Capítulo 10

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Vários depoimentos de albinos que já sofreram algum tipo de abuso foram ouvidos, alguns autorizaram a gravação das conversas e outros tinham medo que os feiticeiros voltassem para lhes caçar.

Durante um mês concluíram que o número de pessoas mortas era muita mais do que se imaginava, e a crueldade não tinha limite, não importava nada. Os Albinos eram alvos com toda a certeza, mas o que fazer para mostrar as pessoas que aqueles seres eram simplesmente seres humanos que possuíam deficiência genética?

A "Son of the Sun" juntou todo o material e programou a maior conferência que a Tanzânia já tivera sobre o assunto. Na universidade de Dar Es Salaam, ela podia contar com uma equipa de professores e alunos, e Mustafá como bom samaritano que aparentava ser não podia deixar de entrar na equipa de logística e também foi convidado a falar sobre o Massacre de Albinos.

Faltava dois dias para o tão esperado momento, Mustafá pesquisava e lia pesquisas sobre o Albinismo e preparava suas falas para o dia. Cada parágrafo que ele lia, sua alma sorria, ele se sentia ofendido com as explicações científicas. A maioria dos estudos foram feitos na europa, e isso o intrigava mais, porque o seu problema não era só os albinos, aquele homem tinha trauma de infância, ele não matava albinos por serem só albinos mas porque lhe lembrava algo a que ele jurou vingança. As explicações sobre a doença o deixava enjoado, ele tinha uma outra explicação sobre o assunto, mas tinha que fingir-se de ignorante e dar às pessoas aquilo que elas queriam saber.

De acordo com os estudos feitos os curandeiros encomendavam as partes do corpo para fins macabros, como prometer enriquecimento aos seus clientes, curar doenças que os médicos não conseguiam.

Esses curandeiros são os maiores incitadores da extração de partes do corpo humano. Ainda existem pessoas que usam órgãos humanos para determinados tratamentos.

A entrada de muitos falsos médicos psicopatas na África do norte era uma realidade, existiam pessoas que usam magias muito fortes.

A medicina tradicional é tido como algo natural, é claro que esses curandeiros não iriam assumir que na verdade é feitiçaria que fazem usando partes de corpo humano.Eles alegam que usam intervenções benéficas de espíritos.Muitos desses feiticeiros são quase que invisíveis, em todo o caso eles mancham o nome da verdadeira medicina tradicional a naturopatia que é feita à base de ervas e plantas nativas da África.

As pessoas que procuravam esses feiticeiros não eram/são somentes pessoas de África mas também europeus, pessoas do continente americano, está enganado quem pensa que na África antes a invasão branca as coisas eram assim não, tudo isso é herança colonial, na África antigo Egipto as pessoas usavam plantas para curas, a natureza era a nossa mãe, nossa amiga, mas os ocidentais destruíram tudo o que um dia fora a nossa casa, cultura, tradição e costumes, e hoje o que resta é heranças macabras e ideologias impostas.

Meus caros alunos, para entenderem melhor o que é o albinismo, vou lhes explicar o que é a melanina antes.

A melanina é uma proteína obtida da polimerização de um aminoácido chamado tirosina. Ela é fabricada nos melanócitos e carateriza-se por ser um pigmento escuro que dá cor à pele, aos cabelos e aos olhos. Essa explicação podem encontrar em qualquer páginas na internet.

A melanina é a única coisa que não conseguiram tirar por completo de nós, mas porquê acham que na África é onde há maior números albinos?

É por isso que pessoas albinas devem tomar muito cuidado com o sol, porque eles não têm a melanina.

Na Tanzânia é onde tem maiores números de albinos no continente, talvez seja essa a razão de ser onde há mais casos de massacre.

Mustafá e os outros conferencistas debatiam e ouviam perguntas dos estudantes e de algumas pessoas de comunidades que foram convidadas a participarem para depois levarem as informações aos seus vizinhos.

No final, Urbi e Anelisse levantaram para cumprimentar e agradecer os professores pelo apoio e pela excelente informação que passaram.

Mustafá se assustou um pouco ao ver aquela moça, os dois já se haviam encontrado semanas atrás, agora ele podia saber quem ela era.

_ Boa tarde senhores, eu sou Urbi Tero e essa é a minha colega Anelisse Knill, somos fundadoras da fundação filhos de sol.

_ Muito prazer senhoritas. Ele cumprimentou as meninas tocando as suas mãos, mas seus olhos estavam fixados nos de Urbi, enquanto ela falava com os demais presentes, ele imaginava ela amarrada a implorar por sua vida.

Anelisse podia contar cada osso no corpo daquele homem estranho que continha um sorisso malicioso e olhava faminto para sua amiga que estava distraída, ela sentiu uma dor de barriga e um frio na espinha, aquele homem não era normal, tinha algo de estranho nele.

Ela agarrou sua amiga nos braços e pediu que a tirasse dali, Urbi não entendeu nada, e Anelisse não conseguiu explicar.

Mustafá foi para sua casa planeando como pegar aquela albina e despedaçá-la e fazer um cavalo dela e sua amiga branca. Pelo menos agora ele sabia onde encontrá-la.

_ Annie, o que te aconteceu, assustaste-me.

_ Não sei amiga, de repente senti um calafrio macabro percorrendo as minhas espinhas, mas tenho a certeza que tem a ver com aquele professor Mustafá, aquele homem tem alguma coisa de errado. A moça falava enquanto massageava sua nuca.

_ Implicância tua, viu como ele é inteligente, falou bem na conferência, só achei estranha aquela parte de "mas porquê acham que na África é onde há maior números albinos?" – o que achas que ele queria dizer com aquilo?

_ Não sei Urbi, mas ele não é normal.

_ Ah esquece vamos descansar.


Urbi- Massacre de AlbinosWhere stories live. Discover now