Alive

0.2

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Os olhos verdes do grande alfa lúpus se abriram lentamente em meio da escuridão, e logo a visão de seu teto coberto pelo reflexo da lua apareceu em sua visão. Seu corpo se arrepiou com o vento gélido que escapava da janela, e logo ignorou, voltando a fechar seus olhos e se aconchegando na pequena cama.

O som dos vagalumes podiam ser ouvidos do lado de fora, e após alguns minutos sentindo seu estômago reclamar, Harry percebeu que a causa de ter acordado foi justamente fome, como quase todas as vezes em que seu sono era interrompido.

Seu corpo estava aconchegado demais para se levantar, a preguiça que se apossava de seu corpo era imensa, mas sua fome como sempre continuava falando mais alto.

Antes de finalmente se levantar da cama para ir comer alguma coisa, acendeu o abajur de cima do criado mudo e estralou facilmente suas costas enquanto se espreguiçava. E então Harry andou em passos preguiçosos em direção da cozinha, onde a primeira coisa que fez foi abrir as portas do armário, arqueando uma de suas sobrancelhas ao não ver nada ali que fosse realmente gostoso, e que pudesse ser suficiente para lhe interessar, a não ser uma caixa de cereal que seus pais haviam o mandado da última vez.

Ele definitivamente não gostava do cereal tradicional, sempre preferiu o de chocolate, porém seu estômago implorava por qualquer algo que fosse comestível no momento. Então ele suspirou vendo que não tinha muita opção no momento, e rapidamente serviu o cereal numa vasilha e adicionou um pouco de leite, indo em seguida se sentar em um dos bancos em volta do balcão.

A vasilha de cereal foi devorada em poucos minutos, e após deixar a louça suja na pia, o alfa soltou um suspiro cansado pelos lábios enquanto encostava na bancada e observava através da janela de vidro localizada em cima de uma bancada e não muito distante da porta e que dava de frente pra grande floresta.

O grande espaço estava deserto e vazio, como sempre. Não era como se ele esperasse grupos de pessoas aparecerem ali, e ainda mais, ele pedia para que isso não acontecesse, por motivos óbvios. Mas as vezes o lúpus se sentia tão solitário, que pensava que seria bom ter alguém para conversar. Talvez um cachorro seria uma ótima campainha já que ele não tinha muita paciência e muito menos saco para humanos, eles eram estressados e apresados demais para Harry, e nada interessantes, com conversas e mente vazias, e provavelmente corações destruídos, o que era uma pena.

Os minutos se passaram lentamente, e os olhos de Harry continuavam fixos a mata em sua frente. Mas agora, seu rosto estava com uma aparência tensa, e suas mãos se fecharam em punhos quando viu um movimento estranho e não muito distante dali, e ele acabou prendendo sua respiração involuntariamente. Seu corpo se levantou em um instante e seu cenho se franziu enquanto ele tentava enxergar algo em meio daquela escuridão, o que era totalmente difícil, mesmo com uma visão tão boa que o alfa tinha.

As grandes folhas e arbustos continuavam a se balançar na mesma intensidade, e a ideia de ser apenas um lobo ou roedor havia infelizmente sido descartada.

Segundos depois a movimentação começava a ficar maior, e seus olhos se arregalaram quando ele soltou sua respiração, e sentiu um cheiro extremamente gostoso em seguida. Em poucos segundos ele pode ver uma espécie de mochila grande sendo lançada para fora da mata fechada, pousando na parte mais limpa onde Harry normalmente tirava as plantas para que pudesse preservar seu pequeno jardim que, sinceramente, ele gostava de passar seu tempo.

Após o aparecimento do objeto, para sua surpresa, um corpo apareceu em sua visão. E foi assim que seu peito se estufou de ar, infelizmente se preparando para o pior. O cheiro daquele ômega era extremamente bom, porém a possibilidade dele ser algum fiscal ambiental que o obrigaria a sair da casa, a destruindo em seguida, ou apenas alguém louco o suficiente, que havia aceitado algum desafio idiota dos colegas de entrar naquela floresta não era descartada. E isso seria péssimo de acontecesse, e Harry não iria deixar de usar suas habilidades para fazer o homem sair correndo de seu território.