Culpados

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Zayn caiu sentado novamente na cama e bateu as mãos sobre o colo. Agora literalmente estava perdido. Não havia saída, e isso o matava, aos poucos. Saber que não cumpriu com a pequena meta, de ficar fora de encrencas, o fazia gastar suas últimas gotas de pensamento sã.

— Zayn, isso é verdade? — Paul direcionou a atenção ao menino, que permanecerá de cabeça baixa.

Zayn mordeu o lábio com mais força que o devido, deixando o lugar dolorido e encarou Paul, que esperava uma resposta já um tanto exaltado.

— Responde logo!

— Sim, — Zayn disse assentindo — ela era virgem!

— Mas que porra você tinha na cabeça moleque? — Paul gritou, mas perto do menino com as mãos levantadas — Transar com uma menina virgem e ainda sem camisinha. Você tem quantos anos? Quinze?

— Mas que merda, a culpa não foi só minha — Zayn gritou de volta — essa garota não me avisou que não se prevenia. — E levantou apontado para a menina, que corava violentamente e ficou cara a cara com seu gerente da segurança.

Ao ouvir isso, Brandie levantou da cadeira com brutalidade, dando rápidos passos que a levaram para fora do quarto, ignorando por completo as vozes que a chamavam de volta. Ela estava com tanta vergonha que sentia as maças do rosto arder violentamente, que chegava a incomodar. Nunca foi exposta daquele jeito. Em sua casa, sexo era algo somente para adultos e a maioria das vezes, somente homens conversarem entre si em pequenos encontros.

A menina andou pelo corredor com pressa, sempre encarando o chão de carpete vinho. Tinha a vista embaçada pelo choro e a respiração ofegante. Brandie procurava o elevador para que pudesse ir embora daquele hotel. As paredes do corredor a cada hora pareciam afunilar-se mais ao seu redor, deixando-a desesperada para encontrar qualquer coisa que a tirasse dali. Parou na porta do elevador e apertou com frenesia o botão do térreo. Seus olhos estavam ansiosos nos números. A cada andar que se aproximava do longínquo nono seu coração batia mais forte a ponto de ser ouvido. Sua boca estava vermelha, a barra de seu moletom listrado estava começando a se tornar esticada de tanto que a garota o apertava ansiosa entre os dedos. 

Quinto andar; era onde o ponteiro ainda marcava. Ela olhou para o mesmo lado que veio correndo e se arrependeu ao ver Zayn vindo em sua direção... Sexto anda; suas mãos começaram a suar, sua vista era dominada por lágrimas quentes e teimosas. Ela só queria sua casa... Sétimo andar; ouviu a voz de Zayn chamar seu nome fazendo sua carne tremer. A frase de Liam repetia e repetia em sua cabeça a deixando ainda mais zonza... Oitavo andar; era como se as coisas começassem a se tornar cada vez mais estranhas a seus olhos. Mais uma vez, estava sendo traída por seu próprio corpo...

Nono andar.

— Brandie — Zayn chamou mais uma vez, mas ela entrou depressa no elevador se esquivando do casal que saia.

Brandie apertou o botão do térreo e encostou na parede do elevador levando de imediato as mãos trêmulas ao rosto e as parando na boca controlando os soluços do choro que vinham fortes juntos com a respiração pesada. Sua mente estava tão cheia; pesada, que ela mal conseguia focar no real.

Assim que as portas metalizadas abriram ela saiu com pressa, porém teve o caminho impedido por alguém.

— Desculpa — ouviu uma voz masculina dizer.

— Desculpa eu, não — ela se afastou do rapaz e encolheu os ombros — desculpa.

— Tudo bem — o menino sorriu de canto pela afobação dela e encarou suas mãos trêmulas franzindo a testa -— está tudo bem?

Big Girls Dont CryTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang