C A P Í T U L O 6

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— Caramba, Nicholas, isso é roupa demais. — diz Ellen quando saímos da Zara repletos de sacolas — Não acho que tenho muitos lugares onde usar tudo isso.

— Agora não, talvez, mas logo terá. — coloco as sacolas no porta-malas — Quando começar a trabalhar e a fazer o que quer que você veio fazer aqui em Miami.

Ela me olha com o cenho franzido. Eu sorrio.

— Ora, esqueceu que você me disse que tinha um propósito a cumprir quando resolveu vir para Miami?

— Você levou a sério?

— Claro. Tudo o que você fala eu levo a sério.

Entramos no carro e voltamos para a minha casa. Passa das seis da tarde quando chegamos a Miami Beach. Estaciono a minha BMW Z4 preta ao lado dos meus outros veículos e vejo como ela olha embasbacada pra eles. Acho que em termos de meios de transportes estou bem abastecido. Créditos devidos ao meu avô Oliver. Se não fosse por ele e se dependesse do meu pai, eu estaria morando nas ruas com nem mesmo uma bicicleta para me locomover.

— Uau. — Ellen assobia alto quando saímos do carro e ela olha em volta admirando tudo — Você é ou não é um playboy?

— Não sei, acho que sim. Gostou? — pergunto sorrindo tirando as compras do porta-malas.

— O que há para não gostar? Você é podre de rico.

— Também não é assim. — abro a porta que dá acesso à sala de casa — Tenho algumas coisinhas, mas não sou podre de rico.

— Não? E como você chama ter uma casa em Miami Beach e esse monte de carros? São muitas coisas.

— Sim, são muitas coisas. — sorrio — Aah, e não vamos esquecer do meu iate Sessa Fly de 45 pés. — me gabo um pouquinho, de brincadeira.

Contra a vontade do meu pai, meu avô me colocou como acionista na sua empresa. Graças a isso, hoje eu tenho uma boa porcentagem das ações da Hoffman Holdings Enterprises. Isso é suficiente para eu me dar ao luxo de ter o que quiser. E foi isso que eu sempre fiz. De carros a mulheres. Nada me faltou. Nada que o dinheiro pudesse comprar. No início eu fiquei meio na dúvida se aceitava ou não. Queria mostrar aos meus pais que conseguiria me virar muito bem sozinho sem o dinheiro da família. Mas meu avô insistiu. "O que é meu é seu, filho", foi o discurso dele. O que posso dizer? Acho que não sou todos os Hoffmans que são uns filhos da puta.

— Está querendo me impressionar? — ela ergue uma sobrancelha.

— Por quê? Você é impressionável?

— Não dessa forma.

— Boa resposta. — entramos em casa. É totalmente estranho eu fazer isso com uma mulher ao lado. Geralmente somos apenas eu e o Robert quando tenho visita.

Subimos as escadas que levam ao meu quarto.

— Você vai ficar aqui. — coloco as compras em cima da cama — Vou me arrumar em outro lugar.

— De jeito nenhum Nick... — ela protesta, mas de repente para — Ahm... posso te chamar de Nick? Vi que os garotos te chamavam assim lá na ONG.

— Pode me chamar do que quiser.

— Certo. — ela sorri e continua seu protesto — De jeito nenhum Nick. Você fica no seu quarto, na sua cama. Eu posso muito bem dormir no sofá lá embaixo.

— Mas de maneira alguma. Você vai ficar aqui sim. Eu tenho um colchonete que o Robert sempre usa quando dorme aqui. — coço a cabeça — Na verdade, quando dormia aqui depois de alguma briga com a sua mulher.

Reviver (SR #1)Where stories live. Discover now