11. Esclarecendo tudo

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Era sábado, Eleanor acordou cedo, arrumou suas coisas e foi estudar um pouco. Ela tinha decidido que ia prosseguir com a peça de teatro, depois de ler o roteiro modificado, ela ficou mais animada. E além da peça, ela também ia voltar para o time de natação depois que saísse o resultado dos seus exames.

Quando acabou de estudar, ela foi para o quintal e se sentou na cadeira de balanço do seu avô, ele estava mexendo na hortinha. O dia estava nublado e um pouco frio, as folhas das árvores estavam caindo no quintal formando um tapete laranja e ela teve uma leve nostalgia dos outonos da sua infância, era a estação que ela mais gostava.

─ Eleanor, o resultado do seu exame saiu. ─ Darin saiu de dentro de casa e caminhou até Eleanor. ─ Você tem enxaqueca e o médico disse que provavelmente é pelo estresse que você teve por causa da separação minha e da sua mãe e os estudos. Infelizmente é crônico, mas se você tomar todos os seus remédios direitinho, não vai te incomodar mais.

─ Então eu posso voltar a fazer natação?

─ Claro que pode.

O celular de Eleanor tocou e ela o retirou do bolso, seu coração acelerou quando viu o nome na tela. Era Rae.

─ Oi.

Oi, Eleanor. Podemos conversar? ─ Rae disse meio tímida.

─ Claro, podemos sim.

Pode ser na praça? Aquela indo para o centro?

─ Sim. Pode ser.

Me encontra lá daqui meia hora.

─ Ok, já estou saindo. Até daqui a pouco.

Eleanor desligou o telefone, seu coração ainda estava meio disparado. Desde a discussão que tiveram, elas não se falaram mais.

─ Era quem?

─ Rae, ela quer se encontrar comigo. ─ Eleanor disse olhando para o quintal, ela se sentia envergonhada de encarar seu pai enquanto falava sobre Rae.

─ Até que enfim. ─ Darin sorriu.

─ Eu já estava começando a pensar que não íamos nos falar mais.

─ Como sua avó disse, as coisas pioram antes de melhorar.

─ Como sabe que ela me disse?

─ Porque ela diz isso a mim toda vez que algo não vai bem e ela tem razão. Sempre.

─ Bom saber disso. ─ Eleanor sorriu e se levantou. ─ Eu vou ir lá me arrumar. Vou encontrar Rae na praça perto daqui.

─ Tá bom, vai lá.

Eleanor subiu para o seu quarto, vestiu um conjunto de moletom, tentou juntar o cabelo em um coque, mas era difícil, porque ele era muito liso e ficava se desfazendo. Se contentou com um rabo de cavalo, passou um perfume e desceu as escadas novamente. Sua avó estava na sala tricotando e seu pai lendo, como sempre.

─ Já estou indo.

─ Tá bom. ─ Seu pai parou de ler e a olhou. ─ Tome cuidado, se precisar de algo, me ligue.

─ Ok. ─ Eleanor caminhou até a porta. ─ Até mais, pai. Até mais vovó. ─ Os dois acenaram para ela e ela saiu.

Ela caminhou rápido e com dez minutos ela chegou na praça. Rae já estava lá, sentada em um banco de frente para o lago, observando alguns patinhos brincarem na água.

─ Oi. ─ Eleanor disse quando se aproximou de Rae e ela virou para a encarar.

─ Oi. ─ Rae sorriu.

A Filha do meu Padrasto Where stories live. Discover now