19. Pov Eleanor (EPÍLOGO)

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"Não é como se fôssemos virar estranhas depois de amanhã. "

E foi o que aconteceu. Eu nunca mais a vi, ela não atendia as minhas ligações e eu não respondia as suas mensagens. Depois de alguns anos a esperando voltar eu a esqueci, por completo, segui a minha vida e ela virou uma vaga lembrança. Como em um sonho, um sonho muito bom e que seu eu pudesse não acordaria mais.
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Meu pulmão começou a arder, então volto a superfície, faz meia hora que stou nadando na piscina do meu quintal, apenas esticando os músculos, coisa que é difícil de se fazer quando se tem 35 anos e é dona de umas das maiores empresas de eletrônicos do país.

─ Mamãe! ─ Theo sai correndo pela porta da cozinha.

E fica mais difícil ainda quando se tem um filhote de quatro anos.

─ Oi, Theo. E aí? Como foi a conversa com o papai?

─ Ele mandou eu te perguntar se posso ir no parque de diversões com ele.

─ Pode sim, mas hoje? ─ Saio da piscina e coloco meu roupão.

─ Agora!

─ Pode sim, mas com algumas condições, vamos lá nele.

Theo sai correndo na minha frente balançando seus cabelos loiros quase brancos, herdados de mim, claro.

Passo pela cozinha, atravesso o corredor e chego na sala. Heitor meu ex-marido olhava fixamente para um quadro na parede.

─ Oi. ─ Digo e ele para de olhar o quadro. ─ Você vai levar o Theo para passear, mas você sabe das condições dele né?

─ Ele tem doença celíaca e intolerância a lactose. Certo. ─ Heitor diz como se fosse uma decoreba para alguma prova.

─ E o que isso significa?

─ Que ele não pode comer nada.

─ Nada que não tenha leite e trigo. ─ Acabo sorrindo.

─ Ou seja, tudo.

─ Mas ele pode comer frutas e verduras a vontade, e algumas coisas sem glúten. Fica aí que eu vou fazer a lancheira dele. ─ Saio da sala e volto para a cozinha.

Pego alguns lanchinhos sem glúten no armário, coloco duas frutas e faço um suco natural de laranja, desde que descobri que Theo é celíaco - há três anos - ,tudo tem sido difícil, sempre tenho que levar sua lancheira aonde eu for, porque na maioria dos lugares não encontro comida segura para ele.

Heitor fica ainda mais preocupado, tanto que quando Theo vai para sua casa para passar alguns dias, ele só dá frutas, legumes e verduras, nada mais, por medo.
Ele é um pai muito atencioso, mas deixa a desejar como marido e por isso nos divorciamos desde que Theo nasceu. 

Depois de arrumar a lancheira do Theo, volto para a sala e a entrego a Heitor.

─ Você vai trazê-lo ainda hoje né?

─ Claro, até às sete estamos de volta.

─ Toma muito cuidado, Heitor. E não deixa ele mexer no celular ou ficar de frente para alguma tela.

─ Vamos à um parque, Eleanor. 

─ Tá bom. ─ Apenas concordo, Heitor fica nervoso quando começo agir como uma mãe super protetora. ─ Vão lá, então. Eu vou dar uma volta no quarteirão.

─ Tome cuidado. ─ Heitor diz.

─ É claro. Não esquece a mochilinha dele, tem uma muda de roupa, toalhinha e mais algumas coisas. ─ Digo apontando para o sofá, a mochilinha estava arrumada desde a semana passada.

A Filha do meu Padrasto Where stories live. Discover now