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Nesse momento, quero dar um salto à frente no tempo. Ou, se isso não funcionar, fico com voltar no tempo.

Quero saltar no tempo porque em vinte horas estarei com Taehyung, e estou disposto a pular tudo nesse meio-tempo pra chegar a ele mais rápido. Não ligo se em dez horas eu ganhasse na loteria, ou se em 12 horas tivesse a chance de terminar mais cedo o ensino médio. Não me importo se em 14 horas eu pudesse tocar uma punheta e ter o orgasmo mais revelador de toda a história não registrada. Avançaria à frente de tudo isso pra estar com Tae em vez de ter de me resignar a pensar nele.

Quanto a voltar no tempo, é muito simples — quero voltar e matar o cara que inventou a matemática. Por quê? Porque neste exato momento estou na mesa do almoço e Jungkook está dizendo:

— Você não está empolgado com as olimpíadas de matemática amanhã?

Essas simples palavras — olimpíadas de matemática — fazem com que cada grama de anestesia que já coletei em meu corpo se esvaia imediatamente.

— Puta que o p…

Há quatro atletas de matemática em nossa escola. Eu sou o número quatro. Jungkook e Namjoon são os números um e dois, e para participar das competições são necessários pelo menos quatro membros. (O número três é um calouro cujo nome eu deliberadamente esqueço. O lápis dele tem mais personalidade que ele.)

— Nocê lembrava, não é? — Namjoon pergunta.

Ambos puseram os burgers de carne no prato (é assim que o cardápio da cantina chama os hambúrgueres — burgers de carne), e estão me olhando com expressões tão vazias que juro que posso ver as telas dos computadores refletidas em seus óculos.

— Não sei. Não estou me sentindo muito inclinado à matemática. Talvez vocês devessem me subtrair...

— Só não tem graça. — Diz Jungkook me olhando sério.

— Rá-rá! não era para ter!

— Eu já disse, não precisa fazer nada. numa olimpíada de matemática, você entra como uma equipe, mas é julgado individualmente. — Namjoon tenta se explicar.

— Vocês sabem que sou o maior apoiador de vocês nas olimpíadas de matemática. Mas eu, hã, meio que fiz outros planos pra amanhã.

— Não pode fazer isso. — Jungkook aponta para mim, pensa que está dando bronca, mas na verdade só está me dando vontade de rir.

— Você disse que iria. — Vez de Namjoon. — Prometo que vai ser divertido.

— Vamos nos divertir! — Jungkook fala, tentando me animar.

Posso ver que Jungkook está chateado pois parece que está considerando ter uma breve resposta emocional aos estímulos informacionais que lhe estão sendo apresentados. talvez seja demais, porque ele larga o burger de carne, pega a bandeja, murmura algo sobre multas na biblioteca e deixa a mesa.

Não há a menor dúvida na minha cabeça de que vou dar um bolo nesses caras. A única questão é se posso ou não fazer isso sem me sentir um merda. Acho que é um sinal de desespero, mas resolvo contar a Namjoon algo remotamente próximo à verdade.

— Olhe, você sabe que normalmente eu estaria vibrando com a olimpíada. Mas isso é tipo uma emergência. marquei um... acho que você pode chamar de encontro. E preciso muito, muito ver essa pessoa, que está vindo de muito longe pra me ver. E se houvesse alguma maneira de fazer isso e ir à competição de matemática com vocês, eu iria. Mas não posso. É tipo... se um trem está viajando a 150 quilômetros por hora e ele precisa partir da competição de matemática e chegar ao meio de Seoul em, assim, dois minutos para um encontro, nunca vai chegar a tempo. Então, tenho de pular no expresso, porque os trilhos que levam ao encontro só estão sendo assentados dessa vez, e, se eu pegar o trem errado, vou ficar mais infeliz do que qualquer equação poderia explicar.

don't hug me ♠ yoonseokWhere stories live. Discover now