Era sábado, Eleanor acordou cedo, arrumou suas coisas e foi estudar um pouco. Ela tinha decidido que ia prosseguir com a peça de teatro, depois de ler o roteiro modificado, ela ficou mais animada. E além da peça, ela também ia voltar para o time de natação depois que saísse o resultado dos seus exames.
Quando acabou de estudar, ela foi para o quintal e se sentou na cadeira de balanço do seu avô, ele estava mexendo na hortinha. O dia estava nublado e um pouco frio, as folhas das árvores estavam caindo no quintal formando um tapete laranja e ela teve uma leve nostalgia dos outonos da sua infância, era a estação que ela mais gostava.
─ Eleanor, o resultado do seu exame saiu. ─ Darin saiu de dentro de casa e caminhou até Eleanor. ─ Você tem enxaqueca e o médico disse que provavelmente é pelo estresse que você teve por causa da separação minha e da sua mãe e os estudos. Infelizmente é crônico, mas se você tomar todos os seus remédios direitinho, não vai te incomodar mais.
─ Então eu posso voltar a fazer natação?
─ Claro que pode.
O celular de Eleanor tocou e ela o retirou do bolso, seu coração acelerou quando viu o nome na tela. Era Rae.
─ Oi.
─ Oi, Eleanor. Podemos conversar? ─ Rae disse meio tímida.
─ Claro, podemos sim.
─ Pode ser na praça? Aquela indo para o centro?
─ Sim. Pode ser.
─ Me encontra lá daqui meia hora.
─ Ok, já estou saindo. Até daqui a pouco.
Eleanor desligou o telefone, seu coração ainda estava meio disparado. Desde a discussão que tiveram, elas não se falaram mais.
─ Era quem?
─ Rae, ela quer se encontrar comigo. ─ Eleanor disse olhando para o quintal, ela se sentia envergonhada de encarar seu pai enquanto falava sobre Rae.
─ Até que enfim. ─ Darin sorriu.
─ Eu já estava começando a pensar que não íamos nos falar mais.
─ Como sua avó disse, as coisas pioram antes de melhorar.
─ Como sabe que ela me disse?
─ Porque ela diz isso a mim toda vez que algo não vai bem e ela tem razão. Sempre.
─ Bom saber disso. ─ Eleanor sorriu e se levantou. ─ Eu vou ir lá me arrumar. Vou encontrar Rae na praça perto daqui.
─ Tá bom, vai lá.
Eleanor subiu para o seu quarto, vestiu um conjunto de moletom, tentou juntar o cabelo em um coque, mas era difícil, porque ele era muito liso e ficava se desfazendo. Se contentou com um rabo de cavalo, passou um perfume e desceu as escadas novamente. Sua avó estava na sala tricotando e seu pai lendo, como sempre.
─ Já estou indo.
─ Tá bom. ─ Seu pai parou de ler e a olhou. ─ Tome cuidado, se precisar de algo, me ligue.
─ Ok. ─ Eleanor caminhou até a porta. ─ Até mais, pai. Até mais vovó. ─ Os dois acenaram para ela e ela saiu.
Ela caminhou rápido e com dez minutos ela chegou na praça. Rae já estava lá, sentada em um banco de frente para o lago, observando alguns patinhos brincarem na água.
─ Oi. ─ Eleanor disse quando se aproximou de Rae e ela virou para a encarar.
─ Oi. ─ Rae sorriu.
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A Filha do meu Padrasto
RomanceA vida de Eleanor Sivan, uma jovem de 17 anos, é virada de cabeça para baixo quando uma revelação surpreendente abala sua realidade: sua melhor amiga, Rae Lenon, é na verdade filha de seu padrasto e sua meio-irmã. Agora, Eleanor se encontra em um em...