Preciso

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A noite caiu tão rápido, que ao notar já se passava das sete. Brandie estava parada na porta do hotel encarando o edifício e as garotas que ainda estavam lá - sentadas esperando qualquer um deles aparecer encarando Brandie com olhos curiosos. Se elas soubessem o quanto Brandie gostaria de não ver eles aquele dia! O corpo dela se arrepiava involuntariamente a cada passo mais próximo do hall. Aquela sensação novamente, como se algo ruim estivesse para acontecer. Repousou as mãos na barriga protetora - sem perceber -, e voltou a caminhar para o elevador.

Assim que a porta do elevador abriu no andar indicado, o bebê se remexeu forte, fazendo-a suspirar e parar, antes de ir para o corredor.

— O que há!? — Brandie resmungou e voltou a andar para seu quarto.

Parou na porta já com o cartão na mão e assim que ela foi aberta seu cabelo foi sacudindo por um forte vento. Brandie fechou o semblante com as sobrancelhas unidas e encostou a porta indo para o corredor da suíte apreensiva - não lembrava de ter aberto a janela do quarto. Seus pés travaram ao ver um homem sentado na poltrona próximo a janela aberta.

— Boa noite! — uma fileira de dentes alinhados se expuseram num sorriso amarelo, que logo deu lugar ao cigarro entre os lábios.

Marx se levantou indicando que a menina caminhasse próximo a ele e se sentasse na cama. Assim ela fez, sem dizer nada, mantendo seus olhos presos no homem grisalho. Sentou na cama ereta, a respiração descompassada e uma forte dor que subia pela lateral de suas costas que fazia seu maxilar travar, tenso.

Marx a acompanhou com o olhar, mostrando-se pouco interessado na sua expressão cansada, que por mais que ela quisesse esconder ainda era evidente na linha de seus olhos. Ele sentou novamente na poltrona apreciando o cigarro preso entre o dedo polegar e o dedo indicador voltando-se para a vista da janela aberta antes de olhar novamente para Brandie, tensa sobre a cama.

— Como está? — ele disse suave, Brandie não respondeu, fazendo o homem sorrir de lado e tragar o cigarro — Soube que hoje é seu aniversário? Vim trazer um presente para você! — Brandie conseguia ver falta de emoção na voz dele se esvaindo como a fumaça solta na fala.

Ela queria gritar que não queria nada dele, porém percebeu que seria desnecessário gastar sua energia com aquele homem. Corrigiu a postura e largou a respiração que estava presa em seu pulmão dolorosamente. Marx se moveu na poltrona, largou o cigarro sobre o cinzeiro despreocupado e voltou a atenção para ela.

— Você sabe Brandie — disse ele — desde que você chegou tudo tem se tornado um caos. Os garotos brigam, a imprensa quer saber da sua vida. Quase vazaram fotos de você e do Zayn abraçados.

— Fotos?! — Ela mal se lembrava da última vez que esteve abraçada com ele.

Marx a encarou. Um estranho olhar curioso brilhava enquanto a mente de Brandie trabalhava lembrando daquela noite, daquela tarde. Sua cabeça latejou.

— Parece que se recordou? — ele disse — Mas não vim aqui lembrar de seus dias apaixonados Senhorita Akash — Marx cruzou a perna, apoiando apenas o pé no joelho. — Vim aqui para te propor algo. Como disse, as coisas estão complicadas desde que você chegou. Sorte que a imprensa é bem manipulável e sobre dinheiro eu entendo. — o mais velho se recostou, continuando - Então Brandie, nos últimos dias eu estive com seu pai — Brandie se engasgou. Marx pareceu não se importar — Ele é um homem mal, Brandie! As coisas que ele me propôs... — a frase do homem morreu enquanto um novo cigarro era tragado e um sorriso cortava seu rosto. — Eu não sou um monstro.

Ela respirou profundamente pela boca, sentindo um nó se formar por sua garganta. Marx se virou a cômoda ao seu lado e pegou um envelope branco. Esticou para que ela pudesse pegar, Brandie permaneceu imóvel. Ela estava em total pânico. Piscou algumas vezes, então podendo ver Marx se levantar e colocar o envelope ao seu lado na cama.

Big Girls Dont CryWhere stories live. Discover now