Trying to find my way home

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Eu estava quase terminando um trabalho de português quando alguém bateu na porta. Levantei-me da cadeira da mesa do computador do Seth e fui atender a porta. Fiquei surpresa de ser Jacob.
- Karen me contou o que aconteceu. - ele foi direto ao ponto. - Sinto muito... - ele parou por um segundo. - E vim trazer algo que esqueceu.
Ele me ofereceu uma folha de papel. Eu peguei e dei uma olhada.
Não me contive. Pulei em seus braços de tanta alegria que explodiu dentro de mim.
- Jake, você é um máximo!
No papel havia o endereço de onde a Emma estava, e o nome do orfanato. E todas as outras informações que eu precisava.
- Sim, disso eu sei.
- Só vou deixar essa passar em branco porque você fez isso por mim.
Dei um passo para trás ao mesmo tempo que ouvia Seth chegando.
- Oi, Jake. - Seth falou.
- Oi, garoto.
- Quer entrar para almoçar? - perguntei. - Seth e eu acabamos de preparar macarrão e lasanha.
- Me parece bom, mas não quero morrer intoxicado.
Torci o rosto em uma careta para ele, enquanto ele ria de mim.
- Quando ele fala isso, quer dizer que vai almoçar com outra pessoa. - Seth pôs sua mão em minha cintura, achando graça disso. - Ele, com certeza, não recusaria comida desse jeito. - sussurrou em meu ouvido, certamente sabia que Jake o ouviria.
Eu ri, e ele revirou os olhos.
- Eu gostaria que você ficasse, pois tenho que te contar algo, que pelo jeito Karen não contou.
- Tem que ser agora? - ele choramingou.
- Pelo jeito ele ia almoçar com a Nessie. - Seth disse, ainda em seu tom zombeteiro.
- Bem, você que sabe, mas o que eu tenho para te contar é bombástico.
Ele suspirou profudamente, provavelmente lamentando ter que furar com sua namorada.
- Vão preparando meu caixão. - falou, entrando.
- Pode deixar. - resmunguei rabugenta do modo que ele estava falando da minha comida. Seth fechou a porta e fomos para a cozinha.
Eu ouvi um ronco que mais parecia um trovão.
- Parece que minha comida lhe abre o apetite, Black. - me senti estranha ao falar seu sobrenome, sendo meu também.
- Isso porque estou com fome. - se desculpou.
-Há, me faça rir.
Nos servimos e sentamos para comer.
- Então, o que era tão importante para eu não poder almoçar com Renesmee? - ele perguntou.
- Eu te dei escolha. - dei de ombros. - Mas de qualquer jeito, Karen te contou que eu fui adotada, certamente.
- Sim, deve ter sido horrível. Você vai querer procurar seus pais biológicos, com certeza. - falou cheio de pena. Ah, mas eu ia derrubar isso agora. Não suporto que fiquem com pena de mim.
- Não precisa. - falei um pouco dura, porém não foi minha intenção, e meu tom não o ofendeu. - Ele está mais perto de mim do que mim do que você imagina.
- É o Charlie? - indagou, pasmo.
- Não. É o seu pai.
Ele caiu da cadeira com isso. Levantei-me imediatamente para ajudá-lo enquanto Seth estava espantado com aquilo.
- Como assim? - perguntou, incrédulo.
- Sim, ela falou que está no registro. - confirmei, e o ajudei a se levantar.
- Mas você? - perguntou, descrente.
- Me perdoe por não ser o tipo de irmã que você gostaria de ter. - o soltei de uma vez, e ele caiu com um baque no chão. No mesmo instante, eu me virei de costas para ele, para que não me visse chorar de raiva e frustração.
Pela visão periférica, vi Seth se preparando para levantar da cadeira.
- Não, não foi isso que eu quis dizer, Lav. - ele se levantou rapidamente, tentando se explicar. - Mas... Mas eu não sabia que tinha outra irmã... Eu, eu... Precisamos conversar com Billy.
- Quer dizer que temos outra irmã? - perguntei, maravilhada. Me virei para ele, sorrindo, e as lágrimas de raiva se transformaram em felicidade.
- Temos duas. - falou, sorrindo. - Rachel e Rebecca. Elas são gêmeas e mais velhas... Aliás, a que estava com Paul na noite em que fomos para a praia, é a Rachel.
- Deus! Eu já conhecia a minha irmã e nem sabia disso! - exclamei, chocada. - Que... Sensação... Estranha. - falei, com pausas, procurando as palavras certas.
- Bem, vamos conversar com ele, então. Você vem, Seth? Mas é claro que sim, que pergunta.
- Sim, mas que tal se acabarmos de comer primeiro? - sugeriu meu namorado, que esse tempo todo ficou calado. Assim que ele falou em comida, duas barrigas roncaram em uníssono, e minhas narinas se encheram do delicioso cheiro de lasanha caseira.
- Vamos, irmãzinha. - Jake falou. Sua intenção foi me zoar, mas ele fez uma careta, estranhando me chamar assim.
- Vamos, maninho. - retruquei.
Nos sentamos novamente.
- Achei que ia ter de interferir pelo modo que falou com ela. - Seth falou, sério, para ele.
- Está tudo bem, Seth. - respondi antes dele. - Ele não fez porque quis, não é, Jake? - perguntei, fazendo minha voz ficar dura.
- Sabe que não. - falou, sem se importar com o meu tom.
Comemos e fomos em seu carro. Era inacreditável como eu estava nervosa. Essa sentimento não me agradava muito. Mas apenas o fato de que eu iria conhecer meu pai biológico e que ele esteve aqui o tempo todo me alegra. Isso me faz pensar que talvez eu tenha outra chance na vida com isso. Eu sinto sim muita falta da Carmen e do Jonathan, mas o fato de eu ter estado esse tempo todo perto de alguém do meu sangue me alivia o aperto do peito.
- Será que ele vai gostar de mim? - perguntei, nevosa.
- Ele, com certeza, vai ficar surpreso. - Jake respondeu. - Mas ele já te conhece, eu sei que ele vai te aceitar. E ajudaria se você não estivesse tentando afundar o banco do meu carro.
Na mesma hora eu parei de pular no lugar.
- Foi mal. - falei, um pouco envergonhada. - Eu nem percebo quando essas coisas acontecem. Sempre eu me pego balançando o joelho.
Eles riram, me acalmando e eu me reencostei no banco.
Logo Jacob estacionou em frente a uma casa vermelha que parecia um celeiro grande. Ao lado da mesma havia um garagem.
- Vamos lá, Lav. - Jake me incentivou. - Vai ser legal.
Eu continuei parada, e ouvi Seth abrir a porta e sair. Fechou-a e veio abrir a minha. Sei que eles queriam apenas me ajudar, mas eu estava me sentindo pressionada com tudo isso.
- Vamos, meu amor. - Seth me encorajou. - Billy vai amar você. Não tem como não gostar de você.
Respirei fundo e peguei sua mão esticada - que me incentivava a levantar - e saí. Ele fechou a porta e entrelaçou nossos dedos.
Andamos até a entrada e Jacob abriu a porta.
- Pai? - Jacob gritou. - Está ocupado? Pode vir aqui um segundo?
Meu coração pulou forte em meu peito quando ouvi o barulho das rodas de sua cadeira se arrastando pelo piso de madeira. Logo ele apareceu a vista. E isso bastou para eu ficar nervosa a flor da pele.
- Olá, Seth. Olá... Lavine, certo?
- Certo. - eu mal falei e minha voz saiu completamente estremecida.
- Pai, queremos conversar com você. - falou ele, indo direto ao ponto.
- O que é, filho?
Jake me olhou antes de continuar.
- Pai... Hoje a gente descobriu uma coisa. Um tanto surpreendente. Na verdade muito surpreendente.
Tentei respirar normal. Sem sucesso. Estava ficando ofegante. E foi pior quando isso parece atrair a atenção de Billy.
- E o que seria?
- Bem... Você já me disse o nome do próximo filho que tivesse, caso tivesse, né? - Jake falou de uma vez, e Billy esbugalhou os olhos. - Ou melhor dizendo: ela.
E apontou com a cabeça para mim, me deixando extremamente nervosa.
- Não sei o que fizeram com ela, mas ela foi adotada e esteve vivendo esse tempo todo Los Angeles com os pais adotivos. Charlie a adotou após o fato de ela estar órfã e sofrer bullying chegar a televisão.
- Jake, não estou entendendo. O que está havendo aqui? - Billy gaguejou, e empurrou sua cadeira até estar perto de mim enquanto Jacob terminava de explicar.
- Ela descobriu ainda hoje, com o novo sistema do hospital, que agora guarda informações de todos os lugares do país, que é sua filha.
Quando a lembrança de tudo veio a tona, eu chorei. E de ver meu pai perto de mim desse jeito, me emocionava.
- Jeniffer? - ele me perguntou, olhando nos meus olhos.
- Como sabe meu nome? - sussurrei, surpresa.
- Sua mãe e eu escolhemos esse nome para uma outra filho. Rachel e Rebecca com R e Jacob e Jeniffer com J.
- Bem... Sim, sou eu, Billy. - sorri em meio as lágrimas.
- Por favor, me chame de pai.
- Tudo bem, - hesitei um momento, me preparando para a seguinte palavra. - pai.
Ele sorriu, e eu não tive como retribuir. Ele abriu seus braços e eu aceitei seu convite. Era tão bom isso. Tão bom reencontrar meu pai.

Você é meu destino (Quileutes - pós Saga Crepúsculo)Where stories live. Discover now