Fake Bitch • Jikook

32- Hacker

Jeon Jungkook

Vejo o rosto do Jimin começar a ficar vermelho, ele está triste. O chamo para voltar a se deitar comigo e, assim, ele vem, volto a passar a mão no seu cabelo para o acamar e parece funcionar.

Sabia que o Jimin não tinha uma vida com experiências boas, mas nem de longe eu imaginaria que ele já passou por duas depressões, não consigo pensar no quão forte ele tinha que ser. Agora eu entendo o motivo de ele ser solitário e eu me sinto culpado. Seu pai está certo de querer fazer algo contra a mãe dele.

Todas as minhas mercadorias não tinham para onde ir e suas vidas eram imprestáveis, mas eu sei que o Jimin pode sair disso. Ele é incrível.

Caralho.

Eu não tenho mais dúvidas de que sinto algo, Park Jimin mexe comigo de um jeito que me faria fazer muitas besteiras na vida por ele, eu não gosto disso. Há anos eu não fico vulnerável, talvez minha melhor opção é vendê-lo logo para passar essa coisa. Nesse ramo nós não podemos ter pontos fracos.

Falando nisso, eu estou preocupado com aquele garoto magricela que conseguiu fugir, não vi movimentos estranhos até agora, ele deve estar tramando algo já que o Taehyung matou o chefe dele, eu sei que isso não vai ficar de graça. Preciso tomar mais cuidado com o Jimin por aí.

- Jungkook.- ele me chama me tirando do transe.- Agora que eu contei um pouco sobre mim, por que não me conta mais sobre você?

Fico nervoso. Achei que ele já tinha desistido da saber mais sobre mim.

- O que você que saber?- pergunto para ganhar tempo para pensar.

- Do que você trabalha?

Engulo algo ruim da garganta instantaneamente.

- Sou um hacker.- digo sem pensar.

- Hacker?- ele se assusta.

Ao menos isso não é mentira.

- Sim...- digo com medo de ele querer ir embora.

Seus olhos olham para o meu peito e ele fica pensativo. Começo a suar frio, é a primeira vez que não tenho ideia de como ele vai reagir.

- Agora faz sentido todos aqueles computadores no seu escritório.

- Você entrou no meu escritório?- pergunto incomodado.

- Entrei...- suas bochechas coram de novo.- Como você ganha dinheiro com isso?

- As pessoas me pagam quando querem descobrir algumas informações.- parte disso também não é mentira. Estou me saindo bem.

- Foi desse jeito que conseguiu o meu número, seu esquisito?- rio do modo como perguntou.

- Foi.- mais uma verdade.

Fico aliviado ao ver que ele já está melhor.

- Não vai ficar bravo, não é?- digo.

- Não. Você só é um estranho que do nada conseguiu os meus dados, ficou me seguindo, invadiu a minha casa e que eu deixei tirar a minha virgindade.

Penso em fazer piada com a última coisa que ele falou, mas ele percebe o que disse sozinho e esconde o seu rosto com a coberta. Isso me faz rir.

Apesar de ter sido engraçado, muitas coisas estão em jogo por causa disso.

- Não tenha vergonha, isso foi fofo.- nem eu acredito no que acabei de dizer.

- Não é legal ser virgem aos dezenove anos.- ele diz ainda debaixo da coberta.

Rio de novo. Puxo a coberta e fico embaixo dela junto com ele, puxo o seu corpo para cima até o seu rosto ficar em cima do meu.

- Não tem nada de errado de Jimin, além do mais eu fico feliz de ter sido o primeiro.- outra verdade.

- Por que ficaria feliz?

Meus batimentos aceleram com a sua pergunta. Engulo mais uma vez algo ruim na minha garganta e deixo o tempo passar sem dar uma resposta.

Talvez porque eu esteja me apaixonando por você.

- Por que eu não ficaria feliz?- rebato.

- Eu não sei.- sua resposta é rápida- Mas eu fico feliz por ter sido você.

Seus olhos estão brilhando agora. Como ele é lindo.

- Jimin.- sussurro.- Eu...- paro de falar.

- O quê?- ele insiste, o seu olhar é esperançoso e isso me faz querer admitir logo para ele.

Mas eu não posso.

- Eu...- penso em uma desculpa.- Vamos pedir uma pizza?

Seus olhos não escondem o quão desapontado ele ficou de ouvir isso, mas mesmo assim, um sorriso é forçado a aparecer.

*****