Capítulo 184

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Três dias depois...

Maju narrando:
Nossas "férias" infelizmente acabaram.
Saímos da casa de Santos bem cedo e caímos na estrada.

Já são 08:45 da manhã de sábado e faltam exatamente 15h e 55 minutos para o ano novo.

Aleluia!

Não vejo a hora de poder começar tudo do zero novamente.

C4: Chegamos morena!
(falou com a voz meio rouca)

Sai dos meus pensamentos e olhei pra frente encarando a entrada do morro do Alemão.

Em questão de segundos todas as minhas lembranças voltaram como flashs.

A Bianca me cortando com um estilete.
O meu pai atirando no C4.
A cena do C4 me traindo com a Raquel.
Eu atirando no D2.

As mesmas sensações...

Era como se eu tivesse subindo o morro pela a primeira vez, o C4 alisou a minha coxa e eu coloquei a minha mão encima da dele enquanto me virava pra encarar ele.

C4: Tá tudo bem?

Maju: Uhum! Eu só tava lembrando da última vez que a gente esteve aqui!
(dei um sorriso fraco)

C4: Tenta esquecer isso tá bom!?
(me olhou e eu concordei com a cabeça)

C4: Tenho uma surpresa!
(sorriu malicioso)

Maju: O quê que é!?

C4: É surpresa!
(piscou e eu revirei os olhos)

Ele abaixou o vidro e encarou os vapores que ficam de guarda na entrada do morro, comprimento os moleques e saiu acelerando morro acima.

Não mudou nada.

Pessoas falando da vida dos outros.
Outras conversando na calçada.
Crianças correndo de um lado pro outro.
Outras jogando bola com alguns vapores.
Os mesmos grupinhos de maria fuzil.
Enfim, o morro continua do mesmo jeito.

C4: Que saudade disso daqui tiw!
(falou alegre e abriu um sorriso enorme)

Ele subia o morro buzinando e os meninos vinham atrás repetindo a bagunça.

C4: VOLTEI PORRA!
(gritou com a cabeça pra fora da janela)

Dei risada e soltei o meu cinto de segurança, olhei pela a janela e vi que o portão da nossa casa já tinha passado direto.

Maju: A gente tá indo pra onde?
(perguntei olhando pra ele)

C4: Porque?

Maju: Ué amor, porque a nossa casa já passou! (falei como se fosse óbvio)

Ele passou três esquinas acima da nossa casa, deu ré e estacionou o carro enfrente uma casa enorme, olhei pra trás e não vi os carros dos meninos.

Tirou a chave da ignição e desceu do carro, deu a volta e veio abrir a porta pra mim.

C4: Vamos madame? (esticou a mão)

Maju: Meu Deus! É muita curiosidade!
Você ainda vai me deixar louca!
(revirei os olhos e ele deu risada)

Ele abriu a porta de trás e eu fui ajudando o Teteu a descer enquanto ele pegava a Lice.

Maju: Caraca! Não demora amor...
(bati o pé no chão agoniada)

Ele deu risada, fechou a porta e veio andando em direção ao portão preto da tal casa, enfiou a mão no bolso direito da calça jeans e tirou um chaveiro preto que tinha três pingentes (M,J,C) cada um com uma chave.

Ele escolheu a chave do pingente M e encaixou na fechadura do portão, abrindo ele logo em seguida.

C4: Segura a Lice aqui!
(pediu e eu concordei com a cabeça enquanto pegava ela no colo)

C4: Agora fecha os olhos!

Maju: O quê? Pra quê?

C4: Só fecha tiw!

Maju: Que saco em...
(bufei enquanto fechava os olhos)

Escutei um barulho e logo em seguida senti um pano tampando os meus olhos, ele desceu a mão alisando o meu corpo e entrelaçou os nossos dedos.

Maju: Não deixa eu cair! Por favor!

C4: Ih, tá tirando tiw? Confia em mim não morena? (perguntou e eu dei risada)

Ele começou a me puxar e eu fui andando bem devagar.

Fazer o quê?

Eu tava morrendo de medo de levar um tombo.

Mas enfim...

C4: Oh, tem um degrau na entrada do portão! Tenta não se estabacar no chão!

Maju: Nossa amor, você me comove com tanta delicadeza! (revirei os olhos)

C4: Tu tá revirando os olhos meu!?
Até com um pano na cara morena!?
(me repreendeu e eu dei risada)

Maju: Posso fazer nada!

[...]

C4: Eu vou tirar a tua venda!
Mas continua de olho fechado, beleza!?

Maju: Uhum!
(falei e concordei com a cabeça)

Senti ele afrouxando o lencinho lentamente,
o meu coração tava acelerado e a minha respiração tava quase ficando desregulada.

C4: Bem vinda a nossa nova casa morena! (falou me fazendo abrir os olhos)

Nosso AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora