Introdução ao Terceiro Mundo

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O planeta Terra era nosso mundo conhecido, onde nascemos, crescemos, aprendemos (talvez, se tivermos sorte, amamos) e morremos. É nosso "limite" por assim dizer, mas, mais além, existem outros planetas, outras luas, outros sóis, outras galáxias... E também existem outros mundos. Mundos fantásticos que não conseguiríamos imaginar nem nos nossos sonhos mais brilhantes, onde tudo é maravilhosamente lindo e perfeito, mundos que nunca foram explorados e outros semelhantes ao nosso, e mundos que podem ser piores que nossos mais temidos pesadelos, onde as mais diversas criaturas habitam, criaturas essas que antes existiam apenas em livros de terror, ou até mesmo criaturas que não somos capazes de imaginar. Podemos até mesmo conviver com algumas dessas criaturas sem termos ideia de quem são, ou o que querem, podemos fazer parte dos seus planos mais diabólicos e dos seus desejos mais profundos, podemos até mesmo ser a fonte de energia que muitas dessas criaturas procuram, pois, apesar do sol estar distante, apesar de outras galáxias nunca terem sido exploradas, todos esses mundos, incluindo o nosso planeta terra, estão interligados. E nós, eu, você, não sabíamos disso... até agora.

Antes de abrir os olhos, consegui sentir que o lugar onde eu estava não era muito agradável, o calor era insuportável e minha pele parecia grudenta como se estivesse a dias sem tomar banho. Era meio difícil respirar naquele ambiente e meus olhos simplesmente não queriam abrir, talvez fosse o medo do que estava a minha frente levando em consideração o que estava sentindo em minha pele e o odor horroroso que preenchia o lugar. Talvez fosse outro pesadelo.

Abri os olhos e o que vi não era diferente do que senti. O lugar em que estava era como um dos meus piores pesadelos. Todo o ambiente tinha uma coloração avermelhada, como se fosse um deserto dentro de um fogo intenso. Tentei adaptar os olhos ao ambiente e percebi o quanto ali estava ventando e areia entrava em meus olhos, mas pude perceber o quanto aquele lugar estava devastado, era como se estivesse abandonado por muitos e muitos anos. Tinha casas, tinha carros, mas tudo estava quebrado, sujo, destruído. Não parecia haver pessoas, ou qualquer tipo de vida, as arvores eram secas, totalmente mortas.

— Estou no inferno. – murmurei imaginando como havia ido parar naquele pesadelo.

— Ei, Coral! – me virei rapidamente com o susto de ouvir alguém naquele lugar. – Aqui não é o inferno. – aquela árvore maldita falou. — Aqui é bem pior.

— O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ SEU FILHO DE UMA ... – avancei para atacar aquele garoto que havia me levado para aquela encrenca, mas não conseguia me mexer e o pior de tudo, não conseguia mais falar. Fiquei de olhos arregalados a medida que conseguia me mover novamente e então levei as mãos até a garganta tentando recuperar a voz.

— Você pode se mexer agora, mas vai ter que ficar em silêncio até entender que estou querendo lhe ajudar.

Aquilo realmente só poderia ser o inferno, cai de joelhos e vi as lágrimas pingando no chão. O calor estava me matando, aquele cheiro horrível estava acabando comigo, e eu não sabia o que aquele Carvalho queria comigo. Talvez fosse um demônio que me faria pagar por todos os meus pecados.

— Primeiro, me chame de Car, é mais fácil pra você. Segundo, eu poderia muito bem ser um demônio, mas eles não têm tanta inteligência e beleza quanto eu, e terceiro, você não tem tantos pecados assim, mas devo admitir que tem bastante azar por ser quem é.

Ser quem sou? Aquilo realmente era verdade, eu era amaldiçoada, todos perto de mim se feriam, ou simplesmente sumiam, talvez todos estivessem indo embora para não ter que sofrer consequências maiores só por eu ser quem eu sou.

— Não vamos fazer disso um drama, certo? E vamos logo, quando fica noite isso aqui fica bem pior. – Car falou e olhou para os lados como se estivesse observando algo.

Levantei e também olhei ao redor. Aparentemente já era noite, mas não era, o ambiente continuava com tom avermelhado, e não parecia ter vida ali. Mas agora olhando bem, podia ver vultos distantes dentro das casas aparentemente abandonadas, e notava que o tom de vermelho fogo, agora ficava um vermelho escuro. Eu queria gritar.

— E é por isso que você não pode falar, até segunda ordem. Vamos logo, o lugar não é tão longe.

PARA ONDE?

— Veja bem, sei onde seus pais estão, mas minha magia não é forte o suficiente para ao menos chegar próximo de lá, por outro lado, você tem magia o suficiente para mover todos os mundos de lugar se quiser. Você só está adormecida, mas vamos mudar isso.

Não sabia nem o que pensar sobre aquilo que ele estava falando. Eu tinha magia e ele sabia onde meus pais estavam. Car começou andar rapidamente e corri para acompanhá-lo, ele olhava para os lados a cada passo que dava, observei que sua roupa era diferente, ele usava uma calça de couro bem colada, o que achei bastante inconveniente para aquele ambiente extremamente quente. A blusa era branca e folgada parecendo blusa de pirata, e agora parando para pensar com aquele cabelo descendo pelos ombros e bastante bagunçados naquele momento ele poderia muito bem se passar por um pirata mal feitor.

— Vou pensar se te levo para conhecer o mundo dos piratas, apesar de que não o acho tão atrativo como os outros. – Car falou e deu uma olhada para trás me encarando e dando uma rápida piscada, voltando sua atenção rapidamente para a frente.

Aquela árvore idiota não saia da minha cabeça e eu não conseguia falar. Podia sentir o sorriso dele a cada pensamento meu e não poderia nem atacar pelas costas, pois ele sabia exatamente o que eu estava tramando.

— E não existe motivo para você me atacar. – ele parou e correu para trás de um carro destruído que estava na rua, me puxando junto já que eu não fazia ideia do que estava acontecendo.

Ele levou os dedos aos lábios como se pedisse para fazer silêncio, mas minha voz ainda se recusava a sair, em seguida ele apontou para o meio da rua que havíamos acabado de sair.

Uma coisa escura que parecia um vulto se arrastava na rua, mas logo vi que aquele vulto tinha forma, era uma criança, uma criança que aparentava ter menos de 8 anos, e o que mais me deixou horrorizada era que faltava a parte de baixo do corpo dela. A forma parecia ter sido queimada completamente e agora só existia o que sobrou, e aquilo que sobrou se arrastava com dificuldade na rua. Agradeci naquele momento por não ter voz, pois um grito havia se formado em minha garganta. Olhei, com os olhos arregalados, para aqueles olhos verde e escuros que enfeitavam o rosto de Car.

— Seja bem-vinda ao Terceiro Mundo. – ele falou, com um leve sorriso divertido nos lábios. 







Obs* Oi gente, peço desculpas pelo capitulo extremamente curto, mas queria deixar algo para vocês. Não está tão bom como gostaria, mas espero que gostem um pouco e que os façam querer continuar lendo. Obrigada pela paciência de vocês sempre. Até a próxima. 

Obs** Caso queiram, esse é meu instagram de livros ---> @ livrosdaelane  <---- 

Coral RosesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora