Fake Bitch • Jikook

62- Fuga

Jeon Jungkook

Olho mais uma vez para a janela e a visão da noite me assombra de novo.

Ainda não tive notícias do Namjoon ou do Jimin. Eu não aguento ficar mais parado aqui. Aperto a aliança do Jimin na minha mão e tento não pensar em coisas ruins.

Só de lembrar do olhar dele sobre mim, sinto um aperto enorme no meu peito.

- Sr. Jeon, é hora dos seus remédios das nove horas.- a enfermeira entra no quarto me assustando.

- Eu já estou bom o suficiente para poder ir embora?- pergunto, ignorando a sua fala.

- O Doutor Kwan ainda não permite a sua alta, Sr. Jeon.- ela é direta.

Sem opções, ela coloca na palma de uma das minhas mãos um copinho de café com três comprimidos e me faz engoli-los. Em seguida, tomo um copo de 100ml cheio de água. Me extremesso com o líquido gelado entrando no meu corpo.

- Obrigado.- digo por fim e ela sai da sala, deslizando o dedo pelo interruptor de luz e deixando o quarto iluminado somente com meia luz.

Eu preciso sair daqui.

Aperto os meus olhos, forçando a minha cabeça a pensar, mas nenhuma ideia aparece. Eu realmente reconheço que não estou em condições de levantar dessa cama, porém o Namjoon não me deu sinal de vida até agora e o Jimin está exposto lá fora sem proteção.

Me sinto tonto por causa dos efeitos dos remédios e os meus olhos já não aguentam mais ficar abertos. Tento ficar consciente. Levo uma mão para a seringa de soro do meu braço e faço força para manter a visão clara, mas essas drogas são fortes demais e eu apago antes mesmo de um dos meus dedos tocarem a agulha.

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Acordo erguendo uma pálpebra de cada vez, meu corpo dói. Quando finalmente abro os meus dois olhos percebo que o quarto continua escuro, o andar do hospital está em um total silêncio e o único barulho que eu escuto é de uma moto passando na rua rápida ao lado.

- Bom dia, flor do dia.- ouço uma voz familiar.

Taehyung.

De uma hora para outra, a luz do quarto se acende por completo e isso acaba machucando os meus olhos. Segundos depois, meu cérebro finalmente acorda de vez e me decepciono ao ver que nem o Jimin e nem o Namjoon estão aqui.

- Oi, Tae...- tusso por causa da garganta seca.

- Você parece que morreu e voltou.- ele diz.

- É bom te ver também.- reparo um sua movimentação e vejo que ele está com a aliança do Jimin em mãos.

- Então é verdade, não é?- ele fala, triste.

- Como sabe?

- As notícias correm, principalmente quando é o filho do chefe que faz besteira.- Taehyung devolve o anel para as minhas mãos.- Mas eu vim apenas ver como você está.

Reparo em uma mala preta de porte médio aos seus pés. Ele estava em trabalho. Reparo que a sua bolsa de mão está aberta em cima de uma das cadeiras e rapidamente  olho para a mesinha ao lado da minha cama. Vejo o estojo pequeno do Taehyung aberto, deixando a mostra as suas seringas organizadas, com uma delas totalmente vazia.

- O quê?- ele cruza os braços.- Eu não ia esperar você acordar.

- É que o meu corpo já não está drogado o suficiente.- digo na ironia.

Ele solta um risinho. Seu corpo se move para mais perto da cama e consigo ver dessa vez com todos os detalhes a sua cara abatida.

- Foi você quem fez isso, Taehyung?- chamo a atenção dele, visto que não tenho suspeitas de mais ninguém para ter me envenenado.