Park Jimin
Fico tenso durante o caminho todo até minha casa, mas tento relembrar a sensação de sentir a boca do Jungkook e isso me acalma. Não acredito que a gente se beijou. Ele vem me ajudando há dias e estamos cada vez mais próximos. Isso me deixa estranhamente feliz.
Mais quase cinco minutos de caminhada, eu finalmente chego em casa. Abro a porta em silêncio, mas dou de frente com a minha mãe logo ali sentada no sofá com as pernas e braços cruzados me esperando.
- Mãe? O que houve?- Me aproximo dela instantaneamente sem refletir sobre isso.
- Você é um inútil.- Ela diz.
- Mas...- antes de eu falar qualquer coisa, ela se levanta e fica cara a cara comigo.
Engulo um seco e sinto meu corpo voltando a ficar tenso.
- Por que não faz o seu trabalho direito, Jimin?
Penso em falar alguma coisa, mas ela é rápida e leva uma de suas mãos até um lado do meu rosto, me dando um tapa que faz um barulho alto.
Coloco minha mão no local e sinto minha bochecha quente. Meus olhos lacrimejam e eu olho para ela sem entender.
- Sua vadia!- ela diz enojada.- Acha que eu não sei o que você anda fazendo?- e rapidamente ela deposita mais um tapa do outro lado.
- Mas, mãe...- tento dizer algo e me olha furiosa.
- Cala a boca!- ela grita.- Eu não sei como você anda conseguindo voltar pra casa cedo, Jimin, e nem sei se quero saber, mas vadias não têm preguiça de trabalhar.- e de novo outro tapa.- Agora você tem cinco minutos para subir, tirar essa roupa e entrar no carro, entendeu?
Confirmo para ela, secando as lágrimas das minhas bochechas que tanto ardem.
Subo as escadas devagar enquanto choro em silêncio. Me sento na cama, escondo meu rosto nas minhas mãos e choro mais. Eu não quero voltar para lá. Talvez eu deva me mudar e morar com meu pai até eu conseguir dinheiro para eu conseguir morar sozinho. Minha mãe está louca, esse trabalho está a deixando assim.
Espero eu me acalmar para vestir a roupa que está em cima da cama. Passo a mão pelo meu cabelo tirando o mesmo da minha testa, fico encarando o teto e pensando em como o Jungkook podia aparecer aqui do nada, não acredito que vou admitir isso, mas esse estranho é a única pessoa que anda me fazendo bem ultimamente.
Sem ficar me enrolando, tiro todas as minhas roupas e me encolho após sentir o vento gelado na minha pele. Coloco o shorts que cobre apenas metade da minha bunda e logo coloco uma regata, calço um tênis branco e assim que estou pronto para descer, ouço o meu celular tocar no bolço da calça em cima da cama.
Por um momento me pego querendo ler o nome do Jungkook ali, mas quando vejo é o meu pai.
- Oi.- falo sem animação.
- Jimin, estou tentando falar com você há horas.
- Ah, eu fui na casa de um amigo, acabei não olhando o celular.
- Não se preocupe, só quero saber se está bem.
- Sim...- meus olhos lacrimejam de novo.- Pai, eu vou morar com você.- digo sem pensar.
- Está chorando? O que aconteceu?
Antes de eu responder, ouço a buzina do carro.
- Tchau, pai, te amo.- e desligo o telefone.
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Mais uma vez estou nessa rua fria e cheia de neblina, com ventos gelados e mal iluminada, observando todos os outros. Me sento na beira da rua, abraçando meus joelhos e olhando para o chão, pensando no Jungkook de novo.
Não sei, mas parece que o fato de ele ser desconhecido não importa mais. Fico imaginando por que ele resolveu me ajudar.
- Jimin, venha aqui.- ouço minha mãe me chamar e meu pequeno sorriso se desfaz.
Me levanto sem um pingo de vontade e ando até ela.
- É este.- ela aponta seu dedo para mim, parecendo estar me apresentando para o homem.
- Humm...- ele solta um gemido e começa a dar uma volta por mim para analisar o meu corpo. Fico desconfortável. Dou um pulo com o susto que levei quando ele deposita um tapa na minha bunda.- Vamos lá então.
Concordo e vou com ele até o seu carro. No caminho olho para os cantos tentando encontrar o carro do Jungkook e me alivio ao ver que ele está logo ali.
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Fake Bitch • Jikook
FanfictionEm um dia qualquer da sua vida tediosa, Park Jimin é surpreendido com a atitude violenta e absurda da sua mãe que o força a se colocar no mundo carnal da prostituição, mas o que ele menos espera é se apaixonar por um de seus "clientes", um homem, cu...