Os amigos de Sempre

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Coloquei Toby deitado em minha cama e deitei ao lado dele, comecei a pensar nas coisas que aconteceram, ainda era dia e já havia visto muito. Estava cheia de perguntas. As Amanda's me chamaram para visita-las a noite, mas algo me chamava para a floresta. O fato de Jack ter me alertado sobre não ir lá só me deixava mais curiosa para saber o que ele estaria me escondendo. Também fiquei imaginando que tipo de acordo ele teria feito com "o garoto da casa da frente", tudo estava cada dia mais confuso e precisava ser cautelosa.

Meus olhos estavam fechados, tudo estava em silêncio, comecei a pensar em todas as coisas, tudo era um grande mistério e tudo que queria era proteger meu irmão e tentar descobrir o que aconteceu a nossos pais. Não poderia deixar isso pra lá, mas também teria que ser bastante cuidadosa ou acabaria voltando para o hospício.

O silêncio era total e uma brisa fria me fez tremer e arrepiar-se, a janela provavelmente estava aberta, abri os olhos, a luz entrava pela janela, o tempo parecia não passar. Caminhei até a janela e olhei pra floresta, um grande nevoeiro tomava de conta e tudo parecia calmo demais, era como se algo estivesse prestes a acontecer. Fechei a janela e liguei o aquecedor, estava gelado demais e a luz do dia era clara. Vesti um casaco preto e um gorro pra proteger minhas orelhas contra o frio, decidi sair dali e visitar as Amanda's, estava ansiosa demais pra ficar esperando o tempo passar e chegar a noite, e também pretendia adiantar aquela visita pra poder espiar o motivo de Jack me querer longe da floresta.

Toby continuou dormindo, aquilo era meio estranho, ele parecia tão sem vida pra idade dele, mas depois de tudo que nos aconteceu não poderia questionar o porquê dele ser assim. Tia Mikaella não estava em casa e muito menos minha prima horrenda, depois do que Jack havia falado sobre "ela não engana ninguém" fiquei mais aliviada por não ter gostado dela.

Sai e fechei a porta, fui pra varanda e antes de descer pra porta das Amanda's, algo no andar de cima me chamou atenção, subi as escadas e descobri uma porta bem lá no alto, estava um pouco aberta e um barulhinho suave saia de lá, me aproximei sorrateiramente e olhei pela brecha que estava aberta, mas antes que pudesse ver alguma coisa a porta se fechou fazendo-me gritar de susto.

— É segredo! – uma voz masculina surgiu atrás de mim. Virei-me e um garoto muito alto estava parado de braços cruzados me encarando de forma avaliativa.

— Érr... – não consegui falar. Ele era bastante alto e magro, mas seus braços e peitoral pareciam musculosos, algo um pouco desproporcional, mas seu rosto era suave de alguém que não faria mal a ninguém. Eu conhecia aquele garoto. — Bobinsky. – falei. O garoto agora parecia confuso e curioso.

— Ãn? Eu me chamo Balt Bonisky. – ele sorriu. – Você quase acertou.

— Incrível. – sussurrei.

— O que?

— Acho que te conheço. – falei, era o mesmo sentimento de quando vi as Amanda's.

— Talvez, você é a garota que estava... no hospital. – ele sussurrou essas últimas palavras. — Se você me conhece, provavelmente não se lembra.

Aquela conversa estava ficando estranha e não queria entrar no assunto, só de lembrar os anos que passei presa me dava arrepios, com certeza conhecia aquele garoto e ele também me conhecia, mas todos ali pareciam estar jogando comigo e não poderia cair naquele jogo já que se eu perdesse isso custaria minha sanidade mental.

— O que você falou que era "segredo"? – perguntei e apontei pra porta.
— Um pequeno segredo para as crianças da vizinhança e claro, não vou revelar agora.

Ergui minha sobrancelha e cruzei meus braços, aquele garoto era muito estranho, mas decidi então descer e encontrar as Amanda's.

— Ok, tenho que ir. – falei.

Coral RosesWhere stories live. Discover now