Capítulo 71

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Eva

Quando saio do meu apartamento Simon já esta me aguardando. Corremos para o hospital e conseguimos chegar em menos de vinte minutos, assim que adentro a recepção, vejo Jack, pai do Simon e Chefe de segurança do Cross

- Onde eles estão? - pergunto apressada. Meu coração quase sai pela boca... acho que nunca fiquei tão nervosa na vida

- Quarto 302, senhorita Stuart. Primeira à direita. - me diz com paciência e eu praticamente corro no corredor. Respiro fundo assim que encontro a porta, numa tentativa falha de não parecer ofegante

- Com licença - entro após dar duas leves batidas. Todos os olhos voltam-se para mim e coro instantaneamente

- Que bom que veio. - Lici me abraça. Grece e Cross estão sentado juntos de Maria em um sofá no quanto da parede.

- Senhorita Stuart? - uma medica se aproxima e estendo a mão para cumprimentá-la - Muito prazer em conhêce-la, sou Caroline, psicologa da menina Luz, e esse é o seu pediatra, Dr. Wotford. - aponta para o senhor ao seu lado - Achamos que a criança se encontra em um quadro grave de febre emocional e talvez a senhorita possa nos ajudar

- O que eu faço? - pergunto

- Apenas vá vê-la - a médica responde com tranquilida. Me aproximo da cama e a pequena esta de olhos fechado. Suas bochechas estão tão vermelhas que poderia jurar que estava correndo uma maratona. Passo a mão nos seus cabelos, que coincidentemente, lembram muito os meus quando tinha a sua idade, vejo seus olhos abrirem lentamente

- Tia Eva? - sussurra

- Oi meu amor... - digo baixinho me aproximando do seu rosto

- Você foi embora - seus olhos enchem de lagrimas - Eu te procurei tanto, titia. Eu juro que te procurei! - ela fala como se estivesse obrigando-se a explicar algo

- Eu estou aqui agora, querida. - falo alisando seu rosto em uma tentativa frustrante de conter seu choro

- Você não estava quando eu acordei, titia. Só o meu papi estava - diz chorando - Eu olhei em todos os lugares, e você não voltou - as lagrimas rolam pelo seu rosto delicado e sinto meu coração se partir instaneamente - Você não estava la, mas os monstros estavam! Eu ouvi a voz da bruxa a noite toda e você não estava lá para mandar ela ir embora, eu to com tanto medo! - diz chorando e me abraça com força - Não me deixa titia, por favor, não deixa! - ela diz segurando meu rosto e a essa hora eu ja choro compulsivamente - Eu prometo ser uma boa menina como o papi pede, eu juro que junto todos os brinquedos e não derramo mais comida na mesa - fala - só me protege da bruxa tia, se você me colocar pra dormir, ela não vem, você é forte titia, não me deixa... - a criança se joga em meu pescoço e chora compulsivamente. Eu não sei o que fazer alem de abraça-la forte e chorar junto. Eu jamais imaginei que pudesse brotar em meu coração um amor tão forte!!! A ligação que tenho com essa criança é de outro mundo e me deixa sem chão! Olho para o lado e vejo que todas as mulheres presentes na sala têm lagrimas nos olhos... olho para o pai dela, Cross esta tão perdido quanto eu. Um milhão de sentimentos atravessam nossos olhares

- Desculpa... - ele sussura e apenas afirmo com a cabeça...

- Luz... - a chamo e ela finalmente folga o abraço para olhar em meu rosto. - Você é uma garotinha forte, como a tia Eva. Ninguem vai te fazer mal, eu não vou deixar ta? - digo e ela balança a cabeça em afirmação. Limpo seu rosto e a deito na cama. - Agora você precisa descansar

- Se eu dormir você vai embora - fala tentando se levantar, ficando agitada de novo

- Não, eu não vou! Quando você acordar eu estarei aqui, prometo. - digo e ela se acalma

- Ela precisa tomar a medicação oral e nos deixar medir a febre. - A voz do medico ecoa e uma enfermeira me trás tudo em bandeja

- Toma tudinho - digo colocando o comprimido em sua boca e dando agua - Agora dorme princesa. - falo alisando seus cabelos e seu rostinho, enquanto coloco o termómetro embaixo do seu braço... espero um tempinho para ter certeza que esta dormindo antes de retirá-lo - a febre dela ta em 38,5° graus - falo e ouço a sala suspirar

- Eu não tinha dúvidas que o remédio tinha nome e sobrenome - diz a Dra. Caroline antes de pedir licença e se retirar com o restante da equipe...

Alarick

Não demora muito para que minha mãe e irmã retornem para casa, com a desculpa que precisam de um banho... Eva continua ao lado de Luz que dorme profundamente e checa constantemente se sua febre está diminuindo. Levanto-me para me aproximar da cama...

- Obrigada por ter vindo - digo baixo e colocando as mãos no bolso... não estou em uma posição confortável e isso me deixa inquieto

- Se eu podia ajudar, é óbvio que viria! - sua resposta soa seca e ela nem ao menos chega a me olhar... respiro fundo

- Eu sinto muito pelas coisas que disse - falo

- Não, Alarick, não sente! - diz e seus olhos verdes voltam-se para mim - Se sentisse, não repetiria o mesmo erro...não é a primeira vez que me trata como uma mulher sem responsabilidades e já falamos sobre isso - seu tom de voz é duro

- Eva... você mexe demais com a minha cabeça - digo passando os dedos entre meus cabelos agoniado - Eu acabo perdendo a razão - suspiro

- Está dizendo que a culpa é minha por você fazer besteira? - questiona e sua raiva é palpável

- Não. Estou falando que odeio o fato de não conseguir me controlar quando se trata de você. - soo o mais sincero possível e a vejo fechar os olhos e respirar fundo

- Eu não sirvo pra isso... - fala e franzo o cenho sem entender sobre o que está falando - Eu não sirvo para ser a mulher que tenta te fazer mudar de ideia - ela se levanta e começa andar em minha direção - Eu não posso ser a mulher que vai te dar esperanças, se você lutar contra isso, Cross. - seus olhos estão repletos de sinceridade, sinto seu cheiro invadir minhas narinas quando chega mais perto - Eu não posso ser a mulher que te perdoa, todas as vezes que você age como um babaca! Não estamos em um filme - diz e respira fundo - Ou você me quer, Alarick, ou me deixa ir. Eu não crio joguinhos, Cross... eu os destruo. - sinto todo o poder que essa mulher tem sobre mim e não sei se isso me assusta ou me fascina - E não deixe que essa criança sofra ficando longe de alguém que a faz bem, só porque você não sabe abrir mão da merda do seu controle. To cansada! Cansei de você e de sua disputa de ego! - respira fundo - Olhe bem pra mim, se tem alguém que tem a opção de escolher aqui, essa pessoa sou eu. E no momento, você não é homem suficiente pra mim! - sua voz soa tão firme que posso sentir o soco no estômago que acabou de me dar, ela voltar para seu lugar ao lado de minha filha...e tudo que sinto estável na minha vida, desmorona. Eva Stuart precisa ser minha!

Perca o Controle (Livro Concluído - em revisão) Where stories live. Discover now