Scream - Survival

Letters From The Sky

Na delegacia, o Xerife Nicholas, Pai de Bianca e Amelie, seguia em direção à sua sala portando um nervosismo transparente, carregado com um sorrisinho cínico enquanto era acompanhado por uma mulher. Todos os outros policiais comentavam a cena entre si cochichando, olhando para a moça, uma "forasteira", de aparência elegante com traje social e sapatos de salto cantantes entrando de nariz empinado na sala do Xerife, onde o mesmo abria a porta para ela como se fosse da realeza. Fechando a sala em seguida e calando para si os comentários indiscretos que se intensificaram do lado de fora, deixou com todo o departamento de polícia o mistério que seria discutido por todos nos próximos minutos. "Quem é ela?".

- Por favor, sente-se. -Apontou ele para uma cadeira de couro estrategicamente posicionada, ao dar a volta em sua mesa.

A mulher se sentou colocando a bolsa no chão, esperando que ele se se juntasse a ela. Ele o fez, aconchegando-se diante de sua bagunça pessoal espalhada na mesa, sorrindo feito bobo:

- E então? Já está sabendo do porque pedi que viesse? -Deixou escapar um pouco de tensão.

- Só muito por cima... Mas não foi só por isso que eu vim. -  Ela sorriu de um jeito um tanto diabólico, era encantador, sexy, porém assustador a quem não estivesse acostumado com sua presença. Seu nome é Evelyn. "Detetive Evelyn" como gosta de ser chamada. Ela e Nicholas foram bons amigos quando jovens. Ela entrou para o FBI e se jogou no mundo enquanto ele preferiu a calmaria de Ashville. Ele se casou, teve duas filhas e ficou viúvo. Mas ainda mantinha contato com Evelyn, sua velha amiga. As meninas a conheceram quando pequenas como "Tia Evelyn" ou como a "Morena que era dura na queda". Quando quer alguma coisa, ela consegue. Ou pelo menos é assim que gostava de pensar. Determinada e que não se deixa abalar. Uma especialista em Serial Killers que trabalha na divisão de Homicídios do FBI. Já matou mais criminosos em serviço que o número de sua idade: 44. Quando ela e Nicholas eram adolescentes, os dois tiveram um pequeno acidente numa piscina. Ela não sabia nadar, seus amigos não sabiam de tal fato e a jogaram na água como uma brincadeira. O "Herói" aqui, ao perceber que a mesma se afogava, mergulhou feito um salva vidas de "Baywatch". Fez respiração boca a boca e tudo mais que tinha aprendido vendo seriados de TV policiais. Desde então, ela lhe deve um favor. E aqui está ela pagando a dívida, o encarando como se lesse sua mente, em confiança felina.

- Eu sei. -Disse ele. - Você adora olhar pra minha cara de tonto.

- Não sei de nada quanto a isso. Então, me diga.. "Nick"... Por que eu cruzei dois estados por um velho amigo?

- Graças a Deus você tem estômago para isso. -Bufou ao abrir uma gaveta, retirando dois arquivos espessos, jogando ambos sobre a mesa.

Evelyn pegou o primeiro sem muita pretensão, folheando fotos horríveis de Jill, enquanto ele ia dizendo:

- Esta é... Era, Jill Hardesty. Primeira vítima. 17 Anos. Estava cuidando de duas crianças na noite do crime. A babá foi assassinada na residência em que trabalhava. Motivos? Desconhecidos. Ela não tem ficha criminal e pelo que falei com os pais dela, não usava drogas, isso até onde eles sabem... Então, traficantes estão fora da lista por enquanto.

- Algum namorado? Indícios de relacionamento abusivo?

- Não que eu saiba. Ela veio à delegacia umas semanas atrás dizendo que queria prestar uma queixa. Eu não estava aqui e meu colega que a atendeu no dia, disse que ela não falou sobre o que era. Depois que ele a avisou que seria necessário que os pais dela comparecessem por ela ser menor de idade, ele disse que ela "Mudou de ideia" e foi embora, não revelando do que se tratava e não voltou mais.

- E aí, duas semanas depois ela simplesmente aparece morta.

- Exato.

- Morta a facadas é o que consta aqui.