18: you wanna kiss him

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— Compra essa pra mim, Appa, por favor! — Hyosun tagalerava arduamente no ouvido do pai enquanto segurava uma barra de chocolate.

Jimin resmungava palavras aleatórias ao ver a garota bufar e carregar o doce junto a si sorrateiramente.

— Você já tem umas três barrinhas dessa em casa, deixa o papai fazer as compras em paz, por favor? — Jimin bufou, pegando uma folha de alface e analisando.

— Mas eu quero! — Ela gritou com os olhinhos cheio de lágrimas, sacudindo o doce pra cima e pra baixo.

— Ah, Sunnie, deixa isso aí, por favor. — Jimin pediu, quase implorando.

Havia ficado sem tempo a semana toda para fazer as compras da casa e precisava aproveitar ao máximo o que podia, e Yoongi não estava em casa, então foi obrigado a levar Hyosun consigo.

Não que ele não gostasse de sair com a filha, muito pelo contrário, ele amava, mas cuidar de uma criança dentro de um supermercado não é uma tarefa fácil.

Você tem que aguentar todos os pedidos de comida e bonecas, o chororô caso não compre e ainda dar um jeito de fazer ela voltar a falar consigo.

— Você é um chato, Appa. — Ela sentou no chão e segurou o doce junto a si.

— O que você está fazendo? — Jimin indagou com o olhar sério. — Park Hyosun, levante agora!

— Anya. — Ela deu um sorrisinho debochado. — Só quando o Appa falar que vai comprar minha barrinha.

Jimin observou a garota ali por um tempo, o que poderia fazer diante da situação? O pouco de dinheiro que havia levado não sobraria para comprar a barra.

— Então fique aí. — Deu de ombros e virou de costas, deixando a garota parada no chão, o olhando de forma indignada.

— Minha chantagem costumava funcionar. — A menor bufou, levantando-se do chão.

— Não mais, Sunnie, não mais. — Jimin soltou uma risada enquanto empurrava o carrinho. — Seus tempos de me fazer de trouxa já passaram, agora você vai iludir seus amiguinhos da escola.

— Ah, Appa, por favor! — Ela correu na sua frente com a barrinha em sua direção. — Esse é versão especial, tem embalagem rosinha.

— Rosinha é como a sua cara vai ficar se você não parar de me encher o saco. — Jimin bufou, a garota prendeu os lábios e seus olhos encheram de lágrimas. — Quando eu te der muitos beijos com esse batom rosa, é claro.

E então seu rosto aliviou-se em um sorriso, Jimin revirou os olhos e puxou a barra das mãos da garota, colocando a mesma dentro do carrinho.

A Park comemorou e abraçou as pernas do papai com um sorriso no rosto, ficando quietinha pelo resto do dia de compras.

Jimin suspirava cansado quando finalmente marcava a última coisa na lista, não eram muitas, mas o local era grande e o ruivo se sentia farto por ter que caminhar tanto.

A fila do caixa não demorou muito - ao contrário do que pensava - havia passado metade da fila com apenas uma pessoa em sua cabeça.

Concluiu que talvez seu extress mental fosse falta de sexo, havia reclamado de Hoseok, mas céus, faziam mêses que não se envolvia com alguém, não podia se dar o luxo.

Mas quando o ruivo pensou novamente em Jungkook usando aquelas malditas roupas quase transparentes que haviam comprado, seu corpo ardia em chamas e autoreagia.

Não era como se Jimin fosse ceder a uma foda com ele, claro que não, era seu chefe, mas tinha total consciência de que gostava do que via em seu torso, e que se em alguma circunstância tivesse a oportunidade sem precisar castigado, com certeza o faria.

Mas a vida era cruel e injusta, sua mente voltou ao estado normal quando se viu encarando o atendente que mantinha uma expressão cansada no rosto.

— Boa tarde. — Murmurou enquanto passava as compras e as guardava na bolsa.

— Ótima tarde. — Jimin sorriu para o garoto que o observou de soslaio. — Mas acho que pra você não é um boa tarde, e sim, um aguente firme.

— Tá ai um argumento legal. — Ele empacotou as coisas e estendeu a palma da mão. — Três mil wons. 

Jimin por um momento, olhou no fundo dos seus olhos e piscou fraco, céus, estava mesmo flertando com um atendente de loja? Há que ponto havia chegado.

O rapaz tinha cabelos castanhos, longas orelhas e olhos grandes, seu sorriso era preguiçoso, sua aparência não era tão ruim assim, certo?

— Appa! — Foi despertado pela voz de Hyosun enquanto a mesma puxava sua camisa.

Jimin pigarreou desconfortável e retirou o dinheiro de sua carteira, pedindo um segundo para procurá-lo, logo depois, pôde concluir sua compra.

— Volte sempre! — O rapaz sorriu e acenou para o ruivo que praticamente engasgou-se com a própria saliva e sorriu de volta.

— Você parecia um bocó. — A garota soltou uma gargalhada alta.

— Ei, oque está falando? — Jimin bufou enquanto a observava indignado.

— Appa, você acha que eu não sei das coisas, mas eu sei, você quer fazer coisinhas com ele. — Ela colocou as duas mãozinhas na boca e fechou os olhos.

— Park Hyosun! — Jimin praticamente gritou no meio do estacionamento. — Você sabe o que é fazer coisinhas?

— É claro que eu sei, você queria dar uns beijinhos nele. — Ela explicou, simples e rápido.

O sorriso de Jimin relaxou novamente, eram apenas beijinhos, que sorte, por pouco sua filha havia perdido sua inocência.

— Eu não quero. — Jimin revirou os olhos e abriu a porta do carro com certo alvoroço.

— Você quer. — Ela cutucou sua cintura. — Papai quer dar beijinho, papai quer dar beijinho! Mas espera, achei que você gostasse do seu chefe.

— Você pode fechar a matraca por dez minutinhos? — Jimin apontou o dedo para a menor que arrastou o indicador de um lado a outro da boca, fazendo um sinal de zíper.

Não demorou muito para que chegassem em casa, Jimin - já exausto - carregava as compras soltando resmungos pelo ar, enquanto Hyosun carregava as mais leves já que sua força era reduzida.

Com muito esforço, tirou a chave do bolso e girou a maçaneta, abriu a porta com certo alvoroço e deu de cara com a figura mais cômica do mundo.

— O que diabos você está fazendo aqui?

°~°

Redemption Onde as histórias ganham vida. Descobre agora