Alive

0.7

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Harry sentiu seu corpo ficar estático enquanto encarava a mulher parada na sua frente, não sabendo o que falar muito menos o que fazer. Seu coração batia tão rápido em seu peito que ele jurava que em pouco tempo algum osso dentro de seu corpo poderia se quebrar, e sua respiração era tão rápida que ele parecia ter acabado de correr em uma maratona.

"O senhor está bem?" A mulher perguntou apreensiva, tocando o ombro de Harry preocupada enquanto o observava com cautela. Quando o alfa sentiu o toque, abruptamente o mesmo se afastou, fazendo com que a mulher se assustasse e desse um passo pra trás, claramente não entendendo o que estava acontecendo com ele. "Me desculpe se eu te assustei, mas você viu esse menino? Por favor, é meu filho, ele está desaparecido, muita gente já perdeu a esperança, mas eu não... " Ela murmurou baixo pela segunda vez, enquanto uma vontade imensa surgia em Harry de perfurar sua própria garganta com suas unhas de tanto remorço, a culpa cada vez mais tomando conta si.

E então ele olhou para os lados, sentindo sua cabeça começar a girar quando uma multidão de pessoas começou a sair da faculdade que tinha ali perto, fazendo Harry se sentir sufocado, pequeno e vulnerável. Ele começou a ficar ofegante, seus olhos lagrimejam assim como suas pernas tremiam e ele simplesmente não sabia o que fazer, então apenas correu, correu o quanto podia, correu por medo e desespero. Sua cabeça voltou a girar de uma força que ele teve que parar, se apoiando numa parede enquanto sentia uma dor de cabeça tão forte que o fez sentar no chão encardido e começar a chorar.

Ele se sentia culpado. Que tipo de pessoa poderia fazer algo tão ruim quanto o que ele havia feito com Louis? Com que direito ele havia feito aquilo com o ômega? Ele era um lixo, e estava se sentindo como tal, querendo apenas voltar no tempo, ter dito a verdade e tirado Louis dali, o poupando de ter que ficar preso e poupar a família dele de passar por tudo que estavam passando, e em seguida sumir, para não sentir o que era perder uma das únicas pessoas que ele conseguiu aproximação depois de um longo tempo.

...

A noite caiu, e junto a ela veio uma chuva forte que Harry enfrentou enquanto voltava andando para casa, deixando sua moto abandonada na rua por medo das pessoas que estivessem próximas dela. Ele provavelmente levou mais que duas horas para chegar, até porque quando conseguiu visualizar sua casa, o céu já estava escuro, a única iluminação sendo a luz ligada de uma das janelas de sua casa.

Louis.

Ele continuava acordado esperando por Harry, e o alfa apenas soltou uma risada fraca de si mesmo, desacreditado como ele poderia ser uma pessoa tão horrível daquela forma com uma pessoa tão doce como ômega.

"Harry!" O ômega pulou do sofá, tocando as bochechas leitosas gélidas do alfa que tremia pelo frio, e no mesmo momento seus olhos voltaram a ficar marejados com a visão. "Oh Deus, você precisa de um banho quente, precisa de roupas quentes. Onde você esteve todo esse tempo? Porra, eu fiquei preocupado!"

"Lou, por favor. Eu tenho que te contar algo." Ele murmurou, se perguntando de onde havia surgido tanta coragem para que ele ao menos pensasse em contar ao garoto,  que a esse momento já puxava o alfa até o pequeno banheiro da casa enquanto resmungava sobre o quanto Styles havia demorado, e que aquilo não deveria acontecer de novo. "Por favor, eu preciso falar..."

"Você pode falar o quanto quiser, depois que tomar banho e estiver com uma roupa quente, até lá você fica calado!"  E dito isso Louis se afastou, dando privacidade para que o alfa pudesse tomar banho. Afim de aproveitar o tempo e sabendo o quanto Harry demorava para tomar seu banho, ele foi até a cozinha preparar um chá para ambos. Afinal, o tempo havia começado a esfriar e não havia nada melhor que uma xícara de chá nesses momentos.