Fake Bitch • Jikook

14- Eu Vou Estar Lá

Jeon Jungkook

Meu coração acelera com toque de sua boca. Seus lábios são macios e me pego relaxando a medida em que ficamos mais próximos. Apenas deixo Park Jimin me levar, ele coloca uma de suas mãos na minha bochecha e com a outra ele toca o meu pescoço. Me arrepio na mesma hora.

Porra, o que eu estou fazendo?

Me separo dele e o mesmo me olha assustado.

- Me desculpa, Jungkook.- ele diz cabisbaixo.

- Não, não, não. Tudo bem. Não se preocupe.- sorrio.

Passo alguns segundos encarando seu rosto até que sinto um cheiro ruim vindo da cozinha.

- Jimin, que cheiro é esse?- pergunto já querendo rir.

- Ai droga!

Jimin corre pra cozinha e eu o sigo andando, chegando lá, ele tira a tampa da panela e começa a mexer a sopa com uma concha.

- Queimou muito?- falo enquanto me aproximo dele.

- Felizmente não.- ele diz com um sorriso.- Consegue pegar uma tigela pra gente?- afirmo com a cabeça e vou em direção ao armário dos pratos.

Assim que enchemos nossas tigelas com a sopa, fomos para a sala novamente. Nos sentamos no sofá e cobrimos nossas pernas com uma coberta fina.

- Vamos assistir algo?- pergunto.

- Claro. O que você tem em mente?

- Podemos assistir Naruto.- respondo na hora e abro um sorriso.

- Naruto? Tem você tem 23 ou 13 anos?- ele debocha.

- Então coloca o que você quiser.

- Vamos assistir "Orange is the new black".- ele diz e eu apenas concordo. Nunca assisti isso.

A série começa e eu observo Jimin se aconchegar no sofá trazendo sua tigela para perto de seu rosto. Devo admitir que isso foi fofo.

- Jimin!- olho para ele espantado com a cena que vi na TV.- Isso é pornografia lésbica!

- Sim.- ele ri.- Ah, a me desculpa, esqueci que você só tem 13 anos.- ele continua rindo.

- Bem engraçado.- faço uma pausa.- Digo, tudo bem eu assistir isso, mas estou surpreso por você gostar dessas coisas.

- Eu tenho 19 anos, tá?- ele diz confiante.

- Olha! Que adulto!- digo rindo do mesmo.

Voltamos a comer a sopa. Está uma delícia. Park Jimin olha para a TV com a maior empolgação e eu apenas fico o observando.

Estou aliviado por ele estar aqui para ser sincero. Gosto da sua companhia.

- Por que está me olhando assim?- ele pergunta, se virando para mim.

Não percebi quanto tempo passou. Fico confuso sobre qual resposta dar, mas antes de eu falar alguma coisa, ouço o seu celular tocar.

- Alô?

Abaixo o volume da TV e fico em silêncio para tentar escutar a conversa. Ouço bem pouca coisa, visto que os meus sentidos estão fracos. Acho que aquele xarope me deixou mais mole ainda.

Depois de alguns minutos respondendo a pessoa da chamada com respostas curtas, Jimin olha para mim com seu rosto triste e me diz que precisa ir embora.

- O quê? Como assim?- pergunto.

- Eu preciso trabalhar hoje de novo, mas não se preocupe, pode ficar aqui e se recuperar, eu dou um jeito sozinho.- Jimin se levanta do sofá e eu rapidamente faço o mesmo, mas me arrependo segundos mais tarde.

- Não, eu vou estar lá.- digo.

- Por favor, fique aqui e...

- Jimin, não discuta comigo.- brinco para descontrair.- Não se preocupe, eu vou estar lá.- digo mais uma vez.

Ele sorri tristemente, mas é vencido por mim.

- Tá bom. Obrigado.

Não acredito que ele faz tudo isso por medo da própria mãe. Eu achei que o meu pai era o pior do mundo, mas sua mãe é terrível.

Vestimos nossos sapatos e ele me olha estranho.

- Você não está pensando em me levar pra casa, não é?- ele pergunta.

- Eu estava.- digo.

- Não. Eu vou andando. Minha mãe está em casa agora e se ela ver eu chegando com alguém, eu não sei o que pode acontecer.- ele tenta esconder o medo na sua voz, mas ele acaba falhando miseravelmente nisso.

Opto por não discutir com ele e o deixo ir.

- Até mais tarde, então- falo.

- Até.

Fecho a porta do apartamento assim que ele entra no elevador eu corro para o escritório para pegar os meus equipamentos e me preparar para mais uma noite sem dormir. Sinto que posso cair a qualquer momento, mas não tenho tempo para ficar doente hoje.

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