capítulo 22

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                               Eva

Chego em casa ainda pasmada com o que aconteceu... obviamente não era o que tinha em mente, eu dei uma opinião e ele inverteu a ordem das expectativas. Eu queria ser testada, eu realmente estou ali para aprender, quero mais, quero correr sem perder nada, mas isso? Começar de uma forma tão responsável? Ele disse que o caso era real, então cabe a mim escolher quem irá ficar com ele, quem será o mais competente! Não, eu não estou me subestimando, mas eu não os conheço, nenhum daqueles advogados a não ser por seus nomes em jornais. "Acha que as coisas caem facilmente do céu menina? Se quer, corra atrás Eva!" Ouço a voz que seria do meu pai me incentivando, resolvo ligar para eles.

- Alô? - a voz da minha mãe soa no telefone e meus olhos enchem de lágrimas

- Oi mamãe. - digo e minha voz já corta, faz mais de um ano que eu não os vejo, meu coração fica apertado de tanta saudade

- Eva minha filha - ela diz e sei que se emociona também, ela é uma manteiga derretida! - Como você está minha jóia rara?

- Bem mamãe, só com muitas saudades! - digo

- Por quê eu tenho a sensação de que está mentindo pra mim filha? - ela diz, droga, minha mãe parece que lê minha mente, sempre foi assim, nunca consegui fazer nada na adolescência escondido dela, é incrível como a mulher sabe o que você está fazendo, planejando ou sentindo só pela sua voz  - Eva, ainda esta ai querida? O que está acontecendo? - pergunta

- Ah mamãe, coisas do trabalho apenas! - digo tentando omitir algumas partes

- Muito puxado meu amor? - questiona

- Nada que eu não possa dar de conta - suspiro - E aí? Como estão as coisas? - questiono

- Tudo como sempre filha, calmaria, trabalho e lareira acesa a noite! - diz

- Sinto tanta falta disso mamãe! Sinto tanta falta de vocês! - digo e simplesmente não aguento, desabo chorando

- Eva, amor não chore, você quer que eu e seu pai façamos uma visita a você e a Cami? É só dizer, pegamos o primeiro vôo pra Alemanha! - ela diz sendo prestativa e compreensível como sempre, respiro fundo me recompondo

- Não mãe, não vai ser necessário, é só a TPM, junta com a saudade e da nesse bebê chorão aqui - falo rindo e limpando as lágrimas que molhavam meu rosto

- Tem certeza que não precisa de nós aí? - pergunta ainda visivelmente preocupada, definidamente eu não sei o que deu em mim para chorar assim com ela na linha, eu nem sou de chorar, ela deve está tendo um colapso nervoso no Brasil agora

- Tenho sim mãe, está tudo bem! - digo - O papai está ai? - pergunto

- Sim, só um momento, vou passar pra ele - ela fala - mas antes, Eva? - me chama

- Sim?

- Eu te amo querida! - meus olhos ficam marejados novamente

- Também te amo mamãe! - digo e a ouço respirar fundo antes de passar o telefone

- Eva? Filha? - ele fala

- Hey papai, como está? - pergunto

- Melhor agora querida, como andam as coisas? - questiona. Sempre vi meu pai como uma fortaleza, o cara é incrível

- Um pouco confusas, mas indo bem pai! - digo em um suspiro - Só liguei para saber como estavam, tenho que começar a pesquisar um caso que meu chefe me passou! - digo

- Tudo bem filha! - responde

- Até mais papai - digo e quando vou desligando o ouço me chamar

- Eva, espere!

- Sim pai, mais alguma coisa?

- Você sabe por que eu sempre te chamei de camaleoa? - questiona me lembrando do apelido que todos os meus colegas achavam engraçado na infância

- Não, por que? - falo

- Por assim como eles você se adaptar bem a qualquer lugar! Você muda suas cores querida, sem perder a essência de quem você realmente é! Por que você sempre sabe o que fazer e como agir! Hoje não te vejo mais só como aquela criança que insistia em ser um camaleão, hoje você é a própria leoa querida, sabe esperar para alcançar sua presa, tem instintos, mas acima de tudo sabe usar sua inteligência, então sempre seja o caçador Eva e jamais a caça! - ele diz, e descubro exatamente por que eu liguei para eles, por que eles sempre sabem exatamente o que eu preciso ouvir - Te amo querida.

- Também amo vocês pai! - digo desligando o telefone. Vou tomar um banho, peço algo pra comer em um restaurante delivery que Cami me deu o número, sento no sofá com meu notebook e o arquivo que peguei do cliente misterioso, pois bem, que assim seja, eu serei o caçador...

A semana passa mais rápido do que o esperado, no entanto foi bastante produtiva, 24 horas não foram o suficientes para mim por dia, procurei tudo o que eu podia para armar a minha própria tese de defesa contra o caso como base para julgar as outras que fossem apresentadas. Acordo atrasada e corro para a empresa, consigo chegar antes do meu horário, quando passo pela recepção sou informada que há uma mulher me esperando, assim que saio do elevador dou de cara com Adeline

- Senhora Adeline? - pergunto assustada e ela levanta-se com uma caixa enorme nas mãos e outra menor depositada em cima desta.

- Oi senhorita Stuart, como vai? - ela sorrir

- Bem, e senhora? - pergunto e ela faz um gesto com a cabeça afirmando que também está bem - Por quê.. - tento perguntar e ela me interrompe

- Por quê estou aqui? Ora criança, hoje é sexta feira, dia do baile, não me diga que esqueceu - ela fala e bato com a mão na testa, puta merda, não acredito que esqueci disso...

Perca o Controle (Livro Concluído - em revisão) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora