Prólogo

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Eram nove horas de um sábado chuvoso e Brandie estava encolhida em sua cama, afundada em pensamentos turbulentos

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Eram nove horas de um sábado chuvoso e Brandie estava encolhida em sua cama, afundada em pensamentos turbulentos. Um barulho de vidro sendo quebrado, a fez fechar os olhos e encolher-se entre os edredons floridos e bagunçados, que ficavam sobre sua cama, enquanto ouvia os gritos de seu pai, no andar de baixo, para sua mãe. Sua mente girando, seus ouvidos exigindo total silêncio, só para absorve toda a informação que foi passada para ela desde que acordou.

Olhou para o teto branco, refletido por um único feixe de luz amarela, que vinha do poste da rua calma em que vivia, ouvindo vozes em sua mente, praticamente gritar. Algo dentro da pequena menina procurava saídas. Desde que saiu da sala daquele médico, às duas da tarde, desejava poder olhar para sua mãe e dizer que não passará de um mero engano, e que ela ainda continuava pura. Ainda tinha a necessidade de entender como aconteceu. Bom, saber como aconteceu era óbvio, mas como ela não tomou ciência antes, era o mais estranho para sua mente confusa.

Agora, o que seria dela? Tinha somente 15 anos. E estava, grávida!

Rolou de um lado a outro na cama e parou novamente encarando o seu teto, intensamente branco, ser parcialmente engolido pela escuridão da noite. Pousou a mão direita na barriga e apertou, desejando que aquilo morresse e que sua vida voltasse ao normal.

Ela era apenas o anjinho da família Akash. Uma garota de classe média alta, criada em uma família americana, com sangue indiano correndo as veias. Sua mãe, Lizzie Akash, uma típica americana de 36 anos, casada com um muçulmano de modos tradicionais - o que o tornava um pai rígido perante as leis de sua cultura - que sonhava para com ela, o futuro perfeito. Mas agora, olha o que ela havia causado para si! Trouxe não só a ira de seu pai, mas vergonha e desonra a família perfeita em que vivia. Sentiu as primeiras lágrimas escorregarem lentamente por sua bochecha. Logo outra e mais uma. Quando deu por si, já soluçava sem parar, ouvindo os berros que sua mãe dava no primeiro piso da casa.

Como pode ser tão tola e ingênua?

Abriu os olhos instintivamente, sentindo os pelos de seu braço se arrepiarem, ao ouvir o segundo estilhaçar de vidro e um grito agudo de sua mãe. Seus pensamentos eram tortuosos diante a situação. Brandie só queria que tudo parasse um instante e que pudesse rebobinar para a noite em que se deixou levar pelos desejos dele. Apertou os olhos, os fechando novamente, à medida que seus dedos agarravam sua pele e ouvia os passos pesados na escada. Ainda não compreendia porque se deixou levar pelos desejos de um astro teen. Pelos desejos de Zayn. Brandie queria apenas por um fim a tudo....

Um bater de porta forte na parede de seu quarto, foi o suficiente para ela saber que estava totalmente perdida dali em diante.

(...)

Do outro lado da cidade, Zayn, chegava ao hotel com seus amigos e integrantes de banda, de mais uma noite de show. O menino acabava de deixar o elevador, junto de seus quatro amigos. Andava lentamente para o seu quarto, ouvindo planos mirabolantes, da festa que aconteceria na cobertura do luxuoso hotel. Zayn queria a sua cama mais que nunca, com isso, direcionou-se para o quarto do hotel em que ficará nessas duas semanas na cidade. Parou na porta de seu quarto e olhou para os amigos, sentindo uma mão bater em seu ombro.

— Vamos irmão vai ser legal?! — Louis, o mais velho, insistia para que Zayn os acompanhasse na festa.

— Amanhã Lou. — O menino disse com um pequeno sorriso de lado e fazendo uma expressão sôfrega — Estou exausto e sempre fico estressado quando não durmo bem. — Louis deu de ombros, à medida que revirava os olhos, ouvindo aquele velho discurso do Malik.

Zayn sorriu, sacudindo a cabeça negativo para o amigo, enquanto tirava de seu bolso o cartão magnético da sua porta. Louis retribuiu o sorriso, fazendo um leve bico inconformado, por ser trocado por uma soneca e bateu no ombro do amigo. Logo deixou o lugar e entrou em seu quarto que ficava, a mais ou menos, uns cinco passos largos dali. Zayn passou o cartão magnético na tranca, ouvindo o barulho gracioso do destravar da porta de madeira viva. O hotel era incrivelmente decorado com madeira e pinturas antigas, no qual Zayn havia passado horas olhando, já que sempre fora ligado na arte de grafitar. Sentiu uma vontade súbita de desenhar algo, mas logo passou, sentindo seus músculos se contraírem contra a blusa vermelho vinho que usava e a preguiça dominar seu corpo. Ele estava realmente cansado.

Fechou a porta atrás de seu corpo, à medida que retirava sua blusa, que considerada aos olhos de muitos estava imunda e caminhou para o banheiro, onde tomaria o seu tão amado banho de água quente. Retirou as roupas devagar, se livrando dos jeans apertados com gosto. Apesar de passar de uma da manhã, não via motivos para ter pressa em nada; estava sozinho e não teria que levantar cedo no dia seguinte. Entrou no box, coçando os cabelos e bagunçando-os, para retirar todo o topete que Louise demorou alguns minutos fazendo com fixador de cabelo. Ligou o chuveiro, já regulado para água morna e relaxou seus músculos tensos, ao sentir a água correr por seu corpo magro e moreno. Passou as mãos sobre seu abdômen e subiu ao rosto, jogando a cabeça para cima e fechando os olhos, sentindo a temperatura relaxar seu corpo.

Por um momento se pegou pensando na vida. Na atual vida que levava e acabou sorrindo ainda de olhos fechados, percebendo que desde de 2010, onde ele tinha a total liberdade, era em seu banho. Poderia não parecer muitas vezes, mas para ele que sempre foi muito tímido, ter um foco de pessoas maior que o devido aos 19 anos, era muito estranho.

E muitas vezes incômodo...

Saiu do Box, não ligando para as áreas que molhava, já que a camareira viria cedo para limpar suas bagunças. Apesar de ter morado com mulheres por anos, organização durante as viagens não era seu forte. Deixava este trabalho para as camareiras ou para o Harry, quando dividam o quarto nas viagens uma vez que o mesmo era muito implicante com coisas bagunçadas. Pegou a toalha começando a se enxugar. Quando seco, envolveu-a na cintura e deixou o banheiro descalço, sentindo o fofo carpete entre seus dedos. Andou para o quarto e agachou perto da mala aberta e completamente revirada, ao lado da cama grande de casal, que ficava no centro do quarto, pegando uma cueca branca e uma calça moletom cinza para vestir. Assim que vestido, literalmente se jogou na cama, exausto, suspirando ao sentir a coluna pinicar ao entrar em contato com o colchão macio. Enrolou-se nos edredons brancos e resmungou baixo de olhos fechados. Parecia que o mundo estava o dia inteiro em suas costas. Zayn estava finalizando sua noite.

Lentamente,Malik adormeceu, mal sabendo que sua noite ainda acabará de começar.    

Big Girls Dont CryWhere stories live. Discover now