Capítulo 26

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Savimbi recebeu uma notificação no seu telemóvel pessoal, era Marcelo a comunicar do novo endereço, ele ia sozinho para lá. Era uma loucura ele tentar enfrentar Mustafá sozinho.

Mustafá queria maltratar a Urbi, torturá-la psicologicamente, fazê-la implorar por sua vida. Ela já estava exausto, não havia dormido nem comido nada, estava com sede e como muito medo. Seu corpo doía muito, suas pele ardia ela já não aguentava aquela incerteza. Lágrimas começaram a cair, pela primeira vez na sua vida ela sentira na pele a dor do desprezo, humilhação por ser diferente. O que o medo pelo diferente provoca nas pessoas. Porque simplesmente as pessoas não se sujeitam a procurar saber sobre o que eles temem antes de julgar e condenar. Ela não era um monstro, não era demônio, era simplesmente uma menina que queria ajudar o mundo, que queria ensinar o amor às pessoas, fazê-las entender que o mundo é feito de diferentes. Diferentes espécies de rosas, animais, plantas, montanhas, pessoas, diferentes tipos de seres mas, somente o ser humano sente no direito de julgar o diferente.

Urbi começou a soluçar e sussurrar para si mesma. Eu sou um ser humano. Não sou um monstro. Por favor eu sou um ser humano. Mustafá entrou novamente com sua xícara de chá nas mãos mas daquela vez ele levou uma garrafa de água. Bebericou de seu chá e ofereceu água a Ubi. Ela não negou, estava morrendo de sede.

Enquanto ele colocava água na boca da sua vítima, ele analisava cada traço do seu corpo cada movimento de sua boca. Ele começou a sentir algo diferente, um sentimento de posse, de dominador, de querer tomá-la para si mas, seu ego logo tratou de o acordar. Ei Mustafá,acorda, lembra ela não é mulher, não serve para você. Lembra do seu propósito, não deixe se enganar. Eles fazem isso para te desviar da sua missão.

Sim, ele não podia se enganar. Jogou a garrafa bruscamente no chão e chutou violentamente o ventre da Urbi, ela gritou de dor, ele chutou novamente, e novamente até se cansar. Ela já não se movia mais, podia estar morta, Mustafá estava exausto, ele babava e rugia igual um cão raivoso de joelhos no chão com as mãos segurando as pernas da Urbi.

Ele chorava, não queria ter sentido aquilo, só queria que sua pequena Bella não tivesse morrido, ela era inocente e eles iriam pagar.Levantou-se e olhou para a albina desfalecida á sua frente, segurou seu queixo com força e lhe bateu mais e mais vezes, sangue escorria de sua boca e seu ventre. Rasgou as suas roupas e desamarrou-a colocando deitada nua sobre um colchão velho, ele não se importava se ela estava sangrando.

Por mais que ela tentava recobrar a memória não conseguia, seu corpo não movia, nem dor ela sentia mas o mais importante era que ela estava com a sua mãe, as duas eram parecidas mesmo ela sendo uma albina. Sua mãe pedia que ela acordasse, ela precisava acordar, precisava lutar porque ainda não era a hora mas ela não queria.

Os policiais estavam próximos, Marcelo estava eufórico, Savimbi estava logo atrás dele, suas mãos no volante estavam trêmulas, ele precisava salvar aquela menina, ela não merecia morrer daquele jeito.

Dois minutos da casa do psicopata eles estacionaram o carro e chamaram reforço, o carro dele estava ali na frente, a casa era velha mas parecia firme. Tudo estava tapado com madeiras,a porta parecia podre.

Mustafá suava e chorava , suas salivas molhavam o rosto da Urbi. Ela estava inerte mas seu corpo estava quente e suando muito, ele nem se importou do jeito que ela sangrava não sobreviveria nem um dia. Ele não entendi o que estava fazendo, porque estava fazendo aquilo, albinas nunca o atraíram assim mas já estava feito, ele precisava era terminar o trabalho. Limpar o corpo, drenar o sangue e deixá-lo em qualquer lugar. Se descansou no chão ao lado do corpo dela o sangue sujou suas roupas mas ele tinha outra peça no carro, o meu carro, lembrou que o tinha estacionado em frente da casa,não o lugar ideal.

Savimbi e Marcelo cercaram a casa, um ia à frente o outro atrás. Mustafá, fechava o zíper da calça enquanto andava distraído para a porta de frente. Ao levantar o rosto viu um homem armado andando levemente em direção a porta. Ele se escondeu no quarto próximo e espreitou pela janela era um policial, ele foi descoberto.

Ele pensou em abrir a porta lutar com o tipo tomar a arma, matá-lo e fugir mas, seria muito arriscado. Aquele não o momento certo, eles podiam esperar, a polícia ia estragar seu plano.

Marcelo ouviu um momento dentro de casa, ele se aproximou da porta deu um chute arrebentado-a no mesmo instante que o Savimbi arrebentou a porta traseira. Ao entrar ele é atingido por uma cadeira e um vulto saiu correndo para fora, Savimbi atirou contra ele mas não lhe atingiu. Mustafá tentou entrar no carro mas era tarde Savimbi estava perto demais apontando a arma contra ele.

_ Parado. Parado senão atiro.

Ele levantou as mãos mas, não ia se render, tinha que ter uma chance dele escapar.

Marcelo se recuperou do susto e pancada na cabeça, segurou sua arma, foi algemar o psicopata mas antes o seu colega o alertou para tomar cuidado que o homem era rápido e esperto, ele assentiu e caminhou confiante.

Segurou as mãos dele,tirou as algemas colocou na mão direita e dirigiu para a outra mão quando levou empurrão caindo para trás impedindo que Savimbi atirasse no assassino.

Os dois levantaram correndo atrás dele. Mas Savimbi pediu que fosse a procura da Urbi e cuidasse dela.

Mustafá corria desesperadamente, enquanto o policial atirou nele vezes sem conta contra ele, os dois eram rápidos e corriam bem mas, Mustafá conhecia aquela vila melhor que ninguém. Ele não seria preço de jeito nenhum.

Savimbi atirou mais uma vez e passou perto, ele era um policial experiente, sabia que precisava de concentração para atingi-lo. Correu com as todas suas forças para estar mais perto dele, apontou a pistola, imaginou que ele iria tentar esquivar-se, então fez seu cálculo mentalmente e atirou, pau,pau,pau. Um vulto parou deu dois passos, tentou se virar e caiu no chão. O polícia ainda estava exausto de tanto correr, ele não a certeza se era o assassino ali, precisava se certificar. Estava morto, seus olhos aberto mostravam surpresa, ele achava que não iria morrer.

Savimbi sentou no chão com a arma nas mãos tentava recuperar o fôlego, ao longe viu mais dois carros de polícia e ambulância.

Eles demoraram mas ele conseguiu.



Urbi- Massacre de AlbinosWhere stories live. Discover now