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Aposto que ainda não deixou seu voto, né, leitor? Que coisa feia. Bora deixa ele aqui⬇, bora?

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A televisão estava ligada mas ela não prestava atenção em nada. Na verdade, só não havia desligado ainda porque precisava de um fundo sonoro para pode deposita toda sua atenção na bolinha que lançava repetidamente para cima.

A ação de joga e agarra parecia-lhe hipnótica, como se nada fosse mais importante no mundo que aquilo.

Duas batidas soaram atrás de sua porta e logo após a mesma foi aberta, revelando seu irmão com o cabelo pingando no chão do quarto. Sentiu-se irritada. Afinal, teria que secar a molhadeira, que só aumentava, depois. Era isso, ou deixa alguem entra em seu quarto para limpa, oque estava totalmente fora de cogitação.

---- Todo mundo odeia o Cris? -- Fellipe, seu irmão, sentou-se na cama fazendo uma careta ao se referi ao programa ---- Ainda assisti essa porcaria?

Nesse momento ela se levantou, deixou a bolinha de lado e cruzou os braços, sentada com as pernas entrelaçadas e com a costa apoiada na cabeceira da cama.

---- Que eu saiba não estamos fazendo uma biografia sua. Por que, aqui, a única porcaria que tô vendo é você.

---- Delicada como um coice.

Priscila resmungou um "vai a merda" e os dois começaram a assistir. Todos os episódios eram repetidos mas, Priscila gostava, e, no final, era só isso que importava. Eles permaneceram um bom tempo assim, calados, assistindo, de vez enquando Fellipe xingava a série e Priscila se contentou em simplesmente revirar os olhos para o irmão. Mas isso durou só até ele relembrar oque tinha ido fazer alí.

---- Oque tu preparou pra hoje a noite?

---- Quando tu começou a falar "tu"?

---- Passei muito tempo com você.

Respondeu. Mas ela sabia que era mentira. Se fosse verdade, ja deveria ter acontecido a muito tempo atrás. 3 anos atrás.

---- Fala a verdade.

Ele encarou a irmã e sentiu-se receoso a confessa quando viu sua face séria. Ela saberia caso ele estivesse mentido e Fellipe tinha ciência disso. Priscila ja tinha uma ideia do que poderia ser. A uma semana atrás as suspeitas haviam começado mas ela tinha se recusado a acreditar e, agora, estava alí, torcendo para não esta certa. Caso estivesse, daria seus créditos ao signo, assim como também lhe botava a culpa. Naquele dia, seu signo, Áries, receberia os devidos créditos.

---- Eu tô indo num morro. Meus amigos me levaram. Mas parte da culpa também é sua. Isso não teria acontecido se dividisse comigo suas drogas.

Ela suspirou e bateu com a cabeça na cabeceira da cama. Por um momento seu irmão se sentiu culpado, mas preferiu acreditar que estava certo. Isso não pode ta acontecendo, pensou consigo mesma, de olhos fechados.

Sim, parte da culpa realmente era sua, mas não por aquele motivo. Podia ser uma pessoa horrível, uma péssima influência, tinha ciência disso. Mas nunca, nunca, influenciaria alguém a fazer o mesmo. Esse era um dos lados bons da sua personalidade, fazia coisas erradas, mas não incentivava outros a fazer o mesmo. Tentava impedi-los. Levava o velho ditado de faça  o que eu digo mas não faça oque eu faço em sua vida.

---- Sai do meu quarto.

Pediu, sentindo que poderia chorar a qualquer momento. Oque tinha feito, afinal? Sentiu-se culpada. Não deveria ter deixado o irmão saber oque fazia. Não deveria nunca tê-lo deixado saber como era o seu mundo.

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