8. Correndo com rumo

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Quando Eleanor chegou em casa, foi logo para seu quarto tomar um banho. Sua mãe tinha falado em sua cabeça desde o hospital, dizendo que ela tinha sido irresponsável por não dizer que estava passando mal, porque poderia ter sido algo sério. E que ficaria de castigo por duas semanas, sem poder sair de casa, apenas ir para a escola.

─ Eleanor venha jantar. ─ Sua mãe disse ríspida do outro lado da porta, Eleanor estava trancada dentro do quarto desde que chegara e não pretendia sair mais, já que era oito da noite. Mas sua mãe estava muito brava.

Ela se levantou, abriu a porta e passou por Collete sem falar nada.

─ Você vai me ignorar? Além de ser irresponsável agora também é ignorante?

─ Sim. ─ Eleanor disse e continuou a andar pelo corredor rumo a escada.

─ Olha aqui. ─ Collete correu até Eleanor e a segurou pelo braço.

─ O que foi? ─ Eleanor se exaltou. ─ Por acaso você me perguntou, por que eu não disse que estava passando mal? Eu não disse, porque você não ligaria, você nunca ligou. Desde os nove anos eu aturei você e o papai brigando dentro daquela casa e horas nenhuma você me pediu desculpas! Você só importa com você mesma! ─ Eleanor se soltou e desceu as escadas correndo, saiu de casa e correu pela rua. Estava completamente deserta.

Enquanto corria ela odiou sua vida, por que tudo tinha que acontecer de uma vez? Separação dos pais, pressão nos estudos, descobrir que está apaixonada pela sua melhor amiga, dores de cabeça o tempo todo. Ela só queria um pouco de descanso, só queria não ter que ficar pensando em várias coisas ao mesmo tempo.

Eleanor parou de correr quando sua casa sumiu de vista, provavelmente sua mãe não ia atrás dela, pelo menos não correndo.
Ela pegou o celular no bolso e ligou para a última pessoa que ela conversou por mensagem, Cameron.

Alô? É você Eleanor?

─ Sim, sou eu.

O que aconteceu? Já chegou em casa?

─ Cheguei, mas saí de novo. Você pode me ajudar?

O que aconteceu? ─ Ele perguntou preocupado.

─ Eu e minha mãe discutimos e eu preciso que você me leve até a casa do meu pai, mas ela fica longe de onde estou.

─ Onde você está? Eu já vou aí.

─ Estou a uma quadra da minha casa.

─ Fique onde está. Eu chego aí em dez minutos.

─ Tá bom, tchau. Obrigada, Cameron.

De nada, até mais.

Eleanor desligou o telefone e se sentou na calçada. Pensou em Rae e em como ela estaria reagindo a isso, seu pai trabalhava o tempo todo e ela não tinha com quem conversar. Ela quis voltar para casa e consolá-la, porque provavelmente ela estaria chorando, mas um farol surgiu na rua e então levantou-se, era Cameron.

─ Como você está? ─ Ele perguntou quando ela entrou no carro.

─ Bem, na medida do possível.

─ Onde é a casa do seu pai?

─ Perto da universidade, acho que demora uns vinte minutos.

─ Certo.

─ Você não se encrencou por isso né?

─ Claro que não.

─ Estou preocupada com Rae. ─ Eleanor descansou a cabeça no banco.

─ Por quê?

A Filha do meu Padrasto Where stories live. Discover now