capítulo 35

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                                           Eva

Após contar com detalhes, tudo que aconteceu a Cami, encho a banheira, e tomo um banho relaxante. Preciso trabalhar! Volto o dia todo para estudar o caso que irei julgar, quero dizer, ao menos o que eu iria, até ontem, suspiro exausta. Já são 01:00 hrs da manhã, não comi nada, trabalhar é a melhor forma de não pensar em coisas indevidas, e faço isso melhor que ninguém

- Fiz aquela torta de frango que você adora, come um pouco antes de dormir - Cami fala colocando a cabeça para dentro do quarto

- Pensei que já tinha ido. - digo estranhando o horário

- Não, sei como você fica quando resolve fazer maratona de trabalho, fiquei por aqui e ajeitei seu apartamento, que sinceramente, estava um lixo. - diz e levanto para ir até ela, que abre espaço. Vamos até a cozinha e me sento no balcão enquanto ela põe um pedaço da sua torta maravilhosa e me entrega.

- Não precisava loira, obrigado. - digo

- Medusa, qual é? Cadê a mulher extremamente decidida que eu conheço? Não acredito que esta tão pra baixo por ter dormido com aquele gostosão. - bufa sem compreender

- Ele é meu patrão! - afirmo com obviedade

- Sim! Ele é o seu patrão, maior de idade e ate onde eu sei, com as questões mentais todas em ótima ordem! - fala - Ele não é nenhuma criança Eva. Vocês são dois adultos que se sentem atraídos um pelo o outro, e que em um determinado momento, simplesmente não aguentaram a tensão sexual e se entregaram a ela, foda-se, idai?

- Você fala como se fosse fácil - resmungo

- Mas é! - diz - Tiveram uma noite quente, a qual eu, sinceramente, estou com inveja, e fim. Ponto. Na segunda feira, você será novamente a senhorita Stuart e ele o senhor Cross, será como se nada realmente tivesse acontecido. - diz e sinto um sentimento estranho quando ela fala isso

-Tudo bem, eu posso estar exagerando. - admito

- Graças a Deus, finalmente um ser pensante de volta a esse corpinho maravilhoso - sorrio - agora preciso ir gata, já fiz minha boa ação do dia, já você, poderá ir para o inferno se deixar esse rostinho lindo aqui com olheiras, é um pecado muito grande, preciso do meu sono da beleza. - diz indo em direção a porta e sorrio com o seu bom humor em qualquer situação

- Obrigado loira! - digo com sinceridade e ela me encara segurando a porta

- Pelo o quê exatamente? - pergunta

- Por está comigo, sempre. - ela fica seria, algo bem raro, entra correndo e me abraça

- Eu te amo, você é minha irmã, vou está sempre com você, até quando fizer merda. - fala

- Também te amo. - digo devolvendo o abraço, nos soltamos e ela sai andando

- Agora eu vou mesmo, beijinhos. - fecha a porta. Olho para o pratinho com a fatia de torna, nada da fome aparecer. Me obrigo a comer ao menos um pouquinho, quando termino vou direto tomar banho, me jogo na cama e fecho os olhos. Tudo que eu preciso, é de uma boa noite de sono...

Acordo com o barulho irritante do meu celular tocando

- Alô? - atendo sem nem mesmo olhar quem é

- Oi filha, como está? - ouço a voz serena da minha mãe soar e me aconchego mais ainda embaixo das cobertas

- Oi mamãe, estou morrendo de saudades. - digo com o coração apertado

- Nem me fala querida, por que teve que ir morar tão longe? - sinto sua voz ficar embargada

- "Os mais lindos pássaros, foram feitos para voar" - falamos juntas a tradicional frase do meu pai e sorrimos

- Também sinto falta de vocês comigo mãe - digo com sinceridade

- Eu sei que está a procura dos seus sonhos querida, fico tão orgulhosa de saber o quão forte você é - diz e me sinto mal - Minha criança tão crescida, baby, eu ficaria feliz até mesmo se você quisesse ser atendente do Mc Donalds. - fala e eu sorrio - Desde que sempre saiba o que quer filha, e mesmo quando não souber, saiba o que não quer! meio confuso, eu sei que entendeu - rimos - você foi criada para ser livre, mas minha princesa, preciso saber que você entende que pode voar para seu lar quando quiser, por favor Eva, promete para mamãe que sempre vai vir até a gente quando precisar, nós te amamos filha - a essa altura, nós duas estamos chorando

- Mamãe... - gemo sem conter as lágrimas

- Vem pra casa filha, vem ver seus pais, eu sei que trabalha e estuda, mas pode ser no próximo feriado prolongado, eu só preciso te abraçar minha pequena - diz entre soluços

- Eu vou mamãe! No próximo feriado pego o primeiro vôo para o Brasil! - digo e noto sua respiração começar a voltar ao normal

- Filha, seu pai está aqui brigando por te fazer chorar, mas está com os olhos cheios de lágrimas também - fala em tom de repreensão, mas apenas consigo enxergar perfeitamente o amor entre os dois - Vou passar para ele

- Oi anjinho - ouço a voz da minha fortaleza ecoar

- Oi papai, te amo. - digo imediatamente

- Que maravilha ser respondido assim - da uma risada gostosa - Eu também te amo camaleoa, como andam as coisas? - pergunta

- Indo - falo rápido. Não sou boa em mentir para eles, bem, na verdade, não sou boa em mentir...

- Problemas querida? - questiona

- Coisas do trabalho papai, nada que eu não possa resolver - generalizo

- Tenho certeza que pode. - fala- então ....  será... mas não... tudo bem? - a ligação fica falhada

- Alô? Pai?

- Filha... Eu... A ligação... Tum tum tum. - deixo o celular de lado, levanto e vou até o banheiro fazer minhas higiene matinal, ouço o celular tocar de novo e vou correndo atender

- Desculpa papai, a ligação caiu.

- Peculiar como sua voz soa em outro idioma - Sinto todos os pelos do meu corpo ganharem vida ao ouvir a voz rouca do outro lado da linha

- Senhor Cross... - sussurro

- Bom dia, senhorita Stuart.

Perca o Controle (Livro Concluído - em revisão) Donde viven las historias. Descúbrelo ahora