que endémica na cultura africana, mas os albinos são discriminados em todo o mundo.

Muitas pessoas mesmo que estudadas desconhecem fatos sobre o albinismo, e essa era a missão que a fundação tinha naquela sociedade e quem sabe em todo o continente.

Nos jornais locais, todos os dias desaparecimentos de albinos eram noticiados, há duas semanas uma criança de três anos foi sequestrada e ainda não foi encontrada.

_ Não acredito que estas pessoas são capazes de cometer tamanha crueldade com uma criança, Urbi falava lamentando a notícia. Ela levantou-se caminhando pensativa até a janela de sua sala de estar. Nunca tinha pensado ou imaginado o que poderia tê-la acontecido caso os seus pais a tivessem rejeitada ao nascer.

Lágrimas corriam apressados de seus olhos caindo gota a gota no chão, enquanto ela sentia sortuda por ter nascido numa família que a amava, e ter amigos que não a discriminam, mas no fundo Urbi não queria ter nascido naquele país.

Talvez as coisas seriam mais fáceis se ele nascesse de pele preta, por mais que sentia orgulhosa de sua vitória e confiante ela sentia os olhares das pessoas nas ruas, sentia o receio que alguns tinham em se aproximarem ou falar com ela.

"Não importa quem tu pensas que és, eles sempre te tratam por diferente, sempre te olham com indiferença, afinal de contas ou preto ou branco ninguém é totalmente igual."

Uma batida à porta a tirou de seus devaneios, era Tafari chefe de operações da fundação.

_ Senhorita Tero, com a sua licença gostaria de informá-la que a polícia está a dirigir-se para o norte do país investigar o corpo de um bebê encontrado sem partes.

_ Um bebê? Ela perguntou assustada.

_ Sim, acreditamos que seja a filha daquela senhora que apareceu na televisão.

Seu estômago começou embrulhar e ela correu rapidamente para a casa de banho e vomitou, seu corpo não estava a reagir bem aos acontecidos, era uma sensação de medo, de raiva e de nojo e ao mesmo tempo vontade de fazer justiça, tudo misturado, um misto incompreensível de sentimentos.

Os dois saíram e foram se encontrar com a Anelisse na universidade e seguiram para o local do acontecido.

Quase meia hora depois estavam lá, várias viaturas da polícia e alguns curiosos cercaram a entrada na mata.

Savimbi avistou de longe a equipa e autorizou a entrada.

_ Senhores...

_ Olá delegado, é verdade o que estão a comentar, Anelisse perguntou já soltando o ar pela boca.

_ É sim, mais uma vítima desses malfeitores.Eu já não me surpreendo com mais nada.

Urbi se aproximou um pouco mais de onde estava o corpo, e viu aquilo que parecia uma boneca, jogada no chão de costa para cima, seus olhos estavam tapados mas com sinais de sangramento, sua pele branca como a neve toda machucada com sinal de arranhaduras e outros ferimentos, seus cabelos ruivos que pareciam o fogo brilhavam com os raios do sol sobre eles, mas era só, ela não tinha mãos nem pés.

Os criminosos eram sempre bem cuidadosos em certos casos, os corpos eram encontrados em ótimo estado de conservação, cortavam com cuidado as partes interessadas, mas em alguns não, os corpos eram encontrados mutilados e muitos nunca eram encontrados. Isto tudo porque, são grupos diferentes de pessoas que atuavam, cada um com a sua forma , objetivos e seus métodos.

" O albinismo é uma doença que se carateriza pela falta de pigmentação da pele, do cabelo e dos olhos. África tem o maior número de albinos de todo o mundo. São perseguidos por causa de serem brancos num continente de negros."

Mapa de descriminação fatal de albinos nos países africanos.

Mapa de descriminação fatal de albinos nos países africanos

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Bjnhos.


Urbi- Massacre de AlbinosKde žijí příběhy. Začni objevovat