Mistaking

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– Seth, meu amor, se acalme, por favor. – falei, pegando seu rosto entre minhas mãos e o fazendo me olhar nos olhos.
– Lavine, se afaste. – ele tentou tirar minhas mãos de perto dele, mas insisti.
– Seth, não pode se transformar aqui. – sussurrei. – Por favor, se está com raiva de mim, grite comigo, faça qualquer coisa, menos se transformar aqui agora. Não pode revelar seu segredo.
Ele olhou nos meus olhos, e fiz os mesmos implorarem, e percebi que seus tremores começaram a diminuir.
– Bom garoto. – me estiquei e beijei-lhe na bochecha, caso ele não me quisesse mais.
– Eu não estou com raiva de você, Lav. – ele me falou, pegando em minhas mãos que estavam em seu rosto e entrelaçou nossos dedos. – E jamais gritaria com você. Eu só...
Ele se interrompeu, fechando os olhos e respirando fundo, parecendo tentando se controlar. E talvez estava mesmo.
– Você só...? – o incentivei a continuar, e soltei uma de suas mãos para afagar seu rosto. Automaticamente ele relaxou ao meu toque e sorriu de lado.
– Eu só... – com essas duas palavras, ele voltou a ficar mal humorado. – Não quero mais ver esse garoto perto de você. Ou eu não conseguirei me controlar. Não tenho tanto controle sobre virar lobo se eu me enfurecer.
– Seth, não faça isso. – pedi, com meus olhos marejando. Só a ideia de ele se machucar tentando machucar Jackson, me dava um aperto no coração. Eu não queria perder ele. – Por favor. Por mim.
– Eu vou tentar. – ele procurou me acalmar com essas palavras, vendo o estado que eu estava. – Mas não prometo nada. Por que você quer me proteger tanto?
– De repente, a vida me afasta de todas as pessoas que eu amo... eu não quero que você seja o próximo.
– Nada vai acontecer comigo, meu amor. – ele falou me abraçando. Apesar da pequena tensão que havia entre nós, eu senti um prazer quando ele me chamou de amor. – Você nunca vai me perder. Entendeu?
Assenti, sem ter confiança na minha voz, pois eu estava com um enorme e terrível nó na garganta.
Senti meu celular vibrar no bolso, e depois gritar One Way Or Another da One Direction.
– Eu acho que é para você. – falei após olhar no identificador o nome da Sue.
Ele pegou e atendeu.
– Alô?
– Filho, aonde vocês estão?
– Estamos na praia, mãe. – ele respondeu. – Eu te deixei um bilhete avisando que voltaríamos logo.
– Esse “logo” está as cinco e meia, e agora são sete horas!
Ele arregalou os olhos e olhou para o relógio.
– Estamos voltando, a gente chega aí logo, está bem?
– Claro, querido. Apenas tomem cuidado, tá?
– Sem problemas, mãe.
– E cuide de Lav. – ouvi ela falar.
– Com a minha vida. – ele prometeu, me olhando nos olhos. Senti minhas bochechas formigarem, e eu tinha certeza de que estava vermelha.
– Juízo e não demorem. Tchau.
– Tchau, mãe.
Mordi o lábio enquanto ele finalizava a ligação e me entregava o meu celular de volta. Nossos olhos estavam conectados, me deixando muito envergonhada, mas eu não conseguia desviar nosso olhar. Era como se ele tivesse uma corda que não me deixava escapar. Ahhh, eu já vi isso antes!
– Vamos, então? – ele quebrou o silêncio.
Eu apenas concordei com a cabeça, e ele segurou minha mão enquanto fazíamos o caminho de volta.
Eu não podia estar me apaixonando novamente! Depois da primeira vez que quebrei a cara desastrosamente, prometi a mim mesma que nunca mais me apaixonaria de novo... e cá estou eu, derretida feito uma boba por palavras e por um olhar arrebatador. Por que eu tenho que ser assim? Por que apenas não consigo mandar no meu coração? Eu sou uma pessoa que se apega fácil a pessoa que gosta, e isso me machuca quando tudo acaba, como aconteceu com Jackson.
– Você está assim pelo o que eu falei? – Seth me tirou dos meus devaneios cheios de drama.
– Oi? – perguntei confusa, meio desnorteada.
– Você está assim pelo o que eu falei? – ele repetiu, provavelmente achando que eu estava fugindo da sua pergunta.
– Não. – suspirei, e ele parou de andar, e eu automaticamente fiz o mesmo. Ele segurou minhas duas mãos nas suas, e me encarou.
– Seja sincera. – ele me pediu, e eu senti que não conseguiria mentir para ele.
– Eu estou. – respondi. – Não me leve a mal, estou muito feliz por ter você. Mas... Eu tenho medo de me machucar como da última vez. Eu...
Interrompi-me, sem mais saber o que dizer. Talvez esse pouco já falasse tudo. Eu não queria chateá-lo, e nem desanimá-lo, mas precisava ser sincera se quisesse ter uma relação saudável. Era uma das coisas que eu mais prezava: a sinceridade.
– Minha pequena, eu te prometo: jamais te magoarei como ele fez. Eu pretendo ficar com você o resto da minha vida, enquanto ambos vivermos. – ele começou. – Jackson é apenas um canalha que te magoou. Você não teve culpa de se iludir. Foi seu primeiro amor, e isso acontece. Mas eu não faço isso. E nunca vou fazer com você, não precisa ter medo.
Suspirei, engolindo o choro. A dor em meu peito denunciava o quão seria dolorosamente ruim eu me iludir e quebrar a cara uma segunda vez. Eu me apego facilmente as pessoas, e odeio isso.
– Você promete? – perguntei, com os olhos cheios de lágrimas. – Promete que nunca vai me magoar?
Eu tinha em mente que isso seria meio que impossível.
– Nem se eu quisesse. O imprinting não deixa nós te ferirmos de jeito nenhum. É como se arrancasse uma parte da gente.
Dei um sorriso fraco, e nos abraçamos ao mesmo tempo. Seus braços se apertaram ao redor da minha cintura, e ele descansou o queixo no meu ombro. Passei os braços ao redor do seu pescoço, precisando ficar na ponta dos pés para ficar mais confortável. Apesar de ser uma loba, não tive um surto de crescimento.
– Eu quero te pedir algo antes de voltarmos para casa. – murmurei, e meu coração acelerou apenas pelo fato de eu estar sendo cara de pau o suficiente para pedir isso. E daí que estamos namorando? Eu ainda tenho uma vergonha danada dele.
– Peça o que quiser. – ele falou baixinho, e sua voz passou raspando meu ouvido, o que me fez estremecer.
Decidi dizer de uma vez antes que eu perdesse a coragem.
– Me beija. – sussurrei, como uma exigência, e não como uma pergunta.
Senti seu sorriso contra o meu cabelo conforme ele afastava seu rosto do meu pescoço, e o colocava a centímetros do meu, fazendo nosso narizes se tocarem. Fechei os olhos espontaneamente, sendo dominada pelo seu cheiro amadeirado. Encostou seus lábios nos meus, e eu quase me derreti pela maciez deles.
Depois tivemos que ir para casa. No dia seguinte, não tinha escapatória da escola.
– O Clearwater parece ter mudado mesmo depois que aquela aluna nova chegou aqui. – ouvi uma menina conversando com a sua amiga. Não estava muito perto de mim. – Você viu? As garotas antes pediam para ficar com ele, e ele ficava.
– Até eu já tirei uma casquinha dele. Ele é muito gostoso. – a outra falou, e sua amiga riu com ela. – Mas será mesmo que ele não fica mais com nenhuma além da Stewart?
Depois disso não ouvi mais nada. Fiquei chocada com isso. então estou namorando o galinha da escola? Bem que Nessie disse que ele parou de ficar com as meninas depois que me conheceu. Mas quem garante que ele mudou mesmo de um dia para o outro?
– Oi, amor. – Seth apareceu ao lado do meu armário, aonde eu estava terminando de arrumar meus livros para a próxima aula. Ele me assustou, pois eu estava distraída nos meus pensamentos. – Sabia que é difícil pegar um de nós desprevenido? – falou com um sorriso malicioso. – Por causa da nossa super audição. – ele quase sussurrou, com um sorriso divertido no rosto.
– Percebe-se isso. Pegador. – falei e fechei a porta do armário, o deixando sozinho ali.
– Hey, o que houve? – ele perguntou atrás de mim, sua voz soou preocupada. – O que você disse?
– Por que não me falou que antes você era o pegador da escola? – continuei, sem parar de andar.
– E importa com quantas garotas eu já fiquei? – ele perguntou, cunfuso.
– O que importa – falei, parando e me virando para ele. – é que eu tenho um namorado que tem fama de pegador na escola. Como eu posso saber que não sou apenas mais uma?
Ele ficou incrédulo com o que eu falei.
– Eu tive imprinting por você. – ele sibilou, querendo que eu acreditasse em seu amor. – Isso já não basta?
– Eu acho melhor a gente dar um tempo. Eu preciso pensar um pouco. – falei e me dirigi a minha aula.
– Lavine! – ouvi-o falar antes de eu entrar na sala de química.
– Olá, Lav. – Nick falou quando me viu. – Por que não se senta comigo? – apontou para a cadeira vazia ao seu lado.
– Claro. – falei e me sentei.
– Brigou com o seu namorado? – perguntou, e sua voz havia mais interesse do que o necessário.
– Como você sabe? – surpresa, perguntei. Havia apenas alguns segundos.
– Eu também acabei de entrar na sala, e vi vocês dois. – ele encolheu os ombros, parecendo constrangido com isso.
– Sei lá. – suspirei e me encostei na cadeira.
– Vai ficar tudo bem. – ele me assegurou, e segurou minha mão em cima da mesa. Quem passava ao lado de nossa mesa, aposto que nos olhava estranho ou surpreso.
– Obrigada. – agradeci, e segundos depois, retirei minha mão delicadamente. Não era porque eu estava dando um tempo, que eu iria partir para outra.
Eu fui muito ingênua de acreditar que acharia alguém que realmente gosta de mim, ou ter um amor perfeito. Seth não tem cara de ser o pegador da escola. Ele sempre dava atenção apenas a mim quando eu estava por perto. Mas será que o imprinting é do jeito que a lenda diz?
Respirei fundo, meio agoniada. Tornei a me concentrar na professora e as vezes no que Nick dizia.

Você é meu destino (Quileutes - pós Saga Crepúsculo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora