Capítulo 1 - Dia complicado

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Brenda Walker

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Brenda Walker

Quarta-feira

            O céu não está tão bonito, quanto se espera para um início de tarde de uma quarta-feira. Segundo as informações climáticas que foram passadas pela televisão, o certo seria encontrarmos um céu azul e ensolarado, que apesar do clima frio, não nos deixaria congelar enquanto estivéssemos em lugares abertos.

            As minhas madeixas rosadas precisavam de um pouco de sol. Não que eu não gostasse delas da maneira que estavam, em um tom quase pink, porém um pouco desbotado, mas adorava o efeito da luz solar neles, os fios chegavam a brilhar.

            Caminhava normalmente fazendo o mesmo trajeto de sempre. Do colégio para casa. Não entendia exatamente porque eu era uma das últimas pessoas a irem embora sempre. Talvez por me perder dentro daquela imensa biblioteca e me enterrar dentro daqueles livros.

            Poderiam me achar estranha, e eu sei que achavam, principalmente por eu ser a menina nova no colégio onde todos se conhecem há dois anos, mas não poderia ser tão ruim, ou poderia?

            Andando pela rua de asfalto, analisava todas as casas. Analisar os detalhes era uma das minhas coisas favoritas para se fazer. Imaginava dentro da minha cabeça um cenário para um novo livro.

            As casas eram particularmente iguais, não que fossem totalmente idênticas, não era isso. Mas era como se dentro delas tudo fosse o mesmo. Pelas janelas observava-se um ambiente vazio, uma vez e outra mulheres de uniformes passavam de um lado para o outro.

            Não era exatamente isso que me fascinava, NÃO. Muito pelo contrário, adorava imaginar o que muitas dessas senhoras que vivem limpando casas e cuidando de outras famílias gostariam de ter feito. Elas tinham sonhos maiores? Eu sei que muitas delas gostam do que fazem e gostam de pertencerem a uma nova família. Mas eu gostava de imaginar algo maior. Gostava de sonhar.

            Desamarrotei o meu suéter lilás de bolinhas brancas ao perceber que me aproximaria de um pequeno grupo de garotos, por que não mais infantil? Mas é normal. Eu não queria parecer a menina deslocada, estando no "beco" dos outros como se estivesse adentrando um local que não me pertencia.

            A verdade era que eu odiava passar por meninos estando sozinha. Não que eu tivesse alguém para estar comigo naquele momento, nenhuma amiga. Mas até a minha irmã de dez anos seria uma boa companhia para aquele momento constrangedor.

            Apesar de estar há pouco mais de uma semana no colégio novo, tinha a sensação de que aqueles rostos fossem familiares. Talvez das outras turmas de terceiro ano. Eram quatro meninos, tentei não olhar, tentei não notar os detalhes, mas eu notei, afinal, essa sou eu.

            O mais alto tinha os fios encaracolados num tom escuro de castanho. Estava vestindo uma camiseta branca e uma bermuda amarelo queimado — que por algum motivo a cor estava na moda, nunca havia reparado tanto nas pessoas utilizando aquela cor —. Não conseguia reparar em seus olhos, já que ele estava de lado e pela distância que me encontrava não era possível notar.

Quando O Seu Coração Chamar | TEMPORADA 01Onde as histórias ganham vida. Descobre agora