•31: A (quase) Solução de Dumbledore•

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Tina guardou a varinha e seguiu o professor Dumbledore pelos corredores do castelo.

Após alguns instantes em silêncio ele finalmente disse alguma coisa.

— Sinto muito pela prova.

Ela não respondeu.

Quando chegaram à sala do homem, no mesmo corredor da sala de Dippet, Dumbledore à encarou por detrás dos oclinhos de meia-lua. O cabelo acobreado por cortar caia pela testa. Ele ajeitou a capa vermelha sobre os ombros.

— Te chamei aqui porque acredito que alguém deva te dizer.— ele começou.— Ninguém melhor que eu para este serviço, já que sou eu quem pode ter uma solução.

Ela continuou em silêncio, enquanto ele caminhava pela sala até detrás de sua mesa ao fundo e indicou uma cadeira para Tina se sentar à sua frente.

— Antes de tudo, quero dizer que eu sei exatamente o que aconteceu na noite passada.— ele disse.— Na verdade, eu sei tudo o que acontece nesta escola.

Ele tamborilou a mesa com os dedos finos e compridos.

Aquela criatura, Srta Goldstein, era um cavalo-do-lago.— ele referia-se ao animal da floresta.— Conhece a lenda d'O monstro do Lago Ness? Pois bem, o que foi encontrado na floresta ainda era um filhote.— Dumbledore esclareceu.— Com um adulto sequer teríamos encontrado a garota.

Tina engoliu em seco, pela milésima vez naquele dia.

— Pois bem.— ele disse.— Duas notícias. É o que tenho para a senhorita. Prefere começar pela boa ou pela ruim?

Ela tornou a ficar em silêncio, finalmente se aproximando do homem e sentando-se na cadeira diante da escrivaninha escura, coberta por objetos decorativos e livros encadernados.

— Certo.— ele soltou um suspiro.— Pela ruim, então. É corajosa, sabe, muitos escolheriam a boa, mas de qualquer forma eu preciso dizer a ruim primeiro, ou as coisas não fariam sentido.

Ela o encarou.

— A notícia ruim é que ninguém pode salvar a sua irmã.— Dumbledore disse, sem muita enrolação, mas não prosseguiu imediatamente com a segunda notícia, deixou que Tina entendesse a primeira antes.

A morena respirou fundo, tentando evitar que as lágrimas voltasse.

Ela tornou a encará-lo, esperando pela notícia boa.

— E a parte boa, é que eu posso mudar isso.— ele disse.

Ela levantou os olhos, agora o olhando diretamente.

— É algo perigoso, entende?— ele continuou.— Eu jamais iria sugerir isto. Pode afetar tudo o que ocorreu de um período de tempo para cá, e você não se lembrará de nada que aconteceu aqui, e nem as pessoas de você ou de sua irmã. Vocês duas serão apagadas da história de Hogwarts durante este ano, e o torneio será apagado definitivamente da história de vocês duas.

Ela puxou o ar com dificuldade naquele momento.

— Mexer com o tempo nunca foi algo indicado.— Dumbledore disse.— Mas existem alguns casos em que essa prática pode ser aplicada, claro, tem de ter em mente que, mesmo que tenha feito grande diferença para pessoas aqui, não fez algo que poderia mudar o mundo drasticamente em um ano.— ele suspirou.— Posso, com muito custo, fazer com que, nem você e nem sua irmã, tenham sequer vindo para a Europa neste ano, mas não posso, de forma alguma, voltar para anos e anos atrás e impedir que algum desastre maior aconteça, ou impedir o nascimento de um possível grande bruxo das trevas.— ele soltou um suspiro.— Você tem que concordar.

Ela o fitou.

— Você tem a escolha em suas mãos. Se salvar a sua irmã não lembrará de nada que aconteceu durante todo este ano, se preferir manter as memórias... Sabe o que acontece.— ele disse.

— Por que não voltar apenas para ontem à tarde?— ela, finalmente, disse alguma coisa.

— Eu não poderia impedir coisas tão corriqueiras como uma discussão entre irmãs.— Dumbledore explicou.— Se não fosse a Srta. Lestrange naquela floresta para assustar o animal, outro alguém o faria. Se não fosse sua discussão a fazer com quem sua irmã saísse do castelo, alguma outra coisa faria. No entanto, impedir que vocês duas embarquem numa carruagem para a Europa pode mudar tudo.

Ela soltou um suspiro.

Ela sequer poderia considerar suas opções. Era óbvio que se ela pudesse salvar Queenie ela o faria sem pensar duas vezes. Amigos ela poderia encontrar outro, tinha certeza de que nenhum deles seria como aqueles, mas podia.

— Srta. Goldstein.— Dumbledore a chamou.— Não pode sentir saudades de quem nunca conheceu.

Não era como se aquela frase fosse reconfortante, mas ele tinha certa razão naquilo.

— Está certo.— ela disse, por fim.— Deve ser o certo a se fazer, não é?

Ele concordou com a cabeça.

— Queira ser breve, acredito que temos pouco tempo até que todos se recuperem do jogo.— ele disse, piscando-lhe.

— Breve?— ela perguntou.

— Realmente, o que poderia fazer, não é mesmo?— ele questionou.— Despedir-se de pessoas que jamais tornará a ver.

Ela soltou um suspiro.

Mesmo que não se lembrassem dela, valia à pena despedir-se de todos.

— E o que vai acontecer com...

— O Sr. Scamander?— Dumbledore questionou.— Você tomou a culpa, ele não pode ser expulso por algo que não cometeu, sendo que alguém assumiu a responsabilidade.— o homem fez uma pausa.— Mas, convenhamos, não estará aqui ara livrá-lo mais uma vez...

Espantando as preocupações naquele momento, sabendo que o pior de tudo seria consertado em poucos minutos, ela pensou em sair do escritório e despedir-se de Ana, Newt, Theo e os outros, mas não tinha certeza se era isso o que ela queria fazer.

Aproximou-se da porta então, lembrando-se de mais uma coisa.

— Professor Dumbledore, posso lhe fazer uma pergunta?

Ele afirmou com a cabeça.

— A prova terminou, certo?

Ele concordou mais uma vez.

— Posso perguntar... Quem ganhou?

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Gente, o capítulo ta curto, nem 950 palavras, mas eu tenho uma explicação: o próximo é o epílogo.
MAS MARINA, VOCÊ DEIXOU PRA DIZER ISSO AGORA?
Sim, porque eu sou cuzona.
O epílogo ta mais longo que esse aqui, mas nao muito, ta com umas 1.200 palavras, então, ate sábado ;)

One Hundred Years | AFEOHWhere stories live. Discover now